sábado, 3 de dezembro de 2011

Nenhum Passo em Falso & Na Trilha dos Assassinos


Nos anos oitenta, o diretor John Frankenheimer estava em baixa após fracassos como o terror "A Semente do Diabo" e o suspense político "O Documento Holcroft". Seus dois próximos trabalhos foram filmes policiais que mesmo não fazendo sucesso no cinema, mostraram que o diretor ainda poderia dar a volta por cima, o que ocorreu nos anos noventa com bons filmes como "Attica: A Solução Final", "Amazônia em Chamas" e principalmente "Ronin". Frankenheimer faleceu num acidente de automóvel em 2002 aos 71 anos.

Nenhum Passo em Falso (52 Pick-Up, EUA, 1986) – Nota 7,5
Direção – John Frankenheimer
Elenco – Roy Scheider, Ann Margret, John Glover, Vanity, Kelly Preston, Doug McClure, Clarence Williams III, Robert Trebor.

O executivo Harry Mitchell (Roy Scheider) tem uma ótima vida, com uma empresa de sucesso, muito dinheiro e uma bela esposa (Ann Marget), porém resolve ter um caso com uma jovem dançarina (Kelly Preston). Num destes encontros, ao invés da moça estar esperando por Harry no quarto do hotel, três sujeitos mascarados o dominam e mostram uma fita com imagens de Harry e a dançarina, exigindo uma grande quantia para não divulgar o material. 

A empresa de Harry tem negócios com o governo e sua esposa pretende se candidatar a vereadora, o que em tese faria o sujeito pagar a quantia e se calar, mas ao invés disto, Harry conta toda a história para sua esposa e resolve não pagar os chantagistas, dando início a uma intrincada disputa com os bandidos. 

O roteiro é baseado num livro policial do especialista no gênero Elmore Leonard e foi adaptado por ele mesmo para o cinema, contando de modo enxuto uma história simples, mas ao mesmo tempo bem amarrada e que prende a atenção do espectador. 

O filme foi um fracasso na época, chegando a ter um outro título aqui no Brasil, chamado de “A Hora da Brutalidade”, mas merecia melhor sorte. O protagonista Roy Scheider era competente, o vilão John Glover assustador, além da sensualidade das belas Kelly Preston (hoje esposa de John Travolta) e da aposentada morena Vanity. 

O fracasso foi conseqüência da produção ser da extinta Cannon, a conhecida produtora picareta dos israelenses Menahem Golam e Golan Globus, que eram especialistas em filmes de ação de baixo orçamento, o que acabava rotulando outras produções melhores e levando-as ao fracasso no cinema. 

Na Trilha dos Assassinos (Dead Bang, EUA, 1989) – Nota 7
Direção – John Frankenheimer
Elenco – Don Johnson, Penelope Ann Miller, William Forsythe, Bob Balaban, Tim Reid, Frank Military, Tate Donovan, Michael Jeter, Charles Haid.

Jerry Beck (Don Johnson) é um policial alcoólatra que precisa investigar o assassinato de outro policial. Sujeito problemático, ele trabalha sozinho e não aceita a ingerência do FBI no caso quando descobre que os assassinos pertecem a um grupo de extremistas brancos. 

Este filme foi o primeiro papel principal de Don Johnson no cinema, que havia ficado famoso com a série “Miami Vice” e aqui tentava emplacar como astro de cinema, mas infelizmente o filme fracassou, apesar de ter uma história interessante. O que ajudou no fracasso foram as poucas cenas de ação, que deixaram o filme lento e até voltado para o drama em algumas passagens. 

Mesmo protagonizando outros filmes, Don Johnson nunca se tornou um grande astro, inclusive voltando para a tv em meados dos anos noventa com outra série policial chamada “Nash Bridges”. 

Como curiosidade, o filme tema uma cena inusitada, onde o personagem de Johnson persegue um bandido a pé e quando o alcança, acaba vomitando em cima do sujeito.

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