Negócio das Arábias (A Hologram for the King, EUA / França /
Alemanha / EUA / México, 2016) – Nota 7,5
Direção – Tom Tykwer
Elenco – Tom Hanks, Alexander Black, Sarita Choudhury,
Sidsen Babett Knudsen, Tracey Fairaway, Jane Perry, Tom Skerritt, Ben Whishaw.
Alan Clay (Tom Hanks) é enviado para Arábia Saudita com a
missão de vender uma nova tecnologia para o rei daquele país que está construindo um megaempreendimento no meio do deserto.
Passando por uma grave crise existencial, consequência da separação da esposa, da falta de dinheiro
para pagar a universidade para a filha e por uma complicada decisão profissional
que tomou tempos atrás, Alan vê na negociação uma espécie de última chance para
se reerguer.
O primeiro terço do filme, assim como o título nacional, passa a
impressão de que veríamos uma comédia de erros focada na diferença de costumes
entre americanos e árabes, porém no desenrolar da narrativa a trama muda o foco
inserindo pitadas de drama, além de uma crítica social nas entrelinhas.
O
interessante do roteiro é que ele não divide a história entre mocinhos e
vilões, os dois lados são mostrados com virtudes e defeitos. Do lado americano são discutidas as consequências da crise de 2008 que levou muitas empresas a
transferir sua produção para o oriente em troca de um corte de custos, fato que resultou no aumento do desemprego nos Estados Unidos.
Por outro lado, a Arábia Saudita é mostrada
como um país que passa para o mundo a imagem de uma sociedade islâmica ortodoxa, mas no fundo esconde seus pecados, seja a exploração de imigrantes no trabalho e as
festas e bebidas que a elite aproveita de forma privada.
O filme é valorizado
pela interpretação de Tom Hanks, que ao mesmo tempo passa simpatia e angústia
em seu personagem. Outro destaque é o estreante Alexander Black, que interpreta
o engraçado motorista árabe de forma perfeita. Foi até uma surpresa descobrir
que o ator é americano.
Recheada de músicas pop dos anos oitenta e com uma
cena inicial de sonho do personagem de Hanks ao som de “Once a Lifetime” da
banda Talking Heads, a trilha sonora é outro ponto alto.
Mesmo não sendo cult
como “Lola, Corra Lola” ou instigante como “A Viagem” que comandou em parceria com os irmãos
Wachowski, novamente o alemão Tom Tykwer comprova ser um diretor diferenciado.
6 comentários:
Na lista. Sou apreciador dos filmes de Tom Tykwer (mesmo errando naquele "Trama Internacional"). E ainda Tom Hanks no elenco? Não pode ser irregular.
Abraço.
Rodrigo - É um diretor criativo. Ainda não assisti "Trama Internacional".
Abraço
Detestei Corra, Lola corra.
Ou melhor, não entendi nada. Ou quase nada.
Liliane - É um filme muito bom, talvez vc tenha começado a assistir da metade ou algo assim.
Quero ver, gosto dos filmes de Tom Tykwer, a historia desse me chamou a atenção!!
Marília - A história vai além de uma simples comédia. Vale a conferida.
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