O Auto da Compadecida (Brasil, 2000) – Nota 8
Direção – Guel Arraes
Elenco – Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Rogério
Cardoso, Denise Fraga, Diogo Vilela, Marco Nanini, Lima Duarte, Fernanda
Montenegro, Luís Melo, Virginia Cavendish, Bruno Garcia, Enrique Dias, Mauricio
Gonçalves, Aramis Trindade, Paulo Goulart.
João Grilo (Matherus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello)
são dois sujeitos que vivem de pequenos golpes numa pequena cidade do nordeste
brasileiro. Quando a dupla começa a trabalhar com o padeiro (Diogo Vilela) e se
aproximam da fogosa esposa do sujeito (Denise Fraga), João Grilo descobre que
pode ganhar dinheiro ao perceber que o cachorrinha da mulher está para morrer.
Ele tenta enganar o padre (o falecido Rogério Cardoso) e o bispo (Lima Duarte)
alegando que o cão deixará uma herança para igreja, mas em troca o animal teria
de ser enterrado no cemitério e ter uma missa de sétimo dia em latim.
Junte-se
a esta situação maluca, um cangaceiro (Marco Nanini), a namorada de Chicó
(Virginia Cavendish), o valentão da cidade (Bruno Garcia) e um julgamento
celeste onde um cristo negro (Maurício Gonçalves), o diabo (Luís Melo) e a
compadecida (Fernanda Montenegro) ouvem as explicações de João Grillo após sua
morte para decidir seu destino.
Esta ótima adaptação da peça de Ariano Suassuna
em formato de minissérie rendeu um caminhão de risadas e ao mesmo tempo uma
crítica mordaz ao egoísmo e a esperteza dos seres humanos, inclusive da Igreja
Católica.
Eu não vi a minissérie completa, assisti apenas a versão para o
cinema que tem alguns cortes, mas mesmo assim não deixa de ser um ótimo
espetáculo. Vale destacar o sensacional elenco, com Matheus Nachtergaele
criando um João Grilo que é uma verdadeira metralhadora de palavras e
esperteza, Selton Mello perfeito como o covarde Chicó e o ótimo elenco de apoio
repleto de veteranos da tv.
A Compadecida (Brasil, 1969)
– Nota 7
Direção – George Jonas
Elenco – Regina Duarte,
Armando Bógus, Antonio Fagundes, Zózimo Bulbul, Felipe Carone, Ary Toledo, Jorge
Cherques.
João Grilo (Armando Bógus) e
Chicó (Antonio Fagundes) vivem numa cidade do nordeste do Brasil e sempre se
metem em confusões para sobreviver. Quando o cão da mulher do padeiro morre, o
malandro João Grilo tenta convencer o padre (Felipe Carone) e o bispo (Jorge
Cherques) a enterrar o animal no cemitério e rezar uma missa de sétimo dia em
latim. Grilo alega que o cão deixou uma quantia em dinheiro como testamento
para Igreja.
Baseado na peça teatral de Ariana Suassuna, esta versão foi o
único trabalho de George Jonas no cinema, que entrega um filme tecnicamente
razoável, que tem como maior destaque o julgamento onde um cristo negro (Zózimo
Bulbul), o diabo e a compadecida (Regina Duarte) analisam se João Grilo e Chicó
merecem ir para o céu, o inferno ou voltar para Terra.
O resultado é divertido,
porém inferior a versão de Guel Arraes.
3 comentários:
Nunca vi nenhuma cena dessa versão de 1969. Mas a mais recente já virou um clássico brasileiro.
Também não conheço a versão de 1969, mas acredito que não deve ser tão boa quanto a de 2000, mas mesmo assim ainda quero ver.
Bússola e Gilberto - A versão de Guel Arraes é superior e extremamente divertida.
Abraço
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