Marty (Marty, EUA, 1955) – Nota 7,5
Direção – Delbert Mann
Elenco – Ernest Borgnine, Betsy Blair, Joe Mantell, Esther
Minciotti, Jerry Paris, Karen Steele, Augusta Ciolli.
Marty (Ernest Borgnine) é um açougueiro de trinta e quatro
anos que vive em uma casa no Bronx com a mãe (Esther Minciotti). Após ver todos
seus irmãos e irmãs casarem, Marty é pressionado pela mãe para encontrar uma
esposa. Cansado de ser ignorado pelas mulheres e complexado por ser achar
gordinho e feio, Marty passa seus dias entre o trabalho e a companhia de alguns
amigos no bar, principalmente de outro solteirão, Angie (Joe Mantell).
Mesmo a
contragosto, Marty aceita ir com os amigos a um salão de danças e o destino o
faz cruzar o caminho da tímida professora Clara (Betsy Blair), com quem
rapidamente cria um laço. O que pode ser o amor de sua vida, fica complicado
quando os amigos dizem que a garota é feia e sua mãe fica preocupada em perder
o único filho solteiro.
Este simples e sensível drama foi a maior zebra da
história do Oscar, além de ter faturado também a Palma de Ouro em Cannes, sendo
o primeiro filme americano a conseguir tal feito.
Muitos críticos de cinema não
gostam do longa por causa da simplicidade da trama e pelo conteúdo da história
parecer datado nos dias de hoje, porém para analisar com imparcialidade é
necessário entender o contexto da época em que foi produzido.
O roteiro coloca como protagonistas
duas pessoas inseguras, que eram pressionadas pela sociedade para casar em uma
época em que ficar solteiro depois dos trinta anos era algo incomum. O roteiro
mostra também o outro lado das complicações de um casamento. Temos o casal de
primos de Marty (Jerry Paris e Karen Steele) que passa por uma crise por causa
de um bebê e da sogra que vive com eles. Vemos ainda as duas senhoras que
desejam morar com os filhos com medo da solidão e o amigo que se sente excluído
quando Marty conhece Clara .
O interessante é que por trás dos personagens
comuns e da trama simples, vemos pessoas que aos se sentirem ameaçadas passam a
mentir, discutir e agir para defender seu desejo, mesmo prejudicando quem está
ao seu redor.
Como curiosidade, os jovens utilizam duas estranhas gírias
para rotular as garotas. As bonitas são chamadas de “tomatoes” (tomates) e as
feias de “dogs” (cães).
Finalizando, vale destacar a belíssima interpretação de Ernest
Borgnine, que lhe rendeu um Oscar e pode ser considerado o maior papel de sua
carreira.
2 comentários:
A singeleza do filme é desarmante. Dois peixes fora d'água encontrando a beleza no amor que sentem um pelo outro. Às vezes, menos é mais e MARTY é prova disso.
Cumps.
Gustavo - Ótima colocação, algumas vezes o menos é mais.
Abraço
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