Nebraska (Nebraska, EUA, 2013) – Nota 8
Direção – Alexander Payne
Elenco –
Bruce Dern, Will Forte, June Squibb, Bob Odenkirk, Stacy Keach.
Woody Grant (Bruce Dern) é um idoso que vive na pequena cidade
de Billings em Montana, que ao receber um folheto de propaganda picareta
informando que ele ganhou um milhão de dólares, acredita na história e deseja a
todo custo ir receber o dinheiro em Lincoln no Nebraska.
Já estando um pouco
confuso por causa da idade e sendo extremamente teimoso, Woody consegue fazer
com que seu filho David (Will Forte) o leve de carro para buscar a "fortuna",
indo contra a vontade da esposa ranzinza (June Squibb) e de seu outro filho (Bob
Odenkirk). Após um incidente no meio da viagem, David decide passar o final de
semana na cidade natal do pai, para o velho homem reencontrar seus familiares,
porém ele não imagina que um mal entendido transformará Woody no centro da
atenções do local.
Após uma década, o diretor Alexander Payne volta a utilizar
como tema as dificuldades da terceira idade, mas diferente de “As Confissões de
Schmidt” em que o personagem de Jack Nicholson era um solitário em busca de
viver o tempo perdido, aqui o protagonista interpretado por Bruce Dern tem uma
família, porém é um sujeito calado, teimoso, que sofre pela confusão mental e
pelos erros e problemas do passado que resultaram numa difícil relação com
filhos e esposa. Como em todos os trabalhos de Payne, o ponto principal aqui
são as complicadas relações pessoais, tanto na questão familiar, como nas
amizades e nas relações que envolvem dinheiro e que revelam o verdadeiro
caráter de cada um.
Tudo isso é valorizado pelo ótimo elenco, que tem o
comediante Will Forte num surpreendente papel sério e até melancólico, mas
principalmente pelas atuações de June Squibb e Bruce Dern que concorrem merecidamente
a Oscar. O casal de veteranos é a grande força do filme, com June Squibb no
papel da mulher forte, decidida e desbocada, ela que teve uma pequena
participação em “As Confissões de Schmidt” interpretando a esposa de Nicholson
que falecia no começo da história.
Enquanto isso, Bruce Dern tem um inesperado
grande papel já no ocaso da carreira. Ele que é da mesma geração de Nicholson,
Dustin Hoffman e Warren Beatty, teve bons papéis nos anos setenta, inclusive
concorrendo ao Oscar de Coadjuvante por “Amargo Regresso”, mas nunca chegou no
mesmo nível de fama dos citados.
Nos últimos trinta anos, Dern quase sempre foi
um coadjuvante com pouco destaque e esta sua grande chance de ganhar o Oscar
lembra muito as vitórias de Jack Palance por “Amigos, Sempre Amigos” em 1992 e
James Coburn por “Temporada de Caça” em 1999. Assim como Bruce Dern, estes dois
atores estavam em baixa e no final da carreira quando foram premiados, com a
diferença de que Dern está com 77 anos, sendo ainda mais velho que Palance e Coburn eram na época em que venceram.
3 comentários:
Bruce Dern é um excelente ator. Adoro quando atores da "velha guarda" são indicados ao Oscar.
Sobre Paulette e Remarque: para ela, creio que era sim um casamento de conveniência. Pelas cartas dele, Remarque parecia um bobo apaixonado.
Abraços!
Assisti hoje mesmo!
Dern é o destaque desse filme. Seu modo de se portar e sua persona lacônica dizem mais do que mil monólogos. Se acabar surpreendendo e "roubando" o Oscar de McConaughey (que também é excelente) nem será uma injustiça.
Lê - Realmente é muito bom quando veteranos conseguem bons papéis em filmes de qualidade.
Gustavo - Vai ser uma boa disputa entre os dois, mas pode ser que a Academia entregue o prêmio para Dern por causa da carreira e por ser a última chance dele vencer.
Abraço
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