segunda-feira, 31 de março de 2008

The Corporation e Roger & Eu

Ficha Técnica:
The Corporation (The Corporation, EUA, 2003)
Direção: Mark Achbar e Jennifer Abbott
Documentário




Ficha Técnica:
Roger e Eu (Roger & Me, EUA, 1989)
Direção: Michael Moore
Documentário


São dois documentários que desnudam as grandes corporações e o governo americano, "The Corporation" no estilo denúncia e comparação com dados e situações, já "Roger & Eu" no estilo direto e com o humor ácido de Michael Moore.

Em "Roger & Eu" que foi a estréia de Michael Moore atrás da câmeras, ele nos mostra as consequências do fechamento da primeira fábrica da multinacional General Motors na sua cidade natal, Flint estado de Michigan, em meados dos anos oitenta. Já demonstrando seu estilo sarcástico na narração e direto nas entrevistas somos apresentados a história de uma cidade onde 80% da população trabalhava ou se sustentava em torno da General Motors e de uma hora para outra ficou abandonada. Nesse contexto ele durante dois anos tentou falar com o presidente da General Motors, Roger Smith, para descobrir o porquê do fechamento da fábrica e tentar fazer com que mudasse de idéia. Ele filmou todas estas tentativas e ao mesmo tempo demonstrando sua indignação com a decadência de sua cidade em consequência da atitude da empresa, ele nos apresenta números e mostra situações terríveis para os famílias, além das ridículas soluções propostas por políticos, sendo talvez a mais constrangedora dada pelo veterano cantor Pat Boone que após um show na ciade diz que os desempregados poderiam procurar outro tipo de serviço, por exemplo como representantes da Amway (para quem não sabe, um esquema de pirâmide usado para vendas de diversos tipos de produtos).

Vale a pena ver este trabalho de Moore antes da fama, mesmo para quem não gosta do seu estilo deve aceitar que ele mostra em seus documentários e programas, verdades que ninguém fala na tv sobre como somos manipulados pela mídia e explorados pelas corporações e governos.

Para quem gosta do assunto indico também o documentário "The Corporation" dirigido por Mark Achbar e Jennifer Abbott que fala sobre o mundo sujo das corporações e como as atitudes destas são idênticas ao de um psicopata, parece uma comparação maluca, mas as explicações são sensacionais e dos vários casos mostrados no documentário, talvez um dos mais absurdos seja o da IBM que mesmo durante a 2º Guerra Mundial forneceu aos alemãs uma máquina que seria um pré-computador, que acabou sendo usada pelos nazistas para marcar os prisioneiros de guerra nos campos de concentração. Isso mesmo, aqueles números que muitos sobreviventes tem em seus braços foram feitos com estas máquinas. Estas e várias outras histórias são contadas neste documentário um pouco longo, mas indispensável.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Alpha Dog

Ficha Técnica:
Alpha Dog (Alpha Dog, EUA, 2006)
Direção: Nick Cassavetes
Elenco: Emile Hirsch, Ben Foster, Justin Timberlake, Shawn Hatosy, Bruce Willis, Sharon Stone, Harry Dean Stanton, Anton Yelchin, Dominique Swain, Chris Marquette, Lukas Haas, Amanda Seyfried, Alex Kingston, David Thornton, Olivia Wilde.

Este filme é baseado em história real, porém os nomes dos personagens foram trocados, inclusive uma cena em que se fala na cidade de Assunção capital do Paraguai, na vida real a cidade correta seria Saquarema no Rio de Janeiro.

O longa conta a história do jovem traficante Johnny Truelove (Emile Hirsch), que na Califórnia dos anos noventa estava ficando rico vendendo drogas para a elite da cidade, drogas estas fornecidas por seu pai (Bruce Willis).

Vivendo em um mundo rodeado de amigos que o ajudavam a traficar, ele entra em conflito com o viciado violento Jake Mazursky (Ben Foster) por causa de uma dívida, mas por um acaso e sem pensar nas consequências acaba sequestrando Zack (Anton Yelchin) o irmão mais novo de Jake para pressioná-lo a quitar a dívida.

O garoto fica sob a responsabilidade de Frankie (Justin Timberlake), um cara de bom coração que faz amizade com o sequestrado. A partir daí uma sequência de equívocos, total falta de limites e também de consciência de diversos personagens, a história terá um final trágico que colocará Johnny Truelove na lista do mais procurados do FBI.

O diretor Nick Cassavetes (filho do falecido ator e também diretor John Cassavetes) foge da vala comum dos filmes sobre drogas e faz um crítica forte a classe média californiana, mostrando não apenas os jovens que se entregam às drogas, a bebida e ao sexo sem medir as consequências, mas também os pais que são retratados como tão irresponsáveis como os filhos.

Neste caso, além do personagem de Bruce Willis como o pai de Johnny Truelove, temos o veterano Harry Dean Stanton como o avô sem caráter, o pai do personagem de Justin Timberlake que leva duas garotas para cama e estando drogado oferece uma delas para o filho e a personagem de Sharon Stone que é incapaz de conviver com o enteado vivido por Ben Foster e ainda sufoca o filho legítimo, papel de Anton Yelchin, o que faz com ele queira se afastar dela.

O filme tem a mesma temática da "juventude perdida" de obras como "Kids" e "Bully" de Larry Clark, porém sem o exageros sexuais destes longas.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Pânico nas Ruas


Pânico nas Ruas (Panic in the Streets, EUA, 1950) - Nota 8
Direção: Elia Kazan
Elenco: Richard Widmark, Paul Douglas, Barbara Bel Geddes, Jack Palance, Zero Mostel.

Ontem o cinema perdeu o veteraníssimo ator Richard Widmark, especialista em papéis de homens duros e muitas vezes de vilão, trabalhou em filmes como "O Álamo", "Julgamento em Nuremberg" e "Coma".

Neste "Pânico nas Ruas", ele é um legista que ao fazer uma autópsia em uma pessoa que foi assassinada, descobre que ela está contaminada com o vírus da peste bubônica. A partir daí, ele se une a um policial (Paul Douglas) numa corrida contra o tempo para descobrir quem foi o assassino, sujeito que provavelmente está infectado pelo vírus e que pode espalhá-lo pela cidade de Nova Orleans.

O resultado é uma ótima mistura de policial e suspense filmado em preto e branco, que mesmo tendo sido produzido há mais de sessenta anos, ainda não envelheceu, levando em conta que a questão de um vírus que pode se transformar em epidemia é um tema bem atual.

O diretor Elia Kazan faria ainda clássicos como "Viva Zapata!" e "Vidas Amargas", este um dos únicos três filmes da carreira de James Dean.

Um detalhe interessante é que um dos bandidos é vivido por Jack Palance. O ator estava em início de carreira é já interpretava um vilão, papel este que repetiria inúmeras vezes no cinema.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Pi

Pi (Pi, EUA, 1998) - Nota 8,5
Direção: Darren Aronofsky 
Elenco: Sean Gullette, Mark Margolis, Ben Shenkman, Pamela Hart, Stephen Pearlman, Ajay Naidu, Samia Shoaib. 

O diretor Darren Aronofsky chamou a atenção do público com este ótimo filme sobre um matemático com QI elevado chamado Max Cohen (Sean Gullette) que vive a base de comprimidos e procura padrões matemáticos em tudo, tendo como alvo principal descobrir um padrão no mercado de ações. 

Durante esta busca ele chega a um número que danifica seus computadores e o deixa obcecado. Ele procura seu antigo mentor (Mark Margolis) para ajudá-lo a resolver o enigma, ao mesmo tempo em que é perseguido por uma grande empresa de Wall Street que quer contratá-lo e por um grupo de judeus que vê na sua descoberta algo religioso extremamente importante. 

Esta mistura complexa filmada em preto e branco é um mergulho no cérebro de um gênio excêntrico e totalmente deslocado no mundo interpretado pelo ótimo Sean Gullette, que passa toda a ansiedade e a obsessão do personagem. 

A música de Clint Mansell é perfeita para o clima do filme, acompanhando todas as obsessões e alucinações do personagem principal. 

No filme seguinte Aronofsky acertou a mão novamente com o pesadíssimo drama sobre as drogas "Réquiem Para um Sonho", que assim como "Pi", também é uma grande viagem através das mentes de pessoas perturbadas.

terça-feira, 25 de março de 2008

O Milagre de Berna


Ficha Técnica:
O Milagre de Berna (Das Wunder Von Bern, Alemanha, 2003)
Direção: Sonke Wortmann
Elenco: Louis Klamroth, Peter Lohmeyer, Peter Franke, Sascha Gopel, Johanna Gastdorf, Mirko Lang, Birthe Wolter, Lukas Gregorowicz, Katharina Wackernagel.

Este bom drama misturando fatos históricos com ficção se passa na Alemanha em 1954 as vésperas da Copa do Mundo de Futebol da Suiça, tendo como personagem principal o garoto Matthias (Louis Klamroth) apaixonado por futebol e amigo do jogador da seleção alemã Helmut Rahn (Sascha Gopel) que acaba sendo um substituto como figura paterna para o garoto, em virtude do pai deste ainda estar como prisioneiro de guerra na União Soviética. As coisas mudam quando o pai do garoto é libertado após onze anos e volta para a família traumatizado pela guerra.

O filme se equilibra bem ao mostrar o dificuldade que um veterano de guerra tem ao voltar para casa e a expectativa das pessoas com a atuação da seleção alemã na Copa do Mundo. O país voltava as competições depois de nove anos do final da guerra e era um esperança de recomeço para um país que começava a se reconstruir depois do nazismo.

A história agradará até mesmo aqueles que não gostam de futebol, mas para quem gosta e conhece um pouco sobre as Copas do Mundo, vai se emocionar com a vitória da seleção alemã contra os até então invencíveis húngaros, vitória esta que ficou conhecida como "O Milagre de Berna".

segunda-feira, 24 de março de 2008

Meu Nome Não É Johnny


Ficha Técnica:
Meu Nome Não É Johnny (Brasil, 2008)
Direção: Mauro Lima
Elenco: Selton Mello, Cléo Pires, Júlia Lemmertz, Cássia Kiss, Eva Todor, Giulio Lopes, André de Biase, Ângelo Paes Leme, Rafaela Mandelli, Aramis Trindade, Flavio Bauraqui.

O filme baseado na história real de João Guilherme Estrella, jovem carioca de classe média que após experimentar e se viciar em drogas durante os anos oitenta, se tornou traficante para bancar seu vício, fornecendo para amigos de mesma classe social, utilizando sua simpatia e sociabilidade. Porém após resolver aumentar o fluxo de suas vendas negociando grandes quantidades com um fornecedor que trazia as drogas da Bolívia, ele acaba sendo perseguido e preso pela polícia.

A história mostra desde a infância quando ele experimentou drogas pela primeira vez, passando pela separação dos país e a consequente falta de limites que teve após ficar morando com o pai, pelo auge quando tinha dinheiro, namorada (Cléo Pires), muitos amigos até a queda após a prisão, quando passou um tempo em um cárcere superlotado, o julgamento e o cumprimento da pena em uma Instituição Psquiátrica.

O maior destaque é a atuação de Selton Mello no papel principal, onde ele passa a total falta de limites do personagem, que se tornou traficante pelas circunstâncias e não pelo cárater, mas que somente percebeu as consequências de suas atitudes quando a situação ficou crítica.

Um bom filme, que lembra um pouco "Profissão de Risco" com Johnny Depp.

domingo, 23 de março de 2008

O Hospedeiro

Ficha Técnica:
O Hospedeiro (Gwomuel, Coréia do Sul, 2006)
Direção: Bong Joon Ho
Elenco: Kang Ho Somg, Hie Bong Byeon, Hae Il Park, Du Na Bae, Ah Sung Ko.

Com o crescimento e o sucesso de filmes feitos no Oriente, principalmente no Japão, China e Hong Kong agora é a vez da Coréia do Sul apresentar seu cinema. Depois de "Old Boy" de Park Chan Wook agora é a vez deste "O Hospedeiro" chamar a atenção do público ocidental.

A história começa com dois cientistas, um americano e outro sul-coreando despejando litros de uma substância tóxica no esgoto de Seul. Depois de alguns anos o personagem de Hie Bong Byeon trabalha e mora em um trailer à beira do Rio Han junto com um filho meio bobo e sua neta. A tranquilidade acaba quando aparece um monstro no rio e resolve atacar as pessoas que estão utilizando o local para divertimento. Após o ataque somos apresentados aos outros filhos, um competidora de arco e flecha e um desempregado. O governo resolve agir e alega que o monstro carrega um vírus e que ele pode ser transmitido para as pessoas.

O que parece uma premissa comum em filmes B, tem um tratamento diferenciado dado pelo diretor Bon Joon Ho (que parece ter um futuro promissor), misturando drama, suspense e até momentos de comédia para nos mostrar como pode mudar o comportamento das pessoas em situações extremas, movidas pelo amor e pela vontade viver. Outro ponto importante do filme é a crítica aos governos, no caso aqueles que se submetem a vontade dos mais fortes (Coréia do Sul submissa aos EUA) e o modo como estes tentam manipular as massas, além é claro da atenção do publico para a poluição do meio ambiente.

Os efeitos especiais são bons, o monstro foi muito bem feito para empresa Weta Workshop do diretor Peter Jackson (Senhor do Anéis) e resumindo, um filme de monstro dos bons que merece ser visto pelos apreciadores do gênero.

sexta-feira, 21 de março de 2008

A Última Tentação de Cristo


Ficha Técnica:
A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation of Christ, EUA, 1988)
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Willem Dafoe, Harvey Keitel, Barbara Hershey, Paul Greco, Steve Shill, Verna Bloom, David Bowie, Harry Dean Stanton, Roberts Blossom, Irvin Kershner, Barry Miller.

Com certeza este é o filme mais polêmico da carreira de Martin Scorsese, considerado uma heresia pela Igreja Católica foi proibido em diversos países por muitos anos e aqui no Brasil houve uma grande mobilização para isto, mas mesmo assim ele acabou sendo liberado e hoje após vinte anos ainda causa polêmica.

O filme conta a história de Jesus Cristo baseado no livro do grego Nikos Kazantzakis que o mostra como uma pessoa com os mesmos desejos e conflitos de um ser humano comum, mesmo após descobrir que é o filho de Deus e sobre a missão que terá de cumprir na Terra.

Além deste ponto, a polêmica principal fica na questão da última tentação que ele tem de enfrentar quando está à beira da crucificação, aceitar seu destino ou seguir a vida como uma pessoa normal? No caso o filme mostra ele se casando com Maria Madalena e tendo filhos antes de aceitar ser destino como o Salvador, o que enfureceu a Igreja Católica.

A interpretação de Willem Dafoe como Cristo é marcante, além das boas presenças de Barbara Hershey como Maria Madalena e Harry Dean Stanton como o Apóstolo Paulo. Um dos atores preferidos de Scorsese, Harvey Keitel, foi muito criticado por seu desempenho como Judas.

Não é uma obra-prima, mas um bom filme que se segura pela premissa interessante e uma visão mais humana de como teria sido Jesus Cristo, lembrado que Scorsese é católico e chegou a estudar para se formar padre antes de entrar para o cinema.

Um filme para as pessoas assistirem com a mente aberta, sem preconceitos e tirar suas próprias conclusões.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Jogo de Espiões


Ficha Técnica:
Jogo de Espiões (Spy Game, EUA, 2001)
Direção: Tony Scott
Elenco: Robert Redford, Brad Pitt, Catherine McCormack, Stephen Dillane, Larry Bryggman, Marianne Jean Baptiste, David Hemmings, Michael Paul Chan, Ken Leung.

Neste bom filme de espionagem, Robert Redford é um veterano agente da CIA que está em seu último dia de trabalho antes da aposentadoria e recebe uma mensagem que seu pupilo vivido por Brad Pitt foi preso na China durante uma missão. A partir daí começará uma corrida contra o tempo para tentar salvar a vida do amigo.

Este roteiro poderia ser comparado com muitas outros filmes sobre o assunto, enfocando amizade, lealdade e conspiração, porém o diferencial são os elementos usados aqui e o tempo em que se passa a história. O filme é de 2001, mas a história acontece em 1991, mesmo não sendo há tanto tempo assim nessa época a Internet não existia do modo que é hoje, telefones celulares estavam engatinhando e com isso como salvar um agente preso do outro lado do mundo sem estes recursos? O personagem de Redford, como ele mesmo diz no filme, é da "velha escola" e aparelhado com telefones, aparelhos de fax e principalmente os contatos que conseguiu criar durante a carreira, terá pouco tempo para salvar o amigo e ainda terá que manipular o comando da CIA que pretendo "queimar" o personagem de Pitt para não causar um crise diplomática com a China.

O diretor Tony Scott especialista em filmes de ação, utiliza o que a tecnologia tinha de melhor na época para dar realismo ao filme. Outro recurso interessante é que Redford e Pitt não contracenam no momento atual do filme, a relação deles é mostrada em flashbacks, desde que se conheceram ao final da Guerra do Vietnã, passando por missões na antiga Alemanha Oriental e no Líbano, dando pitadas de como a CIA sempre meteu o dedo na política de países considerados inimigos.

Nada de excepcional, mas com certeza uma boa diversão, lembrando um pouco os filmes realistas dos anos setenta.

quarta-feira, 19 de março de 2008

2001: Uma Odisséia no Espaço



Ficha Técnica:
2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odissey, EUA, 1968)
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Leonard Rossiter.

O mundo perdeu ontem o escritor de ficção científica Arthur C. Clarke, autor do livro que deu origem ao filme "2001: Uma Odisséia no Espaço". Clarke era um visionário, escreveu sobre o homem chegando à lua ainda na década de quarenta, mais de vinte anos antes disto acontecer.

Quanto a obra 2001, hoje são clássicos tanto o livro quanto o filme de Stanley Kubrick. Dizem que Kubrick dirigia o filme ao mesmo tempo em que Clark terminava seu livro, sendo quase uma parceria.

A obra tenta contar a evolução da humanidade desde a pré-história, quando um monolito negro cai na Terra e interfere nesta evolução. A história pula para 2001 quando um outro monolito negro é descoberto na Lua, sendo enviado uma expedição espacial liderada pelo Dr. Dave Bowman (Keir Dullea) para estudar o assunto. A nave está equipada com um super computador chamado HAL 9000 que após algum tempo no espaço irá começar a agir por conta própria, eliminando um a um os tripulantes.

Mais do que um filme de ficção, 2001 é uma verdadeira viagem filosófica, com pouquissímos diálogos e um ritmo extremamente lento, não agradará a todos os gostos. Na base de imagens, sons e uma bela trilha sonora clássica, Kubrick tentar mostrar a evolução humana e da tecnologia e ainda toca em um assunto que não era moda na época, a inteligência artificial.

Sem dúvida uma obra-prima, que pelo seu conteúdo e a época em que foi lançada, acabou sendo acusada de pretensiosa, mas o tempo mostrou sua importância.

Clarke escreveu ainda "2010: O Ano em que Faremos Contato", filmado em 1994 por Peter Hyams com Roy Scheider no papel principal. Um bom filme, porém muito diferente do original.

terça-feira, 18 de março de 2008

O Paciente Inglês


O Paciente Inglês (The English Patient, Inglaterra, 1996)
Direção: Anthony Minghella
Elenco: Ralph Fiennes, Kristin Scott Thomas, Juliette Binoche, Willem Dafoe, Naveen Andrews, Colin Firth, Julian Wadham, Jurgen Prochnow.

O cinema perdeu hoje o diretor Anthony Minghella, vencedor de nove prêmios Oscar pelo "O Paciente Inglês", deixando uma carreira com poucos, porém bons filmes.

Este filme foi apenas a sua terceira realização como diretor, baseado no livro de Michael Ondaatje, conta a história de um homem que tem grande parte do corpo queimado (Ralph Fiennes) durante a Segunda Guerra Mundial e está sob cuidados de uma enfermaria (Juliete Binoche, ganhou o Oscar de Atriz Coadjuvante por este papel) e ao poucos vai lembrando sua vida e contando principalmente seu romance com a mulher de seu mehor amigo (Kristin Scott Thomas e Colin Firth respectivamente).

O ótimo elenco tem ainda Willem Dafoe, Naveen Andrews (o Said de Lost) e o alemão Jurgen Prochnow, neste drama com romance e pitadas de aventura e guerra, uma mistura que deu muito certo graças a este elenco e ao talento do diretor.

Um fato curioso é que o paciente inglês personagem de Ralph Fiennes é na verdade húngaro.

Depois desse filme Minghella dirigiu "O Talentoso Ripley", estrelado por Matt Damon, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Cate Blanchett e Philip Seymour Hoffmann, baseado no livro de Patricia Highsmith, já filmado em 1960 como "O Sol Por Testemunha" com Alain Delon no papel principal.

Ele fez ainda "Cold Mountain" com Jude Law, Nicole Kidman e Rene Zellweger, drama ambientado na Guerra da Secessão e "Invasão de Domícilio" novamente com Jude Law. Deixou ainda três projetos em andamento.

Mas sem dúvida nenhuma ele será sempre lembrado como o diretor de "O Paciente Inglês".

segunda-feira, 17 de março de 2008

O Tempo e a Maré


Ficha Técnica:
O Tempo e a Maré (Seunglau Ngaklau, Hong Kong, 2000)
Direção: Tsui Hark
Elenco: Nicolas Tse, Wu Bai, Candy Lo, Cathy Tsuy, Anthony Wong Chau Sang, Joventino Couto Remotigue Jr.

O diretor e produtor chinês Tsui Hark é um dos vários exemplos de diretores que se destacam em seu país de origem e são importados por Hollywood na tentativa de repetir seus sucessos na América. Neste caso específico ele vem de Hong Kong. país famoso na década de setenta pelos filmes de Kung Fu, moda que começou com Bruce Lee e gerou uma centena de imitadores. Já em meados da década de oitenta surgiria uma nova geração de diretores voltados para os filmes de ação, deixando de lado ou até utilizando, mas apenas como complemento o Kung Fu.

O mais famoso deles é John Woo, com uma carreira fantástica em Hong Kong, fez filmes como "Alvo Duplo I e II", "The Killer", "Bala na Cabeça" e o sensacional "Fervura Máxima", filmes com sequências de ação imprevísiveis e na maioria delas filmadas em câmera lenta, sua marca registrada. Ele foi o primeiro a ir para Hollywood e não fez feio, mesmo não tendo a liberdade que tinha em Hong Kong, conseguiu fazer bons filmes como "O Alvo" com Jean Claude Van Damme e "A Última Ameaça", entre outros e ainda está por lá.

Caminho aberto em Hollywood para os diretores chineses, os próximos a desembarcar não conseguiram repetir o mesmo êxito, tiveram a mesma oportunidade, dirigir filmes com Van Damme. Ringo Lam foi chamado para dirigir "Risco Máximo" e fracassou. Ele ainda voltaria para dirigir Van Damme novamente, desta vez em "Replicante" e nada aconteceu também.

Com Tsui Hark não foi diferente, com uma carreira muita boa em Hong Kong, com sucessos como a série "Era Uma Vez na China", seis filmes sobre o herói chinês Wong Fei Hung, ele estreou na América com o péssimo "A Colônia" que trazia além de Van Damme, o jogador de basquete Dennis Rodman e Mickey Rourke. Logo em seguido dirigiu outra vez Van Damme em "Golpe Fulminante", rodado em Hong Kong para tentar repetir seus êxitos locais, o filme é apenas razoável.

Após estes fracassos, Tsui Hark voltou para Hong Kong e filmou este ótimo "O Tempo e a Maré". Aqui Tyler é um bartender que precisando de dinheiro após engravidar uma policial e resolve arrumar um emprego de guarda-costas. Neste novo mundo ele encontrará Jack, um mercenário que quer mudar de vida. A partir daí, muita ação, perseguições, tiros e explosões são os destaques, apesar de uma produção pobre, as cenas de ação são bem boladas, destaque para o tiroteio em um daqueles condomínios típicos de Hong Kong onde um dos personagens se esconde dentro de uma geladeira para se proteger de uma explosão.

Para quem gosta do modo até estranho de como são feitos os filmes asiáticos, este é uma ótima pedida, diferente do esquema da maioria do filmes de ação americanos e dirigido por alguém que com certeza se sente muito melhor fazendo filmes em seu país, com liberdade de inventar cenas e até de errar, mas pensando sempre em trazer algo novo para o público.

Fato curioso é que um dos matadores que perseguem os mocinho é vivido por um Joventino Couto Remotigue Jr, nome bem brasileiro ou ainda português, mas um grande desconhecido no cinema.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Cruzada

Ficha Técnica: Cruzada (Kingdom of Heaven, EUA/Inglaterra/Espanha, 2005) Direçao: Ridley Scott Elenco: Orlando Bloom, Eva Green, Jeremy Irons, Liam Neeson, David Thewlis, Marton Csokas, Brendan Gleeson, Michael Sheen, Alexander Siddiq, Ghassan Massoud, Iain Glen, Edward Norton, O diretor Ridley Scott famoso por clássicos como "Blade Runner - O Caçador de Andróides" e "Alien - O Oitavo Passageiro" dirigiu este épico sobre uma fase das Cruzadas, que agradará os fâs do gênero e os apreciadores de história, apesar de não seguir a risca os acontecimentos reais. O filme conta a história de Balian (Orlando Bloom) que após a morte da mãe é procurado pelo pai que ele não conhecia Godfrey de Ibelin (Liam Neeson) para se juntar ao seu grupo e defender o rei de Jerusalém (Edward Norton), tanto dos muçulmanos quanto dos católicos que querem tomar o poder, principalmente o cunhado do rei Guy de Lusignan (Marton Csokas), que espera apenas a morte do rei que tem um doença incurável, para tomar a coroa. Outros personagens importantes da hístória são a Princesa Sibylla (a belíssima Eva Green) casada com Guy por obrigação e o líder muçulmano Saladino (Ghassan Massoud) que tem suas tropas ao redor de Jerusalém à espera de tomar a cidade. Deixando de lados os erros históricos, o filme tem bom ritmo, intercalando ótimas cenas de batalha com momentos de discussão entre os personagens, onde se mostra que nos dois lados do conflito existiam pessoas querendo a paz e outras incitando a guerra. Quanto ao elenco, o único erro foi a escalação de Orlando Bloom no papel principal, mesmo sendo um bom coadjuvante na trilogia "Senhor dos Anéis", ele não foi bem em "Tróia" e confima aqui que ainda não tem talento para ser protagonista em um filme deste tamanho. Mas fora isso, os coadjuvantes são ótimos, Liam Neeson, Jeremy Irons, Edward Norton irreconhecível com o rei e Brendan Gleeson como um líder do Cavaleiros Templários. O que também pode ser discutido são os Templários mostrados apenas como matadores de muçulmanos, sendo que na história oficial a importância deles foi muito além disso. Colocando tudo na balança este filme é um bom divertimento e ao meu gosto comparando com os épicos recentes, ele é melhor que "Alexandre" e "Rei Arthur" e ganhando de "Tróia" apenas no questão de não ser tão longo.

terça-feira, 11 de março de 2008

A Trilogia dos Dólares de Sergio Leone


Ficha Técnica:
Por um Punhado de Dólares (Per Un Pugno di Dollari, Itália/Alemanha/Espanha, 1964)
Direção: Sergio Leone
Elenco: Clint Eastwood, Gian Maria Volonté, Marianne Koch.






Ficha Técnica:
Por uns Dólares a Mais (Per Qualche Dollaro in Piú, Itália/Alemanha/Espanha, 1965)
Direção: Sergio Leone
Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté, Klaus Kinski.




Ficha Técnica:
Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo, Espanha/Itália, 1966)
Direção: Sergio Leone
Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Eli Wallach.


O diretor italiano Sergio Leone deixou uma obra pequena em quantidade e gigante em qualidade, oficialmente ele assinou a direção de apenas sete filmes, mas particiou de diversos outros como assistente de direção. Na década de cinquenta vários filmes americanos foram rodados nos estúdios de Cinecittá na Itália e ele em começo de carreira dirigiu cenas em "Ben Hur" e "Quo Vadis" entre outros, além de ter dirigido alguns outros filmes e não ser creditado, como "Trinity e Seus Companheiros" com Terence Hill.

Sua estréia no cinema foi em 1961 com o épico sobre a Grécia Antiga chamado "O Colosso de Rodes", estrelado por Rory Calhoun e Lea Massari, porém seu pensamento para os próximos filmes estavam na história de um outro local, o oeste americano.

Na década de sessenta o gênero faroeste estava em alta, eram os grandes filmes de ação da época. Na Itália vários diretores começaram a imitar o gênero com filmes de baixo orçamento, geralmente estrelados por atores americanos em decadência ou em início de carreira e em último caso por atores europeus usando pseudônimos americanos. Este gênero ficou conhecido como western spaghetti.

Muito inteligente e com pouco dinheiro, Sergio Leone resolveu investir no gênero e contratou Clint Eastwood, na época um ator em início de carreira que tinha no currículo a participação na série americana "Rawhide" para estrelar "Por Um Punhado de Dólares". O filme conta a história de um pistoleiro sem passado que chega em uma pequena cidade do México que está dividida por duas famílias que brigam pelo poder e ele com sua astúcia, resolve jogar nos dois lados e tentar lucrar o máximo possível com este confronto. O filme fez sucesso e tem como pontos positivos o personagem cínico e astucioso de Eastwood, tipo que ele repetiria nos outros filmes com Leone e na série "Dirty Harry", além de Gian Maria Volonté no papel de um dos chefes da cidade, ele que ficaria famoso como ator de filmes políticos como "Sacco e Vanzetti", "O Caso Mattei" e "Giordano Bruno". Não podemos deixar de destacar a trilha sonora de Ennio Morricone, parceiro de Leone em todos os seus filmes, suas trilhas são inconfundíveis e primorosas.

Com um pouco mais de dinheiro, Leone além de Eastwood e Volonté, consegue contratar para a sequência "Por uns Dólares a Mais" outro ator americano, Lee Van Cleef que pegaria gosto pelo gênero e trabalharia em filmes como "O Dia da Ira" e "Sabata", entre outros. Neste filme novamente Volonté é o vilão, ele faz o papel de Índio, um violento bandido que é perseguido pelos personagens de Eastwood e Van Cleef, cada um por um motivo, sendo completamente diferentes terão de se juntar para tentar capturar o fugitivo. Um ótimo filme que mostrou a qualidade de Leone e que ele poderia fazer com um orçamento maior e atores de qualidade.

Fechando a trilogia e com um orçamento ainda maior, Leone desta vez manteve Eastwood e Van Cleef, além de contratar outro conhecido ator americano, Eli Wallach. "Três Homens em Conflito" é sem dúvida o melhor filme da trilogia, aqui durante a Guerra da Secessão os três personagens estão atrás de uma fortuna roubada, porém nenhum deles tem a certeza de onde está escondido o dinheiro. Com isso durante a busca, cada um a seu modo tentará chegar a fortuna sem a intenção de dividir com os outros. Um ótimo roteiro com personagens muito bem interpretados, com Eastwood fazendo novamente o pistoleiro sem passado e astuto, mas desta vez bem mais calado, Van Cleef como o bandido calculista e Wallach o sem cárater, dissimulado, mentiroso, espalhafatoso e mais engraçado, sua interpretação exagerada cai como uma luva para o papel.

A partir deste Sergio Leone foi reconhecido como um grande diretor e pensando alto resolver inciar outra trilogia, basicamente na sequência de tempo de onde acabou este filme. Ao final da Guerra da Secessão e também início do fim do oeste selvagem, ele faria "Era uma vez no Oeste", mas está é uma outra história, que contarei em breve.

sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher - 5 Filmes Imperdíveis


Ficha Técnica:
P. S. Eu Te Amo (P. S. I Love You, EUA, 2007)
Direção: Richard LaGravenese
Elenco: Hilary Swank, Gerard Butler, Lisa Kudrow, Gina Gershon, James Marsters, Kathy Bathes, Harry Connick Jr, Jeffrey Dean Morgan, Dean Winters.


A história de amor entre Holly (Hilary Swank) e Gerry (Gerad Butler) é interrompida logo no início do filme em virtude da morte de Gerry, porém ele deixa várias cartas para a esposa com recomendações de como seguir a vida e deixar a tristeza de lado. Neste simpático drama romântico, destaque para o casal principal que mostra todo o seu amor nos flashbacks e para Kathy Bates como a mãe de Hilary. Um bom filme para quem quer se emocionar.




Ficha Técnica:
Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice, EUA/França/Reino Unido, 2005)
Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley, Matthew MacFadyen, Donald Sutherland, Brenda Blethyn, Judi Dench, Rosamund Pike, Jena Malone, Simon Woods.


Na Inglaterra do século XIX cinco irmãs são criadas pelos pais (Donald Sutherland e Brenda Blethyn) para casarem com homens ricos que sejam aprovados por eles, mas a segunda filha (Keira Knightley) se apaixona por um nobre que já está o de outra mulher, o que vai gerar vários atritos. Apesar da história ser séria (baseada em livro Jane Austen), ela é contada de modo leve e agradável, com boas interpretações e um ótimo roteiro.




Ficha Técnica:
Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento (Erin Brockovich, EUA, 2000)
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Julia Roberts, Albert Finney, Aaron Eckhart, Peter Coyote, Marg Helgenberger, Conchata Ferrell, Tracey Walter.


Filme baseado na história real de Erin Brockovich (Julia Roberts) que nos anos noventa trabalhava em um simples escritório de advocacia como arquivista e descobriu que uma empresa de eletricidade despejava dejetos tóxicos nas águas de um rio na Califórnia e estava contaminando toda a água da cidade, com sérias consequências para a população. Com pouco apoio ela foi atrás de provas para o caso, mesmo estando separada e com três filhos para criar sozinha. A história real é um exemplo de luta e o filme um ótimo passatempo e merecida homenagem a personagem real e com direção do bom Steven Soderbergh da trilogia "Onze Homens e Um Segredo".



Ficha Técnica:
Amor Além da Vida (What Dreams May Come, EUA, 1998)
Direção: Vincent Ward
Elenco: Robin Williams, Annabella Sciorra, Cuba Gooding Jr, Max Von Sydow, Rosalind Chao, Lucinda Jenney.


Nesta história de amor triste, Robins Williams e Annabella Sciorra são um casal feliz que perde os dois filho em um acidente, fato este que abala seu casamento. Após algum tempo o personagem de Robins William também morre o que leva Annabella Sciorra a depressão e ao suícidio, mas sua alma acaba indo para outro local, não onde está o personagem de Robin Williams e os filhos, o que faz com que ele em outro mundo, lute com todas as forças para salvar a alma da esposa amada. O diretor neozelandês Vincent Ward usa as cores de forma maravilhosa neste filme e ele é o responsável por um outro grande filme, uma pérola dos anos oitenta pouca conhecida chamada "Navigator - Uma Odisséia no Tempo".



Ficha Técnica:
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulan, França, 2001)
Direção: Jean Pierre Jeunet
Elenco: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Lorella Cravotta.

A sonhadora Amélie Poulan é uma jovem que trabalha como garçonete em Paris e que teve uma infância sofrida, porém não é uma pessoa triste e após o dia em que encontra um caixa de brinquedos escondida atrás do azulejo de seu banheiro, resolve procurar o dono. Começa aí uma fábula sobre amor e bondade, acompanhado por uma bela trilha sonora e cenários coloridos ao estilo do diretor Jeunet que fez também "Delicatessen" e "Aliens - A Ressurreição".

quinta-feira, 6 de março de 2008

Subway


Ficha Técnica:
Subway (França, 1985)
Direção: Luc Besson
Elenco: Isabelle Adjani, Christopher Lambert, Richard Bohringer, Michel Galabru, Jean Hugues Anglade, Jean Pierre Bacri, Jean Claude Lecas, Jean Reno, Eric Serra.

Este filme fez o mundo conhecer o diretor francês Luc Besson, cineasta de estilo próprio que mistura os modos europeu e americano de filmar, sendo muitas vezes criticado por isso, mas que tem uma carreira interessante como diretor e outra extensa como produtor, sua principal ocupação no momento.
A história de "Subway" começa com um perseguição de carros pelas ruas de Paris, onde Christopher Lambert vestido de smoking e os cabelos arrepiados e descoloridos, estilo anos oitenta, foge com documentos roubados de uma festa e está sendo perseguido por Isabelle Adjani e dois seguranças. Após um acidente ele corre para dentro de um estação de metrô, onde será perseguido pelos seguranças e por policiais.

Os destaques do filme, são a trilha sonora de Eric Serra (que faz o papel de um componente de um conjunto no filme) colaborador habitual de Besson e os cenários, com o metrô de Paris mostrado como um mundo a parte onde se misturam ladrões, músicos, vendedores, passageiros, seguranças do metrô e policiais, que transitam por seus túneis e estações, cada um em busca de algo, além do elenco com vários rostos conhecidos hoje, mas na época em início de carreira.

Isabelle Adjani que era a mais famosa na época faz a milionária que persegue o ladrão para recuperar seus documentos, mas ao mesmo tempo sente atração por ele. Já Christopher Lambert deu o segundo grande passo para a fama no papel do ladrão neste filme, ele vinha do sucesso de "Greystoke, a Lenda de Tarzan" e após "Subway" chegou ao auge com "Highlander - O Guerreiro Imortal". Em "Subway" ele faz o papel que repetiu em noventa por cento de sua carreira, o herói não muito integro e sempre cínico.

Para quem não sabe Christopher Lambert após este filmes era um dos astros mais famosos do mundo, mas com escolhas equivocadas e a tendência em trabalhar em filmes de ação com pouca qualidade, sua carreira declinou. Ele ainda fez bons filmes como "Face a Face Com o Inimigo" e "A Fortaleza" e o papel interessante de Lord Rayden em "Mortal Kombat", mas fora isso atuou em várias bombas, tendo como exemplo "Beowulf - O Guerreiro das Sombras", primeira versão sobre o personagem da mitologia escandinava, um daqueles filmes ruíns que merecem até uma crítica, mas que acabam com a carreira de qualquer ator. Como uma luz no fim do túnel, ele aparece em "Southland Tales" de Richard Kelly (diretor do ótimo "Donnie Darko"), filme que deve ser lançado direto em DVD por aqui.

Finalizando, como outros destaques do elenco estão os jovens na época Jean Hugues Anglade (que trabalharia com Isabelle Adjani em "A Rainha Margot") como um trombadinha que anda sempre de patins e Jean Reno como o baterista do conjunto que toca nas estações e nunca larga sua baqueta.

terça-feira, 4 de março de 2008

Não Por Acaso


Ficha Técnica:
Não Por Acaso (Brasil, 2007)
Direção: Phillippe Barcinski
Elenco: Rodrigo Santoro, Leonardo Medeiros, Letícia Sabatella, Branca Messina, Rita Batata, Graziela Moretto, Cássia Kiss, Silvia Lourenço, Cacá Amaral.

Muitos diretores transformam a cidade em onde fazem seus filmes quase em um personagem (Woody Allen e Scorsese com Nova Iorque por exemplo) e um dos pontos interessantes desse "Não Por Acaso" são as paisagens da cidade de São Paulo. Em um ritmo lento a câmera passeia pela cidade para contar a história de alguns personagens que terão suas vidas abaladas em virtude de um acidente. Apesar da premissa dramática, o roteiro tenta mostar que mesmo após um tragédia a vida continua e podem surgir novos caminhos a serem seguidos.

Os personagens principais são o marceneiro Pedro (Rodrigo Santoro) que trabalha montando mesas de sinuca e mora no fundo de sua oficina com a namorada Teresa (Branca Messina) e Ênio (Leonardo Medeiros) um controlador de trafégo que cuida minuciosamente dos semáforos da cidade e não consegue se recuperar da separação da esposa (Graziela Moretto). Os dois tem em comum a idéia de manter a vida sob controle e cada um a seu modo não aceita correr riscos. Porém tudo irá mudar na vida destes dois personagens após um acidente, que fará com que Lúcia (Letícia Sabatella) e Bia (Branca Messina) entrem em suas vidas.

O diretor Phillippe Barcinski conhecido no circuito de curtas, estréia na direção de longas com este drama urbano, muito bem roteirizado e com personagens reais que cometem erros e acertos, o que cria uma empátia com o público.

E por falar nas interpretações, o destaque vai para Leonardo Medeiros que compõe um personagem que fala pouco, sente muito e na maioria das vezes não sabe lidar com isso, mas que consegue passar toda a sua angústia para o espectador.

Este filme vale a pena ser conferido e deixa uma ótima impressão do trabalho do diretor Barcinski, criando uma expectativa para que ele confirme seu talento em um próximo longa.

domingo, 2 de março de 2008

Damages - 1º Temporada


Ficha Técnica:
Damages (Damages, EUA, 2007)
Criadores: Glenn Kessler, Todd A. Kessler & Daniel Zelman
Elenco: Glenn Close, Ted Danson, Rose Byrne, Zeljko Ivanek, Tate Donovan, Noah Bean, Anastasia Griffith, Casey Siemaszko, Maya Davis, Philip Bosco.

A cada ano diversos novos seriados são lançados, alguns não chegam ao fim da primeira temporada e daqueles que conseguem, muitos ainda não terão o contrato renovado para mais temporadas. Um dos destaques deste ano é "Damages", um drama envolvendo a disputa jurídica entre a manipuladora advogada Patty Hewes (Glenn Close) e o milionário Arthur Frobisher (Ted Danson), dono de uma empresa que faliu e deixou funcionários com o prejuízo, sendo que ele vendeu suas ações antes da quebra da empresa. No meio deste imbróglio surge Ellen Parsons (Rose Byrne) que é contratada como assistente de Patty, porém descobrirá aos poucos e da pior forma possível no problema em que se meteu.

Um dos pontos fortes da série é o roteiro, sendo que o modo como a história se desenrola é diferente, ao mesmo tempo que assistimos a disputa jurídica desde o início, é mostrado também o que aconteceu seis meses depois, com isso ficamos esperando o passado encontrar o presente e saber o aconteceu durante este tempo. A série acaba sendo uma luz dentro dos seriados de advogados, que seguem sempre o mesmo esquema de investigação e debate em tribunal, método consagrado na franquia "Law & Order, porém aqui o que vemos nos primeiros episódios são personsgens manipuladores e incescrupulosos que tentam mudar o rumo da história sempre a seu favor, não se importando com os danos causados a terceiros, sem contar na várias reviravoltas que já ocorreram.

O elenco de primeira tem Glenn Close como a advogada calculista, um papel feito a sua medida, Ted Danson apesar de famoso por comédias como as séries "Cheers" e "Becker" está muito bem como o empresário milionário que está enfiado na lama até o pescoço e tenta disfarçar seus erros com um sorriso falso e uma fala mansa. A personagem de Rose Byrne que cai no meio desta disputa, por enquanto se mostra um garota ambiciosa, porém ingênuia que está sendo manipulada, mas que dá a impressão de que irá acontecer uma virada na sua foram de agir até o fim desta temporada. Ainda temos o advogado que trabalha para Ted Danson, vivído por Zeljko Ivanek, que fez o papel do governador corrupto da ótima série "Oz - A Vida é uma Prisão".

Com bons personagens, bom roteiro, várias reviravoltas e situações onde todos tem algo a esconder, "Damages" tem tudo para ser tornar um grande sucesso e conseguir muitos fãs, por sinal a série já teve contrato renovado para mais duas temporadas. Agora é só esperar o desfecho da primeira temporada e torcer para que o nível seja mantido nas próximas.

sábado, 1 de março de 2008

Tropa de Elite



Ficha Técnica:
Tropa de Elite (Brasil, 2007)
Direção: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, Caio Junqueira, André Ramiro, Milhem Cortaz, Fernanda de Freitas, Fernanda Machado, Maria Ribeiro, Fábio Lago, André Felipe, Thogun.

O maior sucesso do cinema brasileiro desde "Cidade de Deus" é um caldeirão de polêmicas, cultuado por uns e odiado por outros, mais com toda certeza cinema de primeira.

O filme tem como personagem principal o Capitão Nascimento (Wagner Moura) veterano do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) que procura um substituto para poder mudar de posição dentro da polícia e conseguir conciliar sua vida profissional com a pessoal, onde sua esposa espera um filho e cobra a presença dele. Durante uma operação ele cruza com dois novatos da polícia, Neto (Caio Junqueira) totalmente explosivo e o calculista estudante de direito André Matias (André Ramiro) e desse encontro ele tem a certeza de ter encontrado seus substitutos, porém diversos acontecimentos mudarão o rumo das coisas e os planos do Capitão Nascimento.

O filme é extremamente violento, porém realista mostrando a ação do BOPE dentro das favelas para prender traficantes, ao mesmo tempo atirando contra vários setores da sociedade que parecem estar lutando a favor do bem, mas que com suas atitudes acabam piorando a situação e em alguns casos até financiando o tráfico indiretamente.

Nesse contexto as críticas sobram para as ONG's montadas por pessoas da classe média alta que tentam mostrar defender os pobres, mas ao mesmo tempo usam drogas que acabam financiando o tráfico e para a polícia militar do Rio de Janeiro que é mostrada como corrupta e despreparada, além de estar totalmente desequipada e tem nas figuras do corrupto Capitão Fábio (o ótimo Milhem Cortaz) e do dublê de mecânico Cabo Tião (Thogun) os grandes exemplos de que muitas coisas estão erradas na corporação.

Com citei a atuação de Milhem Cortaz é ótima, mas o destaque vai para Wagner Moura como o Capitão Nascimento, tanto nos momentos de explosão como nos de angústia, ele passa todo o sentimento com que seu personagem tem que conviver dia a dia, afetando principalmente sua vida pessoal.

O diretor José Padilha fez o documentário "Ônibus 174" sobre o sequestro de um ônibus por um bandido no Rio de Janeiro, bandido este que foi morto na ação policial e após isso ele pesquisou sobre os assuntos da violência e da ação policial para criar "Tropa de Elite".

Finalizando, é um filme que merece ser visto por todos que gostam de cinema, estar a favor ou contra o modo como a história foi contada é algo pessoal, mas devemos lembrar que muitos filmes se tornaram grandes apesar das cenas de violência, que no caso de "Tropa de Elite" foi inserida como parte importante da história e não de forma gratuita.