domingo, 18 de novembro de 2012

O Auto da Compadecida & A Compadecida


O Auto da Compadecida (Brasil, 2000) – Nota 8
Direção – Guel Arraes
Elenco – Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Rogério Cardoso, Denise Fraga, Diogo Vilela, Marco Nanini, Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Luís Melo, Virginia Cavendish, Bruno Garcia, Enrique Dias, Mauricio Gonçalves, Aramis Trindade, Paulo Goulart.

João Grilo (Matherus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) são dois sujeitos que vivem de pequenos golpes numa pequena cidade do nordeste brasileiro. Quando a dupla começa a trabalhar com o padeiro (Diogo Vilela) e se aproximam da fogosa esposa do sujeito (Denise Fraga), João Grilo descobre que pode ganhar dinheiro ao perceber que o cachorrinha da mulher está para morrer. Ele tenta enganar o padre (o falecido Rogério Cardoso) e o bispo (Lima Duarte) alegando que o cão deixará uma herança para igreja, mas em troca o animal teria de ser enterrado no cemitério e ter uma missa de sétimo dia em latim. 

Junte-se a esta situação maluca, um cangaceiro (Marco Nanini), a namorada de Chicó (Virginia Cavendish), o valentão da cidade (Bruno Garcia) e um julgamento celeste onde um cristo negro (Maurício Gonçalves), o diabo (Luís Melo) e a compadecida (Fernanda Montenegro) ouvem as explicações de João Grillo após sua morte para decidir seu destino. 

Esta ótima adaptação da peça de Ariano Suassuna em formato de minissérie rendeu um caminhão de risadas e ao mesmo tempo uma crítica mordaz ao egoísmo e a esperteza dos seres humanos, inclusive da Igreja Católica. 

Eu não vi a minissérie completa, assisti apenas a versão para o cinema que tem alguns cortes, mas mesmo assim não deixa de ser um ótimo espetáculo. Vale destacar o sensacional elenco, com Matheus Nachtergaele criando um João Grilo que é uma verdadeira metralhadora de palavras e esperteza, Selton Mello perfeito como o covarde Chicó e o ótimo elenco de apoio repleto de veteranos da tv.

A Compadecida (Brasil, 1969) – Nota 7
Direção – George Jonas
Elenco – Regina Duarte, Armando Bógus, Antonio Fagundes, Zózimo Bulbul, Felipe Carone, Ary Toledo, Jorge Cherques.

João Grilo (Armando Bógus) e Chicó (Antonio Fagundes) vivem numa cidade do nordeste do Brasil e sempre se metem em confusões para sobreviver. Quando o cão da mulher do padeiro morre, o malandro João Grilo tenta convencer o padre (Felipe Carone) e o bispo (Jorge Cherques) a enterrar o animal no cemitério e rezar uma missa de sétimo dia em latim. Grilo alega que o cão deixou uma quantia em dinheiro como testamento para Igreja. 

Baseado na peça teatral de Ariana Suassuna, esta versão foi o único trabalho de George Jonas no cinema, que entrega um filme tecnicamente razoável, que tem como maior destaque o julgamento onde um cristo negro (Zózimo Bulbul), o diabo e a compadecida (Regina Duarte) analisam se João Grilo e Chicó merecem ir para o céu, o inferno ou voltar para Terra. 

O resultado é divertido, porém inferior a versão de Guel Arraes. 

3 comentários:

Bússola do Terror disse...

Nunca vi nenhuma cena dessa versão de 1969. Mas a mais recente já virou um clássico brasileiro.

Gilberto Carlos disse...

Também não conheço a versão de 1969, mas acredito que não deve ser tão boa quanto a de 2000, mas mesmo assim ainda quero ver.

Hugo disse...

Bússola e Gilberto - A versão de Guel Arraes é superior e extremamente divertida.

Abraço