domingo, 9 de dezembro de 2012

Paraísos Artificiais

Paraísos Artificiais (Brasil, 2012) – Nota 6
Direção – Marcos Prado
Elenco – Nathalia Dill, Luca Bianchi, Livia de Bueno, Bernardo Melo Barreto, César Cardadeiro, Divana Brandão, Emílio Orciollo Neto, Roney Villela, Cadu Fávero.

Dividindo a narrativa em três épocas diferentes, o produtor Marcos Prado que estreava na direção de um longa conseguiu irritar muita gente ao colocar no roteiro raso diversos temas como sexo, drogas, amor, punição, família, juventude perdida e as festas rave. 

A história começa com Nando (Luca Bianchi) saindo da prisão e voltando para a casa da mãe e do irmão mais novo. Quando ele encontra drogas no quarto do irmão, começa a recordar seu passado. A partir daí a trama se divide em duas narrativas, a primeira se passa no litoral de Pernambuco, onde Nando e seu amigo Patrick (Bernando Melo Barreto) se divertem numa festa rave em uma praia isolada, onde também estão as amigas Érika (Nathalia Dill) e Lara (Livia de Bueno). A segunda se passa dois anos depois, quando os dois amigos estão em Amsterdam na Holanda, ao mesmo tempo em que Érika trabalha como DJ em um casa noturna. Nando e Érika acabam se envolvendo e aos poucos o espectador é apresentado aos segredos do passado dos personagens. 

A produção é extremamente bem cuidada, com uma bela fotografia que aproveita as paisagens naturais do litoral do nordeste, as cenas de sexo são sensíveis e bem filmadas, mas o roteiro exagera nas coincidências e não se aprofunda em tema algum. Muitas situações são claramente referências a filmes famosos. As cenas da rave em câmera lenta lembram “Matrix Reloaded”, as drogas no aeroporto vem de “O Expresso da Meia-Noite”, a crise familiar de Nando copia “A Outra História Americana” e assim por diante. 

Estes clichês irritaram os críticos, as cenas da festa rave regada a drogas, bebidas e sexo irritaram os frequentadores do movimento que se sentiram ofendidos por serem tratados como inconsequentes e por final os moralistas ficaram indignados com as cenas de sexo. 

Concordo que os clichês atrapalharam o filme, assim como o inexpressivo elenco, com exceção da bela Nathalia Dill que cria a melhor personagem da trama, além de ser bonita e ter uma belo corpo, mas como citei anteriormente, as cenas de sexo são bem filmadas e não merecem críticas, já sobre a questão das drogas, não vi esta generalização que muitos citaram, entendo que bebidas, drogas e sexo fácil estão presentes em todo tipo de festa, sejam nas raves ou nas atuais e concorridas baladas com sertanejo e forró universitário ou o funk carioca. 

O filme tem como ponto positivo gerar uma discussão complexa, mesmo que no geral os temas sejam tratados de forma artificial, semelhante ao título do longa.

6 comentários:

Amanda Aouad disse...

Não tenho problemas com os clichês, a questão é que o roteiro finge ser complexo, disfarçando-se na não lineariedade. Se fosse na ordem linear veríamos que a trama é boba.

Mas, tem uma boa construção visual. É um filme interessante.

bjs

renatocinema disse...

Não me atraiu em momento algum........nem trailer, nem sinopse, nem elenco.

Acho que vou no conselho da amiga Amanda Aoud.

B-Cine disse...

Fala Hugo blz?
Esse filme passou na Tv a cabo esses dias e ta aqui na fila pra ser assistido. Tenho um amigo que fez figuração nesse filme e vou tentar encontrá-lo tanbém...hehehe

Vi apenas trechos da obra e percebi que o visual é muito bem feito mesmo.
Um grande abraço.
www.b-cine-b-cine.blogspot.com

Gilberto Carlos disse...

Gostei de Paraísos artificiais apesar dos clichês que você mesmo citou e da narrativa confusa. Quanto aos frequentadores das boates se ofenderem quanto ao uso de drogas, é uma bobagem, eles usam mesmo!

Hugo disse...

Amanda - Você foi perfeita, a narrativa entrecortado esconde uma trama simples demais.

Renato - A parte visual é o melhor. O conteúdo é fraco.

B-Cine - Provavelmente seu amigo deve aparecer nas cenas da festa rave na praia, onde estão dezenas de figurantes.

Abraço

Hugo disse...

Gilberto - Infelizmente as drogas são um problema cada vez mais entre os jovens.

Abraço