quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Filhos do Paraíso

Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman, Irã, 1997) – Nota 8
Direção – Majid Majidi
Elenco – Bahare Seddiqi, Amir Farrokh Hasheiman, Amir Naji, Fereshte Sarabandi.

O garoto Ali (Amir Farrokh Hasheiman) leva o sapato da irmã Zahra (Bahare Seddiqi) para ser reformado e por um descuido acaba perdendo o par no mercado da cidade. Com medo de levar um bronca dos pais e sabendo que eles não tem dinheiro para comprar um par de sapatos novos, Ali e Zahra armam um plano aparentemente simples. Os dois passam a utilizar o par de sapatos de Ali, o único que sobrou, sendo que a garota que estuda no período da manhã, ao final da aula corre para dar os sapatos ao irmão assistir a aula da tarde. O plano funciona, mas gera várias situações complicadas que os irmãos precisam lidar. 

Esta simples e sensível produção iraniana concorreu ao Oscar de Filme Estrangeiro no mesmo ano de “Central do Brasil” e “A Vida É Bela” e foi um dos primeiros filmes do país que chamaram a atenção do público e da crítica a partir dos anos noventa. 

A trama é contada através do olhar ingênuo e da pureza dos pequenos irmãos, mostrando como pano de fundo a enorme desigualdade social do Irã. Enquanto muitas famílias sofrem para comprar um mísero par de sapatos ou até mesmo comida, do outro lado de Teerã vemos edifícios modernos e enormes mansões, que surgem na sequência em que o pai de Ali vai fazer um serviço e atravessa a cidade em sua bicicleta com o filho na garupa, e este se mostra maravilhado com as belezas de um mundo que ele não conhecia, mas que está ao mesmo tempo muito perto fisicamente e a milhares de quilômetros de distância na questão social.

É um belíssimo filme que infelizmente poucas pessoas assistiram por aqui e que hoje está praticamente esquecido.  

3 comentários:

Amanda Aouad disse...

Pôxa, parece muito bom mesmo, vou procurar.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Sensível e simpático, vale a sessão.

Bjos

Emerson disse...

Uma história bonita, lembro de usar esse filme na faculdade para falar sobre ludicidade, o JOGO como fenômeno nas nossas vidas...Pena que emprestei o filme para um colega de sala e até hoje ele não devolveu!!!

Abraço!!!