99 Homes (99 Homes, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – Ramin Bahrani
Elenco – Michael Shannon, Andrew Garfield, Laura Dern,
Clancy Brown, Tim Guinee, Noah Lomax.
Em Orlando, na Flórida, sem conseguir pagar a hipoteca da casa onde mora desde criança, Dennis Nash (Andrew Garfield) é ignorado pelo juiz no tribunal,
que dá ganho de causa ao banco credor. No dia seguinte, o corretor de imóveis
Rick Carver (Michael Shannon) chega à casa de Dennis acompanhado de policiais
para formalizar o despejo.
Obrigado a sair de casa com a mãe (Laura Dern) e o
filho pré-adolescente (Noah Lomax) e seguir para um motel, Dennis não se
conforma com a situação. Um determinado fato o aproxima de Carver, que decide
contratá-lo. O serviço de Dennis se torna ajudar Carver e sua equipe a expulsar
devedores de suas casas.
A crise financeira que explodiu nos Estados Unidos em
2008 resultou em alguns filmes interessantes como “Margin Call”, “Grande Demais
Para Quebrar” e o atual “A Grande Aposta”, porém todos voltados para mostrar o
problema no topo da pirâmide. A proposta aqui é diferente, o foco é descrever o
sofrimento de pessoas que perderam o emprego durante a crise, não conseguiram
pagar suas dívidas e foram despejadas de suas casas, ou seja, a consequência do caos financeiro na vida
do cidadão comum.
O roteiro escrito pelo diretor Ramin Bahrani explora também o
mantra repetido por alguns espertos, que dizem que as “oportunidades surgem na
crise”. Esta frase é o combustível do personagem de Michael Shannon, que se
aproveita da crise para enriquecer com os despejos, sem demonstrar sentimento
de remorso algum.
Por sinal, as sequências dos despejos são angustiantes ao
mostrar o desespero de alguns e o desemparo de outros, incluindo uma dolorosa
cena com um idoso.
É um filme triste, daqueles que causam revolta em relação a
ganância e a falta de empatia dos seres humanos em relação ao próximo.
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