Expresso do Amanhã (Snowpiercer, Coréia do Sul / EUA /
França / República Tcheca, 2013) – Nota 7,5
Direção – Joon Ho Bong
Elenco – Chris Evans, Jamie Bell, Kang Ho Song. Tilda
Swinton, Ah Sung Ko, John Hurt, Luke Pasqualino, Alison Pill, Ed Harris,
Octavia Spencer, Ewen Bremner.
Para combater o aquecimento global, vários países lançaram
na atmosfera uma espécie de produto químico com o objetivo de esfriar o
planeta, porém o resultado foi o congelamento da Terra e a morte de todas as
espécies. Os únicos sobreviventes foram resgatados por um expresso construído
por um sujeito chamado Wilford. O excêntrico milionário construiu também uma
via férrea que passa atravessa todo o planeta. O expresso gera sua própria
energia e nunca para.
O que poderia ser oásis em meio ao caos, na realidade se
torna uma sociedade extremamente autoritária. Na primeira classe que fica nos
vagões da frente, a elite aproveita uma vida fútil de luxo, enquanto nos
últimos vagões os pobres se espremem em pequenos espaços, se alimentam de uma
estranha barra de proteínas gosmenta e são vigiados por guardas armados.
Neste
contexto, Curtis (Chris Evans) espera o momento certo para iniciar uma
revolução, sendo apoiado pelo líder veterano e debilitado Gilliam (John Hurt),
que por sua vez recebe bilhetes de uma pessoa não identificada que oferece
informações para ajudar a revolução. Um determinado bilhete cita que a chave
para tomar o expresso está em um sujeito especialista em segurança que está
preso (Kang Ho Song).
O diretor coreano Joon Hon Bong comandou três filmaços em
seu país natal, os policiais “Memórias de um Assassino” e “Mother – A Busca
Pela Verdade”, além da ficção “O
Hospedeiro”. O sucesso destes trabalhos criou uma enorme expectativa com este
longa com cenário pós-apocalíptico e elenco internacional.
O filme dividiu a
crítica, sendo inferior aos outros trabalhos do diretor, mas fica longe de ser ruim,
principalmente pela originalidade do estilo e a trama que cria um microcosmos
do mundo dentro do expresso. A divisão de classes, o preconceito, a violência, os
líderes manipuladores, o culto cego e quase religioso ao tal de Wilford, entre
várias outras situações demostram todos os defeitos que existem na sociedade
atual, que aumentam de intensidade em momentos de crise.
Vale ressaltar que o
estilo do diretor gera cenas e personagens estranhos, como a “chefe”
interpretada por Tilda Swinton e a sequência dentro do vagão da escola que
lembra o colorido exagerado dos filmes de Wes Anderson.
O longa fez grande
sucesso na Coréia do Sul, porém a distribuição nos EUA e na América Latina
ficou por conta de Harvey Weinsten, que entrou em conflito com Joon Ho Bong
exigindo que fossem feitos cortes, principalmente nas cenas com personagens
orientais, fato que atrasou a estreia do filme até que se chegasse a um acordo.
Finalizando, os pontos positivos do elenco são o coreano Kang Ho Song, parceiro
do diretor em “Memórias de um Assassino” e “O Hospedeiro” e o surpreendente
Chris Evans, que mesmo continuando a ser o Capitão América, parece ter a
intenção de variar papéis em filmes sérios, tendo aqui um ótimo desempenho,
assim como teve interpretando um assassino psicopata no pouco visto “O Homem de
Gelo” de 2012.
2 comentários:
Sigo curiosa em relação a esse filme. Ainda não tive oportunidade de ver...
bjs
Amanda - O filme tem um narrativa diferente que vale a sessão.
Bjos
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