sábado, 17 de dezembro de 2011

Dia 3 - Sessão da Tarde Inesquecível


Quem foi criança ou adolescente na primeira metade dos anos oitenta, acompanhou três tipos de filmes que se repetiam a exaustão na Sessão da Tarde. Os filmes de Elvis Presley, o dos Trapalhões e os de Jerry Lewis. Todos filmes que hoje em dia são clássicos, apesar de não serem grandes produções e que muitas vezes eram apresentados durante uma semana inteira. Cada um ao seu estilo, eles divertiam o público da época.

Deste três citados, meus filmes favoritos eram os de Jerry Lewis com Dean Martin. Os dois trabalharam em parceira em dezessete filmes, além do sucesso em shows de comédia que a dupla apresentava em cassinos e teatros, porém algumas brigas fizeram a dupla se separar em 1956 após filmarem a "A Farra dos Malandros". Eles nunca falaram a razão oficial da separação, muitas fontes citam ciúme de Dean Martin que acreditava estar sendo usado por Jerry Lewis, que priorizava suas cenas de pastelão. Um rumor sensacionalista cita a morte de uma mulher num quarto de hotel com a dupla como motivo da separação, situação retratada extraoficialmente no filme "A Verdade Nua" (clique para ver a resenha no blog).

Após a separação, Jerry Lewis partiu para carreira solo no cinema e fez sucesso até o final dos anos sessenta, principalmente como "O Professor Aloprado". Nos anos setenta ele teve um problema de coluna, se viciou em remédios e sua carreira declinou. Apenas no final dos anos oitenta ele voltou a ser lembrado pela crítica ao interpretar um mafioso na série "O Homem da Máfia", mostrando que era mais do que um comediante. Lewis tem 86 anos, porém há algum tempo está afastado do cinema.

Já Dean Martin seguiu sua carreira de cantor, ator e comediante. Suas apresentações com o "Rat Pack" (com Frank Sinatra, Sammy Davis Jr, Peter Lawford e Joe Bishop) nos cassinos de Las Vegas eram famosas. Ele teve ainda alguns bons papéis no cinema, principalmente ao lado de John Wayne em "Onde Começa o Inferno" e "Os Filhos de Katie Elder". Martin faleceu em 1995.

Os dois filmes que escolhi são os meus preferidos da dupla.

A Farra dos Malandros (Living It Up, EUA, 1954) – Nota 7,5
Direção – Norman Taurog
Elenco – Jerry Lewis, Dean Martin, Janet Leigh, Edward Arnold, Sheree North.

Numa pequena cidade do meio oeste Americano, o médico Steve Harris (Dean Martin) ao tirar um raio-x de Homer Flagg (Jerry Lewis), um confuso funcionário da estação de trem, acredita que o rapaz esteja contaminado por radiação. 

A história logo se espalha e uma repórter de Nova York, a bela Wally Cook (Janet Leigh), viaja até a pequena cidade para levar a dupla até Nova York com toda estadia paga, onde Homer poderá passar seus últimos dias com tranqüilidade. 

O problema é que Steve descobre que no momento do raio-x, Homer tinha um relógio no bolso, não tendo problema de saúde algum, porém para aproveitar a chance de conhecerem a cidade grande, a dupla resolve manter a mentira, que em algum momento será descoberta. 

O roteiro tira sarro do jornalismo sensacionalista, muito em voga nos dias atuais, mostrando que há mais de cinqüenta anos muitos já se aproveitavam da tragédia alheia para tentar lucrar. 

Ou Vai ou Racha (Hollywood or Bust, EUA, 1956) – Nota 7,5
Direção – Frank Tashlin
Elenco – Jerry Lewis, Dean Martin, Anita Ekberg, Pat Crowley.

O prêmio principal de um bingo é um carro conversível. O salão está lotado, porém ninguém sabe que Steve Wiley (Dean Martin) falsificou todos os números possíveis para ganhar o automóvel. Steve não esperava que o número sorteado original estivesse nas mãos de Malcolm Smith (Jerry Lewis). Com dois vencedores para apenas um prêmio, a situação fica confusa. 

Para resolver o problema, após uma discussão a dupla entra em acordo. Steve quer vender o carro, mas Malcolm deseja antes disso viajar todo o país para tentar conhecer uma estrela de cinema (Anita Ekberg) por quem é apaixonado. Assim a dupla embarca numa viagem maluca, onde Steve tentará enganar o atrapalhado Malcolm, que leva ainda seu enorme cachorro na viagem, que protagoniza uma das cenas mais engraçadas do filme. 

Este filme foi o último trabalho da dupla Lewis e Martin e lembra um pouco o posterior “Antes Só do Que Mal Acompanhado”. 

É curioso ver no papel da atriz a bela sueca Anita Ekberg ainda bem jovem, que ficaria famosa poucos anos depois ao estrelar a “A Doce Vida” de Fellini.

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