terça-feira, 1 de julho de 2008

Menina de Ouro


Ficha Técnica:
Menina de Ouro (Million Dollar Baby, EUA, 2004)
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Mike Colter, Lucia Rijker, Brian F. O'Byrne, Anthony Mackie, Margo Martindale, Riki Lindhome, Michael Peña, Benito Martinez, Ned Eisenberg.

Já faz muito tempo que Clint Eastwood provou ser um grande diretor, talentoso ele consegue mostrar uma sensibilidade incrível em vários de seus trabalhos, construindo ótimos dramas sempre tirando o melhor desempenho possível dos envolvidos.

Neste “Menina de Ouro” ele mostra mais uma vez seu talento contando um história que começa dando a impressão de ser um daqueles filmes em que a força de vontade dos personagens vai derrubar obstáculos e termina de modo extremamente triste, levantando questões morais e de que como o passado influencia nossa vida.

O filme é centrado em três personagens extremamente bem delineados e interpretados. Estwood é o treinador de boxe Frankie Dunn, dono de uma decadente academia de boxe, ele tem fama de treinar ótimos boxeadores mas não deixá-los se arriscar em combates mais difíceis, inclusive o seu tema é se proteger sempre, além disso ele carrega dois traumas, um é o afastamento da filha a quem ele envia cartas, que sempre são devolvidas e o outro é ligado a seu amigo que cuida da academia junto com ele, Scrap vivido por Morgan Freeman. Scrap é um ex-boxeador que quase chegou lá e tem o passado ligado intimamente a Frank, além disso ele é o narrador da história. O terceiro personagem é a garota Maggie Fitzgerald, papel da ótima Hilary Swank. Maggie é uma garota que tem o sonho de ser lutadora e faz de tudo para ser treinada por Frankie, que a princípio não aceita, mas acaba amolecendo e a aceitando, sempre com uma pequena participação de Scrap, que logo percebe talento na garota.

Este tema de personagens com decepções no passado tentando algo melhor na vida já foi mostrado inúmeras vezes no cinema, o diferencial aqui está nas interpretações do trio de protagonistas (Swank e Freeman ganharam Oscar de Atriz e Ator Coadjuvante e Eastwood de Melhor Diretor, além de Melhor Filme) e no desenvolver do filme, que tem nas cenas de boxe apenas um instrumento para mostrar que muitas vezes o destino pode ser cruel e neste caso mudando completamento o caminho destas pessoas, fazendo com que eles tenham de fazer escolhas dificílimas.

Como curiosidade o ótimo roteiro é de Paul Haggis, que ganharia o Oscar por “Crash”, um filme onde também o destino e as escolhas pessoais acabam interferindo na vida de diversos personagens, o diferencial no caso é que aqui são apenas três personagens que praticamente carregam toda a história.

13 comentários:

Anônimo disse...

Hugo, eu AMO "Menina de Ouro", especialmente o uso das metáforas do boxe para ilustrar a vida dos três personagens centrais do filme. Um grande filme do Eastwood.

carol. disse...

Esse filme é muito bonito!! Eu realmente fiquei muito emocionada com a interpretação da Hillary!!! E sem falar do Morgan Freeman, do qual sou fã!!!

Jacques disse...

Hugo, poucos cineastas na atualidade conseguem transformar temas aparentemente fáceis e banais em obras refinadas. Bom elenco, bom filme. Grande diretor.
Abcs

Robson Saldanha disse...

Não sei porque mas não consegui gostar de Menina de Ouro de cara. Mas revendo, vi que ele tem uam essência é delicada e interessante. É um filme muito agradável!

Rodrigo Fernandes disse...

é dessa forma que a Hillary swank deve permanecer... atuando com personagens fortes, amsculinizados como esse e não tentando ser boa moça e feminina como em "p.s. eu te amo"...
apesar de bom, o filme não me agradou tanto como eu gostaria... porem é Clint Eastwood em mais um grande momento!
abraços, Hugo!!!

pseudo-autor disse...

Menina de Ouro é mais um exemplo da genialidade de Eastwood que, mesmo na sua idade, provou não perder o vigor na forma como capta suas imagens (prova disso foram os dois filmes de guerra paralelos que fez recentemente: A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima). É preciso coragem para tratar de um tema como eutanásia num país como os EUA. Fantástico!

Discutir a mídia? Acesse
http://robertoqueiroz.wordpress.com

Anita disse...

Um filme poderoso, bonito, comovente, tocante...enfim...todos os adjectivos são poucos para o definir.
Uma obra prima

Bjo

Cataclismo Cerebral disse...

Adoro as metáforas presentes no filme (o ringue e os seus lutadores que não se deixam ir abaixo, o ringue e a igreja enquanto locais que acolhem um pequeno grupo de 'almas perdidas',...) e o tratamento dado a temas como a amizade, amor, perseverança e redenção. Obra-prima absoluta!

Abraço

Pedro Henrique Gomes disse...

Gosto muito do filme, mas não vejo uma obra-prima como a maioria. Mais um grande filme do excelente Clint.

Abraço!

Unknown disse...

Um grande filme a consagrar um grande realizador. Imperdível e obrigatório.

Hugo disse...

Kamila - O boxe é apenas um instrumento para contar a história de belos personagens.

Cah - Hillary, Freeman e Eastwood estão ótimos.

Jacques - Sem dúvida, a filmografia de Eastwood confirma.

Robson - É um drama pesado, mas vale pelo peso dos personagens.

Rodrigo - Hilary Swank nasceu para este tipo de papel de mulher forte.

Contra-Regra - Eastwood consegue ser ao mesmo tempo sensível e pegar pesado no tema e como vc disse, mesmo com a idade ele mostra uma vitalidade invejável.

Anita - Concordo plenamente.

Cataclismo - Sem dúvida, o papel da Igreja é muito interessante no filme, como vc disse é uma metáfora para salvar almas perdidas.

Pedro - A filmografia de Eastwood é fantástica.

Fifeco - Uma obra imperdível.

Anônimo disse...

Adoro esse filme. Tenho imenso afeto por ele, do típo de obra-prima irretocável.

Ciao!

Anônimo disse...

Olá !
Como boxeadora achei um bonito filme,tendo o diferencial da história o final,apesar de triste.
Um ótimo elenco como todos mencionaram,sem falar que põe em questão várias discussões sobre o que é certo e errado.
E finalmente um filme em que aparece uma mulher boxeadora como o tema principal,e não um homem, porque acho com toda a certeza que ainda tem muita descriminação sobre isso,infelizmente...
Bjss Constanza