sábado, 3 de novembro de 2012

O Homem que Queria Ser Rei & Khartoum


O Homem que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, Inglaterra / EUA, 1975) – Nota 8
Direção – John Huston
Elenco – Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer, Saed Jaffrey, Shakira Caine.

Após três anos de uma inacreditável aventura, Peachy Carnehan (Michael Caine) reencontra o jornalista e escritor Rudyard Kipling (Christopher Plummer) para contar como ele e Daniel Dravot (Sean Connery) se transformaram em reis na inóspita região do Cafiristão na Índia no final do século XIX. 

Em flashback, o espectador conhecerá a história da dupla, que eram dois ex-soldados ingleses que perambulavam pela Índia em busca de riqueza, até que chegaram ao Cafiristão e foram atacados por nativos. Dravot recebe uma flechada no peito, mas como usava um colete de metal, nada aconteceu. O fato fez os nativo acreditarem que eles eram deuses imortais, situação que os transformou em reis. Porém a ganância por poder e riqueza fez com que a farsa não terminasse bem. 

Baseado no livro do indiano filho de ingleses Rudyard Kipling (escritor de “O Livro da Selva”), este longa é uma ótima aventura dirigida pela grande John Huston. A já citada questão da ganância do ser humano foi tema que Huston tratou em outros filmes, como o clássico “O Tesouro de Sierra Madre” e que tem aqui nas interpretações de Caine e Connery os maiores trunfos para retratar novamente esta situação. 

O longa tem algumas curiosidades: Shakira Caine que interpreta a nativa por quem o personagem de Connery se apaixona, nasceu na Guiana Inglesa e se casou com Michael Caine em 1973, com quem vive até hoje. A segunda curiosidade é que o filme tem situações e diálogos que são ligados diretamente a preceitos da maçonaria, constando inclusive que o escritor Kipling era maçom, assim como o astro Michael Caine.    

Khartoum (Khartoum, Inglaterra, 1966) – Nota 7
Direção – Basil Dearden
Elenco – Charlton Heston, Laurence Olivier, Richard Johnson, Ralph Richardson, Alexander Knox, Michael Hordern, Johnny Sekka, Nigel Green.

Em 1893, o exécito egípcio liderado por um general inglês atravessa o deserto para enfrentar os muçulmanos liderados por Mohammed Ahmed (Laurence Olivier quase irreconhecível), que se autodenomina o “Mahdi”, aquele que seria o escolhido por Maomé. Os egípcios são facilmente derrotados, o que resulta numa crise no governo inglês, que é apontado como culpado pelo desastre no deserto. 

O primeiro ministro inglês Gladstone (Ralph Richardson) se vê pressionado pela opinião pública para enviar o exército com o objetivo de enfrentar Mahdi e não deixar os muçulmanos tomarem a cidade de Khartoum no Sudão. Para acalmar a situação, Gladstone envia o general Gordon (Charlton Heston), um herói nacional que acabou com a escravidão no Sudão, para que ele comande a retirada dos egípcios de Khartoum, porém o envolvimento de Gordon com o povo do Sudão é grande, o que faz com que ele tome a frente e lidere a defesa da cidade contra os muçulmanos, fato que desagradará muito o líder inglês Gladstone.

Baseado na história real do cerco a Khartoum, o filme é interessante ao mostrar as maquinações políticas do governo inglês quando este ainda tinha colônias e influência nos países africanos, pensando sempre na questão de manter o poder, mesmo que para isso tivesse de sacrificar milhares de vidas. 

O ponto falho é o ritmo irregular, em parte pela mão pesada do diretor Deardon e também pela duração de pouco mais de duas horas, provavelmente uns vinte a menos deixaria o filme mais consistente. 

Por outro lado as batalhas são bem filmadas, com muitos figurantes e com a dose certa de violência, mesmo não tendo a grandiosidade de outras clássicos do gênero. 

Finalizando, este é mais um longa em que Heston interpretou um personagem famoso da história, como Moisés, Michelangelo, El Cid e Thomas Jefferson. 

3 comentários:

renatocinema disse...

O Homem que Queria ser Rei assisti a tantos anos que o rei foi trocado pelo príncipe. kkk
Preciso rever.

abs

Unknown disse...

O Homem que Queria ser Rei é um filmaço, digno de seu realizador.

Hugo disse...

Renato - rs...

Celo - É um dos grandes trabalhos de Huston.

Abraço