segunda-feira, 7 de julho de 2025

Núpcias do Escândalo

 

Núpcias do Escândalo (The Philadelphia Story, EUA, 1940) – Nota 8
Direção – George Cukor
Elenco – Cary Grant, Katharine Hepburn, James Stewart, Ruth Hussey, Roland Young, John Howard.

Dexter (Cary Grant) e Tracy (Katharine) tiveram um casamento conturbado e se divorciaram. Dois anos depois, Tracy está prestes a casar novamente quando Dexter, que é jornalista, recebe a missão de fazer uma entrevista com ela. No mesmo dia, Mike (James Stewart) e Liz (Ruth Hussey), que são amigos da noiva, aparecem em sua casa e se envolvem na inusitada situação. 

Este longa produzido há oitenta e cinco anos continua extremamente atual no conteúdo ao focar nos problemas de relacionamento entre casais, entre amigos e no jornalismo de fofoca que vasculha a vida de ricos e famosos em busca de escândalos. 

A questão do divórcio e de um segundo casamento era uma tema polêmico para época, algo que ajudou no sucesso do longa. As ótimas atuações Cary Grant, Katherine Hepburn e James Stewart são outro ponto alto, valorizados pelos diálogos afiados do roteiro.

domingo, 6 de julho de 2025

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

 

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, EUA, 1977) – Nota 8
Direção – Woody Allen
Elenco – Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Paul Simon, Shelley Duvall, Colleen Dewhurst, Christopher Walken, Janet Margolin

Alvy Singer (Woody Allen) é um comediante que um ano após se separar da aspirante a cantora Annie (Diane Keaton), tenta entender porque o relacionamento não deu certo. Através de flashbacks, o espectador verá as idas e vindas e os altos e baixos do relacionamento. 

Considerado por muitos como o melhor filme de Woody Allen, este “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” foi o primeiro trabalho em que ele mostrou sua crítica ao estilo de vida das pessoas em Nova York, aos pseudointelectuais e as dificuldades dos relacionamentos através de discussões, traições e terapias. 

O casal de protagonistas está longe de ser agradável, eles são pessoas repletas de defeitos, uma escolha que Woody Allen voltaria a fazer na maioria de seus filmes posteriores.

sábado, 5 de julho de 2025

Confinado

 

Confinado (Locked, EUA / Canadá, 2025) – Nota 5,5
Direção – David Yarovesky
Elenco – Bill Skarsgard, Anthony Hopkins, Ashley Cartwright, Michael Eklund, Navid Charkhi.

Eddie (Bill Skarsgard) é um ladrão que precisa de dinheiro para pagar o conserto de sua van. Em um estacionamento, ele decide entrar em um carro de luxo em busca de algo de valor, porém é surpreendido ao perceber que está trancado no automóvel. Uma voz (Anthony Hopkins) surge pelo computador do carro dando início a um jogo em que o desconhecido é o juiz, enquanto Eddie é o acusado. 

Este longa é uma refilmagem de uma produção argentina de 2019 chamada “4x4” que foi dirigida e roteirizada pela dupla Mariano Cohn e Gaston Duprat. A trama é ao mesmo tempo inusitada e previsível, bebendo na fonte de obras diversas como a franquia “Jogos Mortais” e longas como “Por um Fio” e “Celular – Um Grito de Socorro”, em que um personagem misterioso transforma o “culpado” em alvo de sua vingança. 

O filme tem algumas coisas interessantes como mostrar o outro lado da Los Angeles atual repleta de drogados e pessoas nas ruas, além de criar uma discussão entre os dois personagens principais sobre de quem é a culpa disso tudo. 

O problema é que o roteiro tenta transformar o criminoso em vítima, colocando em cena o amor dele pela filha pequena, mesmo ele sendo pai ausente e irresponsável. O ritmo agitado e parte final é repleta de furos, resultando em um diversão totalmente esquecível.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Beneath the Fold

 

Beneath the Fold (Beneath the Fold, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Neil Thomas Kirny
Elenco – Scott Cohen, Frederick Weller, Jelani Alladin, Jamie Lee, Nick Dillenburg, Dacey Else, Max Garfin.

Nova York, 2009. Em meio a crise econômica causada pelo estouro da chamada “Bolha Imobiliária”, um jornal em papel passa também por uma grande crise com o início da migração das notícias para a internet. Com orçamento apertado e sem saber exatamente como enfrentar a nova realidade, um grupo de jornalistas trabalha tentando manter a empresa funcionando. 

Este longa independente é praticamente um teatro filmado em preto e branco dentro de um sala de um decadente jornal onde os personagens discutem sobre as notícias que valem ou não a pena serem exploradas e divulgadas. 

O clima é de desesperança e final de uma era, em que o jornal em papel com as noticias do dia anterior estava dando lugar a história em tempo real. 

Não chega a ser um filme profundo, o foco é sobre essa mudança e em parte também sobre como a maioria dos jornalistas ignoram qualquer sentimento ou consequência da divulgação das notícias na vida dos envolvidos.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O Esquema Fenício

 

O Esquema Fenício (The Phoenician Scheme, EUA / Alemanha, 2025) – Nota 6
Direção – Wes Anderson
Elenco – Benicio Del Toro, Mia Threapleton, Michael Cera, Riz Ahmed, Tom Hanks, Bryan Cranston. Willem Dafoe, Mathieu Amalric, Jeffrey Wright, Scarlett Johansson, Bill Murray, Benedict Cumberbatch, Alex Jennings, Rupert Friend, F. Murray Abraham, Donald Sumpter, Charlotte Gainsbourg.

Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) é um industrial que sobreviveu a algumas tentativas de assassinato e por esse motivo decide se aproximar de sua filha Liesl (Mia Threapleton), que é uma noviça prestes a se tornar freira. Zsa-Zsa escolhe também a filha para ser sua herdeira, ao mesmo tempo em que busca financiamento para uma megaconstrução que pretende realizar. 

O cinema de Wes Anderson repleto de cores, personagens excêntricos e histórias bizarras já renderam grandes filmes como “O Grande Hotel Budapeste” e “Moonrise Kingdom”, mas também outros no máximo razoáveis como “A Crônica Francesa” e “Asteroid City”. 

A produção é caprichada, mas em momento algum o espectador consegue se conectar com a trama que mais parece uma desculpa para o diretor desfilar seu estilo. A relação entre pai e filha é rasa, assim com a jornada em busca de dinheiro, mesmo cruzando o caminho de vários personagens impagáveis interpretados pelo elenco repleto de famosos. 

É um filme indicado para quem gosta do estilo do diretor.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

The 4:30 Movie

 

The 4:30 Movie (The 4:30 Movie, EUA, 2024) – Nota 6
Direção – Kevin Smith
Elenco – Austin Zajur, Nicholas Cirillo, Reed Northrup, Siena Agudong, Ken Jeong, Kate Micucci, Sam Richardson, Genesis Rodriguez, Jeff Anderson, Justin Long, Jennifer Schwalbach Smith, Harley Quinn Smith, Jason Mewes, Jason Biggs, Diedrich Bader, Logic, Rachel Dratch, Jason Lee, Adam Pally, Rosario Dawson.

New Jersey, 1986. Três adolescentes planejam passar o sábado assistindo três filmes em uma sala de cinema pagando somente um ingresso cada, com um dos filmes sendo com censura para dezoito anos. Um dos garotos ainda espera levar para uma das sessões a garota por quem está apaixonado. 

Este é um filme autobiográfico de Kevin Smith, diretor especialista em cultura pop dos anos oitenta, que sempre explora sua memória afetiva em seus trabalhos. Está longe de ser um dos seus melhores filmes, mesmo assim a ambientação em uma época bem diferente dos dias atuais é bastante divertida para quem viveu os anos oitenta. Sem internet e celulares, os jovens viviam o dia a dia enfrentando situações reais aprendendo a lidar com sentimentos, desejos e frustrações. 

Além da temática, o destaque fica para as diversas participações do habituais parceiros de Kevin Smith como Jason Mewes, Justin Long, Jason Lee e Rosario Dawson, além do impagável gerente do cinema interpretado por Ken Jeong e os trailers falsos de três filmes com a cara dos anos oitenta.

terça-feira, 1 de julho de 2025

O Canhoneiro do Yang-Tsé

 

O Canhoneiro do Yang-Tsé (The Sand Pebbles, EUA, 1996) – Nota 7,5
Direção – Robert Wise
Elenco – Steve McQueen, Richard Attenborough, Richard Crenna, Candice Bergen, Mako, Marayat Andriane, Larry Gates, Simon Oakland, Gavin McLeod.

China, 1926. O engenheiro naval Jake (Steve McQueen) presta serviços em um navio de guerra americano em meio as tensões com a China. Essa disputa se alastra entre os próprios marinheiros, sendo alguns deles chineses, ficando ainda pior quando French (Richard Attenborough), que é amigo de Jake, se envolve com uma jovem chinesa. 

Este longa baseado em um famoso livro segue o estilo clássico da Hollywood dos anos cinquenta e sessenta. Tem um longa duração de três horas, belíssima fotografia, boas interpretações, uma trama bastante interessante com a questão da revolução chinesa que dava sinais que aconteceria e também uma narrativa que hoje se mostra cansativa para o público atual. 

Destaque para as atuações do quarteto principal, com o astro Steve McQueen, o futuro diretor Richard Attenborough, uma jovem Candice Bergen e o competente Richard Crenna, famoso pelo papel do Coronel Trautman em “Rambo”.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Perseguindo Abbott & Conspiração Implacável

 

Perseguindo Abbott (Survivor, EUA / Inglaterra, 2015) – Nota 5,5
Direção – James McTeigue
Elenco – Milla Jovovich, Pierce Brosnan, Dylan McDermott, Robert Forster, Roger Rees, James D’Arcy, Angela Bassett, Corey Johnson, Benno Furmann, Frances de la Tour.

Kate Abbott (Milla Jovovich) é uma agente federal americana que trabalha em Londres e se torna a única sobrevivente de um ataque à bomba que matou toda sua equipe. Transformada ao mesmo tempo em suspeita do atentado e alvo do verdadeiro assassino (Pierce Brosnan), ela precisa correr e lutar para salvar sua vida e provar sua inocência. 

Este longa tem até uma boa premissa sobre conspiração e uma competente dupla de protagonistas. Mesmo longe de ser grande atriz, Milla Jovovich tem talento para sequências de ação, enquanto Pierce Brosnan interpreta um assassino cruel. 

O grande problema é que o roteiro é repleto de furos e clichês, levando até um final abrupto onde tudo se resolve de forma fácil. É um filme de ação agitado e esquecível.

Conspiração Implacável (Trigger Point, Canadá / EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Brad Turner
Elenco – Barry Pepper, Colm Feore, Eve Harlow, Carlo Rota, Jayne Eastwood, Nazneen Contractor, Laura Vandervoort, Karen Robinson.

Nicolas (Barry Pepper) é um ex-agente de operações especiais que vive com uma nova identidade em uma pequena cidade americana. Ao ser localizado por seu antigo chefe (Colm Feore), ele é obrigado a voltar à ativa para ajudar o sujeito a encontrar a filha que foi sequestrada. 

Este longa tem um premissa comum a muitos do filmes do gênero, que quando bem desenvolvida pode render algo interessante. Infelizmente o roteiro tem muitas falhas e a até as sequências de ação são fracas. A cara de série de tv fica ainda mais forte com o final que deixa um enorme gancho em aberto.

domingo, 29 de junho de 2025

Happy Face: Um Serial Killer

 

Happy Face: Um Serial Killer (Happy Face, EUA, 2025) – Nota 5,5
Criação – Jennifer Cacicio
Elenco – Annaleigh Ashford, Dennis Quaid, James Wolk, Tamera Tomakili, Khiyla Aynne, Benjamin Mackey, Connor Paton, David Harewood, Damon Gupta, Michael O’Neill, Momona Tamada, Marci T. House, Nola Augustson.

Décadas após estar cumprindo prisão perpétua, o assassino conhecido como Happy Face (Dennis Quaid) deseja chamar a atenção da filha Melissa (Annaleigh Ashford), que trabalha em uma emissora de tv. Happy Face alega que um inocente foi condenado à morte por um crime que ele cometeu. A história cresce e praticamente obriga Melissa a lidar novamente com o pai assassino e tentar descobrir a verdade. 

Esta produção tem coisas que parecem não se encaixar. Por ser inspirada em uma história real, era esperado que fosse uma minissérie, porém foi lançada como série e após oito episódios ainda deixou ganchos para talvez uma segunda temporada. 

Essa escolha atrapalha bastante, além de algumas situações clichês e uma caricata interpretação de Dennis Quaid. A produção é caprichada e a narrativa até prende a atenção, mas analisando a fundo, é um material que poderia ser sido muito melhor explorado.

sábado, 28 de junho de 2025

Busca Frenética

 

Busca Frenética (Frantic, França / EUA / Canadá / Inglaterra / Holanda, 1988) – Nota 7,5
Direção – Roman Polanski
Elenco – Harrison Ford, Emanuelle Seigner, Betty Buckley, John Mahoney.

Richard (Harrison Ford) é um médico que viaja para Paris com o objetivo de participar de um congresso e também aproveitar a cidade ao lado da esposa (Betty Buckley). O que seria um ótimo passeio se transforma em pesadelo quando sua esposa desaparece do hotel. Desesperado, Richard inicia uma busca pela esposa, variando entre locais turísticos e bairros decadentes, cruzando o caminho de personagens marginais tentando entender o que realmente aconteceu. 

O diretor Roman Polanki vinha do enorme fracasso da aventura “Piratas” quando decidiu comandar esse suspense que bebe na fonte dos longas de Hitchcock ao explorar uma trama em que um protagonista perdido tenta resolver o desaparecimento sem ter pistas ou experiência em uma situação semelhante. Esse desconforto intercalado com sequências de suspense e personagens dúbios eram comuns nas obras de Hitchcock. 

É interessante também o desenvolvimento do personagem de Harrison Ford, que mesmo sofrendo ao enfrentar situações perigosas, termina sentindo um certo prazer em algo novo em meio a sua vida burocrática. 

É um filme que deveria ser mais lembrado nas carreiras de Polanski e Ford.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Marcando em Cima, A Mulher do Chefe & Policial Por Acaso

 

Marcando em Cima (Checking Out, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – David Leland
Elenco – Jeff Daniels, Melanie Mayron, Michael Tucker, Kathleen York, Ann Magnuson, Alan Harvey, Ian Wolfe.

Ray (Jeff Daniels) é um executivo de uma companhia aérea que fica traumatizado e se torna hipocondríaco após ver um colega morrer de forma fulminante enquanto contava uma piada. Seu medo de morrer cria situações patéticas que afetam sua vida profissional e seu casamento. 

Este longa com pitadas de um estranho humor, absurdos e situações até de fantasia tem mais curiosidades atrás das câmeras do que na tela. O longa foi produzido pelo Beatle George Harrison, que inclusive tem uma pequena participação em uma cena. 

O diretor inglês David Leland tinha alguma fama no circuito de arte pelo cult “Gostaria que Você Estivesse Aqui” produzido no ano anterior. E o roteirista Joe Esztehas ficaria famoso em 1992 ao assinar a trama de "Instinto Selvagem".

A Mulher do Chefe (The Boss’ Wife, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Ziggy Steinberg
Elenco – Daniel Stern, Arielle Domsbale, Fisher Stevens, Melanie Mayron, Christopher Plummer, Lou Jacobi, Martin Mull, Robert Constanzo.

Joel (Daniel Stern) trabalha em uma empresa de investimentos com o objetivo de subir na carreira. Casado com Janet (Melanie Mayron), ele enfrenta problemas de fertilidade, ao mesmo tempo em que é seduzido pela jovem esposa do dono da empresa, a sensual Louise (Arielle Dombasle). 

Essa é uma comédia típica dos anos oitenta ao colocar infidelidade, nudez, ambição e piadas bobas no mesmo balaio. É curioso notar que o antigo astro Christopher Plummer estava em um fase de escolhas ruins, algo que conseguiu superior e voltar a ter bom papéis apenas na metade dos anos noventa até sua morte em 2021.

Policial Por Acaso (Off Beat, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Michael Dinner
Elenco – Judge Reinhold, Meg Tilly, Cleavant Derricks, Joe Mantegna, Amy Wright, John Turturro, James Tolkan, Julie Bovasso, Anthony Zerbe, Fred Gwynne, Harvey Keitel, Victor Argo, Austin Pendleton, Penn Jillette.

Joe (Judge Reinhold) é um segurança de biblioteca que para ajudar um amigo policial (Cleavant Derricks) a investigar um caso, se faz passar também por policial. A situação sai do controle quando ele se apaixona pela policial verdadeira Rachel (Meg Tilly). 

É outra comédia dos anos oitenta que se apoia em uma farsa para criar uma trama policial fraca misturada com romance. O filme foi uma tentativa de emplacar a carreira de Judge Reinhold, que se destacou como coadjuvante em “Um Tira da Pesada”. A bela Meg Tilly vinha do sucesso de crítica “Agnes de Deus”, mas pouco pode fazer para melhor o filme.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Meu Filho, Nosso Mundo

 

Meu Filho, Nosso Mundo (Ezra, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Tony Goldwyn
Elenco – Bobby Cannavale, Robert De Niro, William A. Fitzgerald, Rose Byrne, Vera Farmiga, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn.

Max (Bobby Cannavale) é um comediante de stand-up que sofre para tentar ajudar o filho Ezra (William A. Fitzgerald) que é autista e que mora com a mãe (Rose Byrne). Uma série de situações leva Max a tomar a atitude extrema de levar o garoto para uma viagem, mesmo contra a vontade da mãe. 

Este drama com pitadas de comédia claramente foi produzido para colocar em foco o tema do autismo. Ao mesmo tempo em que o roteiro tenta desmistificar o tema, por outro lado ele também apela para algumas situações exageradas que não convencem. 

O melhor do filme fica para a trinca de atores. Mesmo repetindo o estilo falastrão de outros papéis, Bobby Cannavale consegue passar toda a angústia do seu personagem, assim como Robert De Niro está bem interpretando o avô e destaque principalmente para a espontânea interpretação do garotinho William A. Fitzgerald.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Lua de Papel, No Mundo do Cinema & Muito Riso e Muita Alegria

 

Lua de Papel (Paper Moon, EUA, 1973) – Nota 8
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O’Neal, Tatum O’Neal, Madeline Kahn, John Hillerman, Randy Quaid, Noble Willingham.

Kansas, anos trinta. Durante a Depressão Americana, a garotinha Addie (Tatum O’Neal) perde a mãe. No enterro aparece um sujeito chamado Moses (Ryan O’Neal), que algumas pessoas acreditam ser o pai verdadeiro de Addie. Mesmo a contragosto, Moses aceita tomar conta de Addie, levando a garota pelas cidades decadentes da região ensinando como sobreviver enganando as pessoas com a venda de bíblias e pequenos golpes. 

Vários filmes dos anos setenta contam histórias que se passam os anos trinta, normalmente dramas mostrando a dura vida a população durante a crise econômica que alastrou a pobreza pelo país. 

Este ótimo longa muda um pouco o foco e a forma de abordar o tema ao misturar drama e comédia na relação entre pai e filha, que por sinal ganha muitos pontos pela espontânea atuação de Tatum O’Neal, que de forma surpreendente vendeu o Oscar de Atriz Coadjuvante. 

Filha do astro Ryan O’Neal, eles voltaram a atuar juntos sobre o comando de Peter Bogdanovich em “No Mundo do Cinema”, porém ela jamais conseguir se firmar na carreira.

No Mundo do Cinema (Nickelodeon, EUA, 1976) – Nota 7
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O'Neal, Burt Reynolds, Tatum O'Neal, Brian Keith, John Ritter, Stella Stevens, Jane Hitchcock, Brion James.

Los Angeles, 1910. Nos primórdios do cinema, algumas situações levam um advogado (Ryan O’Neal) a ser tornar diretor e um sujeito comum (Burt Reynolds) se revela um novo astro em meio a improvisos e confusões durante as filmagens. 

O diretor Peter Bogdanovich faz uma homenagem ao “desbravadores” do cinema. Pessoas comuns que se arriscaram em algo totalmente novo sem saber que aquilo que se tornaria em uma das maiores indústrias do mundo. 

O longa tem várias sequências divertidas, inclusive algumas beirando o pastelão, o que em parte levou a obra a fracassar nas bilheterias na época. Além da dupla principal, destaque para a adolescente Tatum O’Neal e para o veterano Brian Keith.

Muito Riso e Muita Alegria (They All Laughed, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ben Gazzara, Audrey Hepburn, John Ritter, Dorothy Stratten, Blaine Novak, Colleen Camp, Patti Hansen.

Em Nova York, John (Ben Gazzara) e Charles (John Ritter) são detetives particulares que são contratados por maridos que acreditam que suas esposas tem amantes. Ao invés de resolverem os caros, eles terminam se envolvendo com seus alvos. 

Esta comédia romântica dirigida por Peter Bogdanovich é muito mais lembrada por uma tragédia, do que pela qualidade. Bogdanovich deu um dos papéis principais para a modelo Dorothy Stratten, com quem ele teve um affair. 

A situação saiu do controle porque Dorothy era casada com um sujeito extremamente ciumento que descobriu o caso e assassinou a esposa antes do filme ser lançado. Essa terrível história foi retratada no longa “Star 80” produzido em 1983.