O Substituto (Detachment, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Tony Kaye
Elenco – Adrien Brody, Marcia Gay Harden, Sami Gayle, James
Caan, Christina Hendricks, Lucy Liu, Blythe Danner, Tim Blake Nelson, William
Petersen, Bryan Cranston, Betty Kaye, Louis Zorich, Isiah Whitlock Jr.
O diretor inglês Tony Kaye estreou no cinema com o ótimo “A
Outra História Americana” e comprou uma briga gigantesca com os produtores
quando se negou a montar o filme da forma como eles queriam. A disputa chegou
até a justiça e Tony Kaye conseguiu que o filme fosse lançado pela sua versão.
Por outro lado, a vitória na justiça fez com que o diretor fosse tratado como
persona non grata em Hollywood, o que afastou do trabalho por onze anos, até
conseguir lançar o longa independente “Black Water Transit” em 2009.
A história aqui tem como protagonista o professor
substituto Henry Barthes (Adrien Brody), que chega a uma nova escola para trabalhar
durante trinta dias e que neste período tenta ajudar os alunos fazendo com que
eles questionem suas atitudes e as consequências delas, ao mesmo tempo em que
carrega traumas do passado. Sua mãe cometeu suicídio e ele cuida do avô (Louis
Zorich) que vive em um asilo. Solitário e pensativo, Henry cruza ainda o
caminho da prostituta adolescente Erica (Sami Gayle) e decide ajudá-la também.
O
roteiro escrito por Carl Lund foca na falência do sistema educacional, no
despreparo dos pais em educar os filhos e por consequência no péssimo
relacionamento entre alunos e professores, que causam traumas, frustrações e
até violência.
Os diversos personagens que passam pela tela carregam frustrações
e angústias diárias. Entre os alunos, temos a gordinha depressiva, o garoto
negro revoltado com os professores e os jovens rebeldes sem causa.
Do outro
lado, cada professor tenta sobreviver a sua maneira a mais um dia de trabalho.
Um veterano (James Caan) utiliza a ironia e o deboche para se defender, outro
professor (Tim Blake Nelson) está à beira de um colapso por ser ignorado pelos
alunos e por sua família, temos a jovem (Christina Hendricks) que acreditava
que conseguiria mudar a vida dos jovens, além da psicóloga (Lucy Liu) que é
ofendida pelos pais cada vez que detecta um problema em algum aluno e por fim a
diretora (Marcia Gay Harden) perdida entre fazer política para se manter no
cargo e lidar com os professores insatisfeitos.
Nos créditos iniciais, alguns
professores verdadeiros dão depoimentos sobre porque escolheram a profissão e
por incrível que pareça, nenhum deles cita que foi por vocação. Esta é uma das
explicações para a falta de preparo de muitos destes profissionais.
No restante do filme o personagem de Adrien Brody conversa com a câmera, como se estivesse em uma sessão de terapia ou um confessionário, abrindo seus sentimentos em relação a vida e a carreira de professor.
O filme é
um retrato cruel do sistema educacional americano.
2 comentários:
Potentíssimo. Brody, fantástico. Pena que a personagem da gordinha seja tão clichê.
Gustavo - É um ótimo filme sobre os problemas do sistema educacional americano.
Abraço
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