quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Animais Noturnos

Animais Noturnos (Nocturnal Animals, EUA, 2016) – Nota 7,5
Direção – Tom Ford
Elenco – Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor Johnson, Isla Fisher, Ellie Bamber, Armie Hammer, Karl Glusman, Robert Aramayo, Laura Linney, Andrea Riseborough, Michael Sheen.

Três narrativas em períodos diferentes amarram este interessante longa sobre vingança.

Nos dias atuais, Susan (Amy Adams), que é dona de uma galeria de arte, passa por uma crise no casamento com Hutton (Armie Hammer). Ao receber uma cópia do livro que o ex-marido Edward (Jake Gyllenhaal) terminou de escrever, Susan mergulha na assustadora trama literária e relembra o antigo relacionamento.

Estas duas narrativas são mostradas em flashback. A relação do ex-casal não chega a empolgar. Vemos o encontro que deu inicio ao namoro e as diferenças que levaram a separação. A crise de Susan com o marido também é desenvolvida friamente.  

A narrativa mais forte é com certeza a terceira, que foca na trama do livro. Nele, um pai de família chamado Tony Hastings (Jake Gyllenhaal novamente), sua esposa (Isla Fisher) e sua filha adolescente (Ellie Bambier) são perseguidos em uma estrada deserta do Texas por um carro com três sujeitos perigosos, situação que resulta em consequências trágicas.

É um filme que dividiu a crítica. A ótima parte técnica e a narrativa estilosa chamam a atenção, por outro lado, a diferença de qualidade das tramas atrapalha um pouco. Os dramas dos casamentos da personagem de Amy Adams perdem muito em relação a trama do livro, que por si só carrega o filme. Mesmo que a cena final entregue a verdade, é legal a pequena dúvida que fica durante o filme, se realmente a história do livro ocorreu ou não com o escritor. 

Por mais que Amy Adams e Jake Gyllenhall tenham atuações corretas, os destaques do elenco ficam para dois coadjuvantes. O sempre marcante Michael Shannon rouba a cena como o policial texano clássico e um irreconhecível Aaron Taylor Johnson se mostra assustador como um dos delinquentes da estrada. 

Apesar da irregularidade, o resultado é bom filme.

7 comentários:

Rodrigo Mendes disse...

Tom Ford...um cara que precisa ser avaliado. Como designer de moda ele sempre foi um sucesso, mas com a ascensão carreira no cinema como diretor-roteirista (figurinista é um departamento perfeito para ele) ainda é algo que não deve ser superestimado. Gostei de "Direito de Amar", justamente pelo visual (uma cena em questão mostrava o cartaz do filme Psicose atrás de dois personagens), ou seja, ele acaba tendo esse olhar incrível quanto a luz, fotografia, figurinos, direção de arte, mas já em Direito de Amar o roteiro, a narrativa, enfadonho! E, revendo o filme, uma história melancólica de um homem que não quer continuar a viver depois de perder o amor de sua vida, enfim, pra mim foi a fossa! Talvez se ele contratasse alguém pra escrever suas ideias. Um roteirista que saiba botar no papel apropriadamente. Ainda não assisti Animais Noturnos. Obviamente irei conferir em breve.

Abs.

Liliane de Paula disse...

Vc deu uma boa nota.
E Tom Ford como diretor, não sei avaliar.
Minha avaliação é o enredo, a veracidade das histórias contadas.

Ontem vi um Documentário muito bom, feito pelo filho Jacob Bernstein.
Sobre Nora Ephron, escritora, roteirista.

Hugo disse...

Rodrigo - Não assisti este outro filme de Tom Ford. O problema neste "Animais Noturnos" e a irregularidade de ritmo entre as três tramas. Faltou algo para ser um grande filme.

Liliane - Nora Ephron fez uma boa carreira como diretora e roteirista, sempre em comédias.

Abraço

bruno knott disse...

filme excelente, acho que até melhor do que 'direito de amar' e realmente, as sequências do livro são de longe as melhores partes.

Hugo disse...

Bruno - Ainda não assisti "Direito de Amar" para poder fazer alguma comparação.

Abraço

Amanda Aouad disse...

Michael Shannon e Aaron Taylor Johnson estão ótimos mesmo, e sem dúvidas, a parte do livro é a melhor. Mas é um filme que me incomoda em diversos aspectos. Acho que o que faz os filmes dele ganhar tanta admiração é mesmo o tratamento estético. A roupagem é melhor que o conteúdo, rs. Mas entendo e respeito os que amaram o resultado.

bjs

Hugo disse...

Amanda - É isso mesmo, a estética esconde alguns defeitos, principalmente nas histórias dos casamento de Amy Adams.

Bjos