quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Negócio das Arábias

Negócio das Arábias (A Hologram for the King, EUA / França / Alemanha / EUA / México, 2016) – Nota 7,5
Direção – Tom Tykwer
Elenco – Tom Hanks, Alexander Black, Sarita Choudhury, Sidsen Babett Knudsen, Tracey Fairaway, Jane Perry, Tom Skerritt, Ben Whishaw.

Alan Clay (Tom Hanks) é enviado para Arábia Saudita com a missão de vender uma nova tecnologia para o rei daquele país que está construindo um megaempreendimento no meio do deserto. 

Passando por uma grave crise existencial, consequência da separação da esposa, da falta de dinheiro para pagar a universidade para a filha e por uma complicada decisão profissional que tomou tempos atrás, Alan vê na negociação uma espécie de última chance para se reerguer. 

O primeiro terço do filme, assim como o título nacional, passa a impressão de que veríamos uma comédia de erros focada na diferença de costumes entre americanos e árabes, porém no desenrolar da narrativa a trama muda o foco inserindo pitadas de drama, além de uma crítica social nas entrelinhas. 

O interessante do roteiro é que ele não divide a história entre mocinhos e vilões, os dois lados são mostrados com virtudes e defeitos. Do lado americano são discutidas as consequências da crise de 2008 que levou muitas empresas a transferir sua produção para o oriente em troca de um corte de custos, fato que resultou no aumento do desemprego nos Estados Unidos. 

Por outro lado, a Arábia Saudita é mostrada como um país que passa para o mundo a imagem de uma sociedade islâmica ortodoxa, mas no fundo esconde seus pecados, seja a exploração de imigrantes no trabalho e as festas e bebidas que a elite aproveita de forma privada. 

O filme é valorizado pela interpretação de Tom Hanks, que ao mesmo tempo passa simpatia e angústia em seu personagem. Outro destaque é o estreante Alexander Black, que interpreta o engraçado motorista árabe de forma perfeita. Foi até uma surpresa descobrir que o ator é americano. 

Recheada de músicas pop dos anos oitenta e com uma cena inicial de sonho do personagem de Hanks ao som de “Once a Lifetime” da banda Talking Heads, a trilha sonora é outro ponto alto. 

Mesmo não sendo cult como “Lola, Corra Lola” ou instigante como “A Viagem” que comandou em parceria com os irmãos Wachowski, novamente o alemão Tom Tykwer comprova ser um diretor diferenciado. 

6 comentários:

Rodrigo Mendes disse...

Na lista. Sou apreciador dos filmes de Tom Tykwer (mesmo errando naquele "Trama Internacional"). E ainda Tom Hanks no elenco? Não pode ser irregular.

Abraço.

Hugo disse...

Rodrigo - É um diretor criativo. Ainda não assisti "Trama Internacional".

Abraço

Liliane de Paula disse...

Detestei Corra, Lola corra.
Ou melhor, não entendi nada. Ou quase nada.

Hugo disse...

Liliane - É um filme muito bom, talvez vc tenha começado a assistir da metade ou algo assim.

Marília Tasso disse...

Quero ver, gosto dos filmes de Tom Tykwer, a historia desse me chamou a atenção!!

Hugo disse...

Marília - A história vai além de uma simples comédia. Vale a conferida.