Nos anos oitenta, o diretor John Frankenheimer estava em baixa após fracassos como o terror "A Semente do Diabo" e o suspense político "O Documento Holcroft". Seus dois próximos trabalhos foram filmes policiais que mesmo não fazendo sucesso no cinema, mostraram que o diretor ainda poderia dar a volta por cima, o que ocorreu nos anos noventa com bons filmes como "Attica: A Solução Final", "Amazônia em Chamas" e principalmente "Ronin". Frankenheimer faleceu num acidente de automóvel em 2002 aos 71 anos.
Nenhum Passo em Falso (52 Pick-Up, EUA, 1986) – Nota 7,5
Direção –
John Frankenheimer
Elenco –
Roy Scheider, Ann Margret, John Glover, Vanity, Kelly Preston, Doug McClure,
Clarence Williams III, Robert Trebor.
O executivo Harry Mitchell (Roy Scheider) tem uma ótima
vida, com uma empresa de sucesso, muito dinheiro e uma bela esposa (Ann
Marget), porém resolve ter um caso com uma jovem dançarina (Kelly Preston). Num
destes encontros, ao invés da moça estar esperando por Harry no quarto do
hotel, três sujeitos mascarados o dominam e mostram uma fita com imagens de
Harry e a dançarina, exigindo uma grande quantia para não divulgar o material.
A empresa de Harry tem negócios com o governo e sua esposa pretende se
candidatar a vereadora, o que em tese faria o sujeito pagar a quantia e se
calar, mas ao invés disto, Harry conta toda a história para sua esposa e
resolve não pagar os chantagistas, dando início a uma intrincada disputa com os
bandidos.
O roteiro é baseado num livro policial do especialista no gênero
Elmore Leonard e foi adaptado por ele mesmo para o cinema, contando de modo
enxuto uma história simples, mas ao mesmo tempo bem amarrada e que prende a
atenção do espectador.
O filme foi um fracasso na época, chegando a ter um
outro título aqui no Brasil, chamado de “A Hora da Brutalidade”, mas merecia melhor
sorte. O protagonista Roy Scheider era competente, o vilão John Glover
assustador, além da sensualidade das belas Kelly Preston (hoje esposa de John Travolta)
e da aposentada morena Vanity.
O fracasso foi conseqüência da produção ser da
extinta Cannon, a conhecida produtora picareta dos israelenses Menahem Golam e
Golan Globus, que eram especialistas em filmes de ação de baixo orçamento, o
que acabava rotulando outras produções melhores e levando-as ao fracasso no
cinema.
Na Trilha dos Assassinos (Dead Bang, EUA, 1989) – Nota 7
Direção –
John Frankenheimer
Elenco –
Don Johnson, Penelope Ann Miller, William Forsythe, Bob Balaban, Tim Reid,
Frank Military, Tate Donovan, Michael Jeter, Charles Haid.
Jerry Beck (Don Johnson) é um policial alcoólatra que
precisa investigar o assassinato de outro policial. Sujeito problemático, ele
trabalha sozinho e não aceita a ingerência do FBI no caso quando descobre que
os assassinos pertecem a um grupo de extremistas brancos.
Este filme foi o
primeiro papel principal de Don Johnson no cinema, que havia ficado famoso com
a série “Miami Vice” e aqui tentava emplacar como astro de cinema, mas
infelizmente o filme fracassou, apesar de ter uma história interessante. O que
ajudou no fracasso foram as poucas cenas de ação, que deixaram o filme lento e
até voltado para o drama em algumas passagens.
Mesmo protagonizando outros
filmes, Don Johnson nunca se tornou um grande astro, inclusive voltando para a
tv em meados dos anos noventa com outra série policial chamada “Nash Bridges”.
Como
curiosidade, o filme tema uma cena inusitada, onde o personagem de Johnson
persegue um bandido a pé e quando o alcança, acaba vomitando em cima do
sujeito.
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