Vidas em Fuga (The Fugitive Kind, EUA, 1960) – Nota 7
Direção – Sidney Lumet
Elenco –
Marlon Brando, Anna Magnani, Joanne Woodward, Maureen Stapleton, Victor Jory, R.
G. Armstrong.
A trama começa com Valentine “Snakeskin” Xavier (Marlon
Brando) diante de um juiz que analisa qual será a punição por ele ter
destruído uma apartamento onde fora trabalhar como músico. Xavier se diz
arrependido pela atitude e diz que abandonará a cidade de New Orleans para
começar uma nova vida em outro local.
Xavier consegue ser liberado e sai da
cidade com seu carro, que apresenta um defeito no meio da estrada e o faz parar
num pequeno condado, onde é ajudado pela ingênua Vee (Maureen Stapleton),
esposa do xerife (R. G. Armstrong). No dia seguinte, Xavier consegue um emprego
na loja de Lady (Anna Magnani) que precisa cuidar do local e do marido doente
(Victor Jory), um sujeito rude que vive na cama e a trata como empregada.
Em meio a estes personagens problemáticos
surge ainda a jovem Carol (Joanne Woodward), considerada maluca por causa das
suas atitudes liberais e do seu jeito sem papas na língua. A chegada de Xavier
desperta amor e ódio entre as pessoas do local, o que levará a uma tragédia.
Baseado numa obra de Tennesse Williams, este longa do grande Sidney Lumet é um
drama forte e doloroso ao retratar personagens cheios de frustrações em meio a
uma pequena comunidade onde o preconceito e os segredos do passado afloram com
a chegada de um forasteiro.
Ao mesmo tempo em que o elenco se destaca nas
atuações, fica clara a origem teatral da trama, que faz o filme perder pontos
com o ritmo arrastado e os diálogos exagerados que transformam algumas
sequências em algo fora da realidade.
Um ponto interessante é o erotismo velado e os
diálogos de duplo sentido. As festas em que o personagem de Brando tocavam na
verdade seriam orgias entre ricos, além de que as três personagens femininas
são mulheres frustradas sexualmente. Anna Magnani é humilhada pelo marido,
Joanne Woodard esconde sua carência em meio as atitudes exageradas e Maureen
Stapleton descobre o prazer em suas pinturas. No meio delas o personagem de
Brando é uma espécie de catalisador do desejo, que vira de cabeça para a baixo
a cidade.
Para quem gosta do tema e tem paciência com tramas lentas que demoram
para engrenar, este longa vale como uma curiosa sessão, sem contar conhecer um
pouco mais sobre o início da carreira de Lumet no cinema.
Um comentário:
esse filme é maravilhoso, perfeito em tudo. beijos, pedrita
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