O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006) –
Nota 7,5
Direção – Cao Hamburger
Elenco – Michel Joelsas, Germano Haiut, Simone Spoladore,
Caio Blat, Eduardo Moreira, Paulo Autran, Daniela Piepszyk, Liliana de Castro,
Rodrigo dos Santos, Abrahão Farc.
No início de 1970, o menino Mauro (Michel Joelsas) sai de
Belo Horizonte com os pais (Eduardo Moreira e Simone Spoladore) com destino ao
bairro do Bom Retiro em São Paulo. O casal deixa o garoto na porta do edifício
onde vive o avô (Paulo Autran), diz que estão saindo de férias e que voltarão até o início da Copa do Mundo do México no meio do ano.
Praticamente
abandonado, Mauro descobre que seu avô faleceu no dia anterior. Sem ter para
onde ir, Mauro é acolhido a contragosto pelo vizinho judeu Shlomo (Germano
Haiut), com quem criará um laço de amizade enquanto espera pela volta dos pais.
Este simpático longa tem um roteiro assinado por Claudio Galperin, Adriana
Falcão, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e o diretor Cao Hamburger, este último
que utilizou lembranças da própria infância para desenvolver a história. Cao é
filho de professores que durante a ditadura foram presos por ajudar pessoas
consideradas subversivas. O fato fez com Cao tivesse de passar alguns dias com
os avós, sendo que um deles era judeu.
A dificuldade do garoto em entender o
modo de vida dos judeus ortodoxos e a tristeza pela distância dos pais em parte
são compensadas pelas amizades com as crianças do bairro e o amor pela futebol,
da mesma forma como deve ter acontecido com Cao.
A atuação natural do garoto
Michael Joelsas vale o destaque, ele que foi escolhido em meio a centenas de
crianças candidatas ao papel.
Este foi o penúltimo trabalho do grande Paulo
Autran, que tem uma pequena participação e que faleceria no ano seguinte.
Como
informação, o bairro do Bom Retiro era o reduto da colônia judaica em SP até os
anos noventa. A partir daí, as novas gerações de judeus se mudaram para bairros
de classe média alta como Higienópolis e Pacaembu, enquanto o Bom Retiro foi
tomado por coreanos e bolivianos.
4 comentários:
eu amo esse filme, é simplesmente maravilhoso. vi nos cinemas. beijos, pedrita
Pedrita - O filme é sensível e simpático.
Bjos
É um filme sensível que fala muito bem de ditadura e futebol pela visão da criança. Gosto bastante.
bjs
Amanda - O diretor Cao Hamburger é especialista para trabalhar com crianças, vide "O Castelo Ra-Tim-Bum".
Bjos
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