Direção – Fernando Meirelles
Elenco – Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da
Hora, Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Phellippe Haagensen, Johnathan
Haagensen, Douglas Silva, Graziela Moretto, Alice Braga, Gero Camilo.
O cinema brasileiro passou por fases complicadas com
poucos filmes de qualidade como nos anos noventa ou durante os anos setenta em
que as chamadas pornochanchadas dominavam o mercado, por este motivo são
relativamente poucos os grandes filmes brasileiros. Posso citar como exemplo de
qualidade filmes como “O Assalto ao Trem Pagador”, “Central do Brasil’ e os dois
“Tropa de Elite”, porém vejo “Cidade de Deus” com o grande marco do nosso
cinema.
O longa é baseado num livro de Paulo Lins que mostra o crescimento da
favela Cidade de Deus no Rio de Janeiro durante o período de 1960 a 1980 e
diversos personagens (alguns reais) ligados ao crime. A história começa no
início dos anos sessenta mostrando alguns bandidos que eram vistos como heróis
por parte dos moradores, principalmente as crianças que ao crescer se tornariam
líderes do tráfico no local.
O ponto alto da história se passa nos anos
setenta, quando a favela já cresceu muito e o tráfico é dominado pelo violento
Zé Pequeno (Leandro Firmino da Hora) em parceria com Bené (Phellippe Haagensen).
Zé Pequeno tem como inimigo Sandro Cenoura (Matheus Nachtergaele), porém Bené
tenta manter a paz entre eles. A siuação explode quando Bené é assassinado e entra
em cena Mané Galinha (Seu Jorge) que fora humilhado por Zé Pequeno e
decide se vingar, tornando a favela um verdadeiro campo de guerra. No meio
desta guerra vive Buscapé (Alexandre Rodrigues), que descobre a fotografia e
percebe que este trabalho pode levá-lo a uma vida melhor, longe da violência.
Os
personagens são riquíssimos e muito bem explorados pelo ótimo roteiro de
Bráulio Mantovani, apoiados numa sensacional montagem de Daniel Rezende e na
fotografia de César Charlone, todos indicados merecidamente ao Oscar, além da
direção de Meirelles.
O filme abriu as portas de Hollywood ao diretor Fernando
Meirelles, que em seguida faria dois ótimos filmes, os dramas “O Jardineiro
Fiel” e “Ensaio Sobre a Cegueira”.