segunda-feira, 30 de junho de 2025

Perseguindo Abbott & Conspiração Implacável

 

Perseguindo Abbott (Survivor, EUA / Inglaterra, 2015) – Nota 5,5
Direção – James McTeigue
Elenco – Milla Jovovich, Pierce Brosnan, Dylan McDermott, Robert Forster, Roger Rees, James D’Arcy, Angela Bassett, Corey Johnson, Benno Furmann, Frances de la Tour.

Kate Abbott (Milla Jovovich) é uma agente federal americana que trabalha em Londres e se torna a única sobrevivente de um ataque à bomba que matou toda sua equipe. Transformada ao mesmo tempo em suspeita do atentado e alvo do verdadeiro assassino (Pierce Brosnan), ela precisa correr e lutar para salvar sua vida e provar sua inocência. 

Este longa tem até uma boa premissa sobre conspiração e uma competente dupla de protagonistas. Mesmo longe de ser grande atriz, Milla Jovovich tem talento para sequências de ação, enquanto Pierce Brosnan interpreta um assassino cruel. 

O grande problema é que o roteiro é repleto de furos e clichês, levando até um final abrupto onde tudo se resolve de forma fácil. É um filme de ação agitado e esquecível.

Conspiração Implacável (Trigger Point, Canadá / EUA, 2021) – Nota 5
Direção – Brad Turner
Elenco – Barry Pepper, Colm Feore, Eve Harlow, Carlo Rota, Jayne Eastwood, Nazneen Contractor, Laura Vandervoort, Karen Robinson.

Nicolas (Barry Pepper) é um ex-agente de operações especiais que vive com uma nova identidade em uma pequena cidade americana. Ao ser localizado por seu antigo chefe (Colm Feore), ele é obrigado a voltar à ativa para ajudar o sujeito a encontrar a filha que foi sequestrada. 

Este longa tem um premissa comum a muitos do filmes do gênero, que quando bem desenvolvida pode render algo interessante. Infelizmente o roteiro tem muitas falhas e a até as sequências de ação são fracas. A cara de série de tv fica ainda mais forte com o final que deixa um enorme gancho em aberto.

domingo, 29 de junho de 2025

Happy Face: Um Serial Killer

 

Happy Face: Um Serial Killer (Happy Face, EUA, 2025) – Nota 5,5
Criação – Jennifer Cacicio
Elenco – Annaleigh Ashford, Dennis Quaid, James Wolk, Tamera Tomakili, Khiyla Aynne, Benjamin Mackey, Connor Paton, David Harewood, Damon Gupta, Michael O’Neill, Momona Tamada, Marci T. House, Nola Augustson.

Décadas após estar cumprindo prisão perpétua, o assassino conhecido como Happy Face (Dennis Quaid) deseja chamar a atenção da filha Melissa (Annaleigh Ashford), que trabalha em uma emissora de tv. Happy Face alega que um inocente foi condenado à morte por um crime que ele cometeu. A história cresce e praticamente obriga Melissa a lidar novamente com o pai assassino e tentar descobrir a verdade. 

Esta produção tem coisas que parecem não se encaixar. Por ser inspirada em uma história real, era esperado que fosse uma minissérie, porém foi lançada como série e após oito episódios ainda deixou ganchos para talvez uma segunda temporada. 

Essa escolha atrapalha bastante, além de algumas situações clichês e uma caricata interpretação de Dennis Quaid. A produção é caprichada e a narrativa até prende a atenção, mas analisando a fundo, é um material que poderia ser sido muito melhor explorado.

sábado, 28 de junho de 2025

Busca Frenética

 

Busca Frenética (Frantic, França / EUA / Canadá / Inglaterra / Holanda, 1988) – Nota 7,5
Direção – Roman Polanski
Elenco – Harrison Ford, Emanuelle Seigner, Betty Buckley, John Mahoney.

Richard (Harrison Ford) é um médico que viaja para Paris com o objetivo de participar de um congresso e também aproveitar a cidade ao lado da esposa (Betty Buckley). O que seria um ótimo passeio se transforma em pesadelo quando sua esposa desaparece do hotel. Desesperado, Richard inicia uma busca pela esposa, variando entre locais turísticos e bairros decadentes, cruzando o caminho de personagens marginais tentando entender o que realmente aconteceu. 

O diretor Roman Polanki vinha do enorme fracasso da aventura “Piratas” quando decidiu comandar esse suspense que bebe na fonte dos longas de Hitchcock ao explorar uma trama em que um protagonista perdido tenta resolver o desaparecimento sem ter pistas ou experiência em uma situação semelhante. Esse desconforto intercalado com sequências de suspense e personagens dúbios eram comuns nas obras de Hitchcock. 

É interessante também o desenvolvimento do personagem de Harrison Ford, que mesmo sofrendo ao enfrentar situações perigosas, termina sentindo um certo prazer em algo novo em meio a sua vida burocrática. 

É um filme que deveria ser mais lembrado nas carreiras de Polanski e Ford.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Marcando em Cima, A Mulher do Chefe & Policial Por Acaso

 

Marcando em Cima (Checking Out, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – David Leland
Elenco – Jeff Daniels, Melanie Mayron, Michael Tucker, Kathleen York, Ann Magnuson, Alan Harvey, Ian Wolfe.

Ray (Jeff Daniels) é um executivo de uma companhia aérea que fica traumatizado e se torna hipocondríaco após ver um colega morrer de forma fulminante enquanto contava uma piada. Seu medo de morrer cria situações patéticas que afetam sua vida profissional e seu casamento. 

Este longa com pitadas de um estranho humor, absurdos e situações até de fantasia tem mais curiosidades atrás das câmeras do que na tela. O longa foi produzido pelo Beatle George Harrison, que inclusive tem uma pequena participação em uma cena. 

O diretor inglês David Leland tinha alguma fama no circuito de arte pelo cult “Gostaria que Você Estivesse Aqui” produzido no ano anterior. E o roteirista Joe Esztehas ficaria famoso em 1992 ao assinar a trama de "Instinto Selvagem".

A Mulher do Chefe (The Boss’ Wife, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Ziggy Steinberg
Elenco – Daniel Stern, Arielle Domsbale, Fisher Stevens, Melanie Mayron, Christopher Plummer, Lou Jacobi, Martin Mull, Robert Constanzo.

Joel (Daniel Stern) trabalha em uma empresa de investimentos com o objetivo de subir na carreira. Casado com Janet (Melanie Mayron), ele enfrenta problemas de fertilidade, ao mesmo tempo em que é seduzido pela jovem esposa do dono da empresa, a sensual Louise (Arielle Dombasle). 

Essa é uma comédia típica dos anos oitenta ao colocar infidelidade, nudez, ambição e piadas bobas no mesmo balaio. É curioso notar que o antigo astro Christopher Plummer estava em um fase de escolhas ruins, algo que conseguiu superior e voltar a ter bom papéis apenas na metade dos anos noventa até sua morte em 2021.

Policial Por Acaso (Off Beat, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Michael Dinner
Elenco – Judge Reinhold, Meg Tilly, Cleavant Derricks, Joe Mantegna, Amy Wright, John Turturro, James Tolkan, Julie Bovasso, Anthony Zerbe, Fred Gwynne, Harvey Keitel, Victor Argo, Austin Pendleton, Penn Jillette.

Joe (Judge Reinhold) é um segurança de biblioteca que para ajudar um amigo policial (Cleavant Derricks) a investigar um caso, se faz passar também por policial. A situação sai do controle quando ele se apaixona pela policial verdadeira Rachel (Meg Tilly). 

É outra comédia dos anos oitenta que se apoia em uma farsa para criar uma trama policial fraca misturada com romance. O filme foi uma tentativa de emplacar a carreira de Judge Reinhold, que se destacou como coadjuvante em “Um Tira da Pesada”. A bela Meg Tilly vinha do sucesso de crítica “Agnes de Deus”, mas pouco pode fazer para melhor o filme.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Meu Filho, Nosso Mundo

 

Meu Filho, Nosso Mundo (Ezra, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Tony Goldwyn
Elenco – Bobby Cannavale, Robert De Niro, William A. Fitzgerald, Rose Byrne, Vera Farmiga, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn.

Max (Bobby Cannavale) é um comediante de stand-up que sofre para tentar ajudar o filho Ezra (William A. Fitzgerald) que é autista e que mora com a mãe (Rose Byrne). Uma série de situações leva Max a tomar a atitude extrema de levar o garoto para uma viagem, mesmo contra a vontade da mãe. 

Este drama com pitadas de comédia claramente foi produzido para colocar em foco o tema do autismo. Ao mesmo tempo em que o roteiro tenta desmistificar o tema, por outro lado ele também apela para algumas situações exageradas que não convencem. 

O melhor do filme fica para a trinca de atores. Mesmo repetindo o estilo falastrão de outros papéis, Bobby Cannavale consegue passar toda a angústia do seu personagem, assim como Robert De Niro está bem interpretando o avô e destaque principalmente para a espontânea interpretação do garotinho William A. Fitzgerald.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Lua de Papel, No Mundo do Cinema & Muito Riso e Muita Alegria

 

Lua de Papel (Paper Moon, EUA, 1973) – Nota 8
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O’Neal, Tatum O’Neal, Madeline Kahn, John Hillerman, Randy Quaid, Noble Willingham.

Kansas, anos trinta. Durante a Depressão Americana, a garotinha Addie (Tatum O’Neal) perde a mãe. No enterro aparece um sujeito chamado Moses (Ryan O’Neal), que algumas pessoas acreditam ser o pai verdadeiro de Addie. Mesmo a contragosto, Moses aceita tomar conta de Addie, levando a garota pelas cidades decadentes da região ensinando como sobreviver enganando as pessoas com a venda de bíblias e pequenos golpes. 

Vários filmes dos anos setenta contam histórias que se passam os anos trinta, normalmente dramas mostrando a dura vida a população durante a crise econômica que alastrou a pobreza pelo país. 

Este ótimo longa muda um pouco o foco e a forma de abordar o tema ao misturar drama e comédia na relação entre pai e filha, que por sinal ganha muitos pontos pela espontânea atuação de Tatum O’Neal, que de forma surpreendente vendeu o Oscar de Atriz Coadjuvante. 

Filha do astro Ryan O’Neal, eles voltaram a atuar juntos sobre o comando de Peter Bogdanovich em “No Mundo do Cinema”, porém ela jamais conseguir se firmar na carreira.

No Mundo do Cinema (Nickelodeon, EUA, 1976) – Nota 7
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ryan O'Neal, Burt Reynolds, Tatum O'Neal, Brian Keith, John Ritter, Stella Stevens, Jane Hitchcock, Brion James.

Los Angeles, 1910. Nos primórdios do cinema, algumas situações levam um advogado (Ryan O’Neal) a ser tornar diretor e um sujeito comum (Burt Reynolds) se revela um novo astro em meio a improvisos e confusões durante as filmagens. 

O diretor Peter Bogdanovich faz uma homenagem ao “desbravadores” do cinema. Pessoas comuns que se arriscaram em algo totalmente novo sem saber que aquilo que se tornaria em uma das maiores indústrias do mundo. 

O longa tem várias sequências divertidas, inclusive algumas beirando o pastelão, o que em parte levou a obra a fracassar nas bilheterias na época. Além da dupla principal, destaque para a adolescente Tatum O’Neal e para o veterano Brian Keith.

Muito Riso e Muita Alegria (They All Laughed, EUA, 1981) – Nota 6
Direção – Peter Bogdanovich
Elenco – Ben Gazzara, Audrey Hepburn, John Ritter, Dorothy Stratten, Blaine Novak, Colleen Camp, Patti Hansen.

Em Nova York, John (Ben Gazzara) e Charles (John Ritter) são detetives particulares que são contratados por maridos que acreditam que suas esposas tem amantes. Ao invés de resolverem os caros, eles terminam se envolvendo com seus alvos. 

Esta comédia romântica dirigida por Peter Bogdanovich é muito mais lembrada por uma tragédia, do que pela qualidade. Bogdanovich deu um dos papéis principais para a modelo Dorothy Stratten, com quem ele teve um affair. 

A situação saiu do controle porque Dorothy era casada com um sujeito extremamente ciumento que descobriu o caso e assassinou a esposa antes do filme ser lançado. Essa terrível história foi retratada no longa “Star 80” produzido em 1983.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Mr. Long

 

Mr. Long (Misutâ Ron, Japão / Taiwan / Hong Kong / Alemanha, 2017) – Nota 5,5
Direção – Sabu
Elenco – Chang Chen, Shô Aoyagi, Yao Yiti, Run Yin Bai.

Long (Chang Chen) é um assassino profissional em Taiwan que é enviado para um “trabalho” no Japão. O serviço não sai como o esperado e Long ferido se esconde de criminosos em uma região decadente com casas abandonadas, pobreza e drogados. 

Este longa escrito e dirigido pelo japonês Sabu é dividido em três partes que resultam em uma obra no mínimo estranha. A violenta meia-hora inicial passa a impressão de seguir o estilo dos filmes de ação produzidos no oriente, mesmo com sequências que não empolgam, porém o roteiro muda o rumo para um drama sobre drogas e por fim entra em cena até mesmo um romance. 

É um daqueles filmes que vai agradar poucas pessoas e que se torna cult por ser diferente e não especificamente bom.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Jogando a Linha

 

Jogando a Linha (Mending the Line, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Joshua Caldwell
Elenco – Brian Cox, Sinqua Walls, Perry Mattfeld, Patricia Heaton, Wes Studi, Chris Galust, Michaela Sasner.

Colter (Sinqua Walls) é um soldado veterano que sobreviveu a um ataque no Afeganistão, porém sofreu ferimentos pesados e viu dois companheiros morrerem. Levado a uma centro de reabilitação física e mental, Colter deseja voltar à ativa, mas antes terá de passar um doloroso processo de aceitação da nova situação. Por indicação de sua médica, ele inicia uma “terapia” aprendendo a pescar com Ike Fletcher (Brian Cox), um idoso solitário e teimoso. 

Esse é mais um filme sobre a dificuldade de reinserção na sociedade de um veterano de guerra, que utiliza de forma inusitada a pescaria para lidar com suas angústias e traumas. A relação criada entre os dois veteranos de guerra, o idoso lutou no Vietnã e a da jovem vivida por Perry Mattfeld que também sofreu uma perda é sensível, mas também bastante previsível. Destaque para a boa atuação do sempre competente Brian Cox.

domingo, 22 de junho de 2025

O Contador 2

 

O Contador 2 (The Accountant 2, EUA, 2025) – Nota 7
Direção – Gavin O’Connor
Elenco – Ben Affleck, Jon Bernthal, Cynthia Addai Robinson, J.K. Simmons, Allison Robertson, Daniella Pineda, Andrew Howard, Grant Harvey.

Quando o agente federal aposentado Ray King (J.K. Simmons) é assassinado durante uma investigação particular, sua ex-subordinada no trabalho Medina (Cynthia Addai Robinson) herda uma série de pistas que a levam a encontrar o Contador (Ben Affleck), um gênio das finanças que trabalhava lavando dinheiro para criminosos. Eles se unem ao irmão do contador, o assassino Braxton (Jon Bernthal) para encontrar os responsáveis pelo assassinato de King. 

Esta sequência do filme de 2016 tem uma história um pouco mais complicada e com alguns exageros a mais do que original, além de pitadas de comédia que parecem desconectadas com a premissa. 

Por outro lado, as sequências de ação são competentes, o ritmo é ágil e a forma como a tecnologia é utilizada para conseguir informações é bastante interessante e até assustadora ao analisar a vulnerabilidade como os sistemas podem ser hackeados. O roteiro ainda deixa algumas portas para talvez mais uma sequência.

sábado, 21 de junho de 2025

A Loteria da Vida

 

A Loteria da Vida (The Wrong Box, Inglaterra, 1966) – Nota 7,5
Direção – Bryan Forbes
Elenco– John Mills, Ralph Richardson, Michael Caine, Peter Cooke, Dudley Moore, Nanette Newman, Tom Hancock, Peter Sellers.

Um grupo de jovens amigos decide criar uma espécie de loteria da vida, ou pior, da morte. Cada um contribui com uma determinada quantia que será destinada ao último homem do grupo que sobreviver. 

Sessenta e três anos depois, somente dois irmãos que se odeiam estão vivos (John Mills e Ralph Richardson), porém com um deles à beira da morte e o outro bastante idoso, alguns sobrinhos esperam colocar as mãos na fortuna, dando início a uma série de traições, golpes e mentiras. 

Mesmo tendo envelhecido no formato, essa comédia ainda é uma divertida história sobre ganância com personagens peculiares. Os dois idosos são opostos e impagáveis, enquanto entre os sobrinhos temos Michael Caine e um jovem Dudley Moore que faz uma dupla de vilões patéticos com Peter Cook. 

É um filme que vai agradar quem gosta de comédias de erros e principalmente do cínico humor britânico.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Crepúsculo dos Deuses

 

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, EUA, 1950) – Nota 8,5
Direção – Billy Wilder
Elenco – William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson, Fred Clark, Lloyd Gough, Jack Webb.

Joe Gillis (William Holden) é um roteirista de cinema desempregado e endividado que por acaso cruza o caminho da antiga estrela do cinema mudo Norma Desmond (Gloria Swanson). Vivendo reclusa em uma decadente mansão somente com a ajuda de um mordomo (o diretor Erich von Stroheim), Norma acredita que Gillis possa escrever o roteiro de um novo filme que seria sua volta triunfal ao cinema, porém o sujeito pensa em resolver sua vida financeira. 

Este clássico produzido há setenta e cinco anos tem uma história ainda bastante atual, sobre a forma como muitos pessoas famosas não aceitam quando sua carreira acabou e não sabem como enfrentar a realidade. 

A personagem de Gloria Swanson é um reflexo da própria carreira real da atriz, que fora famosa na época do cinema mudo, para depois ser esquecida até conseguir esse papel que foi seu último grande trabalho, mesmo tendo seguindo com algumas participações na tv. 

Os diálogos afiados entre a protagonista que vive uma fantasia e o roteirista canalha, a lealdade do sinistro mordomo e cínica sequência final são alguns dos pontos altos.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Basquete Blues

 

Basquete Blues (Hoop Dreams, EUA, 1994) – Nota 9
Direção – Steve James
Documentário

No final dos anos oitenta, o documentarista Steve James escolheu dois garotos com talento para o basquete que sonhavam chegar à NBA para filmar suas vidas durante os quatros ano do ensino médio. 

Vivendo em bairros pobres nos arredores de Chicago, William Gates e Arthur Agee conseguiram bolsas de estudo no famoso colégio St. Joseph, porém logo no primeiro ano seguiram caminhos diferentes na busca pelo mesmo sonho. 

Este sensacional documentário com quase três horas de duração detalha uma verdadeira saga da vida real. São problemas familiares, questões financeiras, pressão, desempenho, dificuldade em conseguir as notas no colégio, uma série de situações que deixam claro como o caminho para o sucesso, seja ele qual for, é extremamente difícil. 

É interessante também comparar com a luta dos garotos brasileiros que tentam se tornar jogadores de futebol profissional, em que desde cedo são cercados por pessoas que dizem pensar em ajudá-los, mas que também buscam alguma vantagem no processo. O garimpador de jovens nos bairros pobres, o treinador da equipe, o recrutador da universidade, todos tem seus objetivos próprios. 

É um documentário que vai além do esporte, sendo uma história de duas pessoas em busca de um sonho e de uma vida melhor. Para quem assistir, vale a pena também busca informações da vida posterior de William Gates e Arthur Agee.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Dreamin' Wild

 

Dreamin' Wild (Dreamin' Wild, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Bill Pohlad
Elenco – Casey Affleck, Walton Goggins, Zooey Deschanel, Bo Bridges, Noah Jupe, Jack Dylan Grazer, Chris Messina.

Em 2011, os irmãos Donnie (Casey Affleck) e Joe Emerson (Walton Goggins) são procurados por um sujeito chamado Matt Sullivan (Chris Messina) que diz ter ouvido o disco que eles gravaram em 1979 quando eram adolescentes. 

Matt acredita que o disco é fantástico e faz a proposta de relançar com uma nova roupagem, utilizando a internet para divulgação. É o início de uma nova vida para a família e também uma série de recordações vem à tona na cabeça do melancólico Donnie. 

Este longa é baseado em uma história real sobre uma segunda chance, algo que dificilmente ocorre em uma carreira musical. A narrativa lenta quebra um pouco do interesse, mesmo intercalando os fatos de 2011 com flashbacks dos irmãos na época em que gravaram o disco em um estúdio montado pelo próprio pai (Beau Bridges) na fazenda da família. 

No bom elenco, o destaque fica para Casey Affleck, especialista em personagens introspectivos. É um filme que vale como registro de uma interessante história real.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Ladrão Por Excelência & Como Ser um Bom Ladrão

 

Ladrão Por Excelência (Rough Cut, EUA, 1980) – Nota 6
Direção – Don Siegel, Peter H. Hunt & Robert Ellis Miller
Elenco – Burt Reynolds, Lesley Anne Down, David Niven, Patrick Magee, Timothy West.

Jack Rhodes (Burt Reynolds) é um ladrão de joias que durante uma festa cruza o caminho de Gillian (Lesley Anne Down), que também está no local para roubar. A atração é mútua, porém Jack não imagina que a garota está trabalhando para um inspetor (David Niven) que o está investigando. 

A química entre o casal é boa, a participação de David Niven como o clássico policial britânico também é interessante, porém as sequências de roubos são fracas e o ritmo da narrativa irregular, muito por causa dos problemas na produção. 

O filme seria dirigido por Blake Edwards, que abandonou antes do início das filmagens e foi substituído por Don Siegel, que por sua vez estava com problemas de saúde. Durante as filmagens, ele se ausentou duas vezes, sendo substituído primeiro por Peter H. Hunt e no final por Robert Elis Miller.

Como Ser um Bom Ladrão (Breaking In, EUA, 1989) – Nota 6,5
Direção – Bill Forsyth
Elenco – Burt Reynolds, Casey Siemaszko, Sheila Kelley, Stephen Tobolowsky, Lorraine Toussaint, Maury Chaykin, Albert Salmi, Harry Carey

Ernie (Burt Reynolds) é um veterano ladrão que tenta sobreviver com pequenos crimes. Ao criar um laço de amizade com o jovem mecânico Mike (Casey Siemaszko), ele começa a dar lições sobre roubos, ganância e como não ser preso. 

Esse é um daqueles filmes curiosos muito mais por causa dos envolvidos, do que exatamente pela história. Na época, o astro Burt Reynolds vinha de um série de fracassos e provavelmente por isso aceitou este papel em um filme menor interpretando um personagem decadente. 

Casey Siemaszko tinha sido coadjuvante em vários filmes conhecidos dos anos oitenta, tendo seu papel mais interessante na comédia “Te Pego Lá Fora”. O escocês Bill Forsyth é um diretor de pequenos dramas como o elogiado “Momento Inesquecível”, enquanto o roteirista e também diretor John Sayles comandou obras importantes na época como “Fora da Jogada” e “Matewan – A Luta Final”. 

Essa mistura inusitada rendeu um simpático longa sobre amizade, lealdade e redenção. Burt Reynolds recebeu alguns elogios pelo papel, mas sua carreira teria somente um novo fôlego após o ótimo “Boogie Nights” em 1998.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

O Último Respiro

 

O Último Respiro (Last Breath, EUA / Inglaterra, 2025) – Nota 6,5
Direção – Alex Parkinson
Elenco – Woody Harrelson, Simu Liu, Finn Cole, Cliff Curtis, Mark Bonnar, MyAnna Buring, Josef Altin, Bobby Rainsbury.

Um grupo de mergulhadores especializados em manutenção de oleodutos nas águas profundas do Mar do Norte enfrenta uma perigosa situação que sai totalmente fora do controle. 

Este longa baseado em uma história real prende a atenção através de competentes sequências submarinas que passam todo o desespero quando ocorre um acidente. 

É uma história simples na forma da narrativa, mas extremamente forte em como a situação é resolvida, que por sinal resulta em algo próximo a um milagre. 

O destaque do elenco fica para Woody Harrelson interpretando um carismático mergulhador veterano.

domingo, 15 de junho de 2025

Operação Vingança

 

Operação Vingança (The Amateur, EUA, 2025) – Nota 7
Direção – James Hawes
Elenco – Rami Malek, Rachel Brosnahan, Laurence Fishburne, Jon Bernthal, Caitriona Balfi, Holt McCallany, Julianne Nicholson, Danny Sapani, Adrian Martinez, Michael Stuhlbarg.

Heller (Rami Malek) é um funcionário da CIA especialista em criptografia. Quando sua esposa é assassinada por supostos terroristas em um ataque num hotel em Londres, ele descobre que o crime faz parte de uma conspiração. Mesmo sem experiência como agente de campo, ele decide caçar os assassinos. 

Este curioso longa de ação e espionagem bebe na fonte da franquia “Bourne”, porém ao invés de focar em um super agente, coloca como protagonista um nerd que utiliza seu QI elevado para criar uma complexa trama de vingança. 

Mesmo com a inteligência superando a força, o longa tem boas sequências de ação e ótimas locações na Europa, assim como o curioso personagem de Laurence Fishburne, que parece um versão mercenária do Morpheus de “Matrix”. 

Esses pontos positivos ajudam a superar alguns furos no roteiro e o desperdício de personagens que poderiam ser melhor aproveitados, como o agente vivido por Jon Bernthal e o nerd de Adrian Martinez. No geral, é um bom filme que vai agradar que gosta de tramas de conspiração.

sábado, 14 de junho de 2025

The Line

 

The Line (The Line, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Ethan Berger
Elenco – Alex Wolff, Bo Mitchell, Lewis Pullman, Austin Abrams, Halle Bailey, Nicholas Basile, Graham Patrick Martin, Will Ropp, Angus Cloud, John Malkovich, Denise Richards, Cheri Oteri, Scoot McNairy.

Tom (Alex Wolff) é um jovem universitário que vem de uma família comum e que planeja subir na vida através das relações que tenta criar com seus colegas endinheirados. Ele faz parte de uma fraternidade e aproveita a vida com festas e drogas, até que começam a surgir conflitos quando novos estudantes se candidatam a participar do grupo. 

Este interessante longa tem um título que é uma espécie de simbolismo para as linhas imaginárias que as pessoas tentam ultrapassar e nem sempre conseguem. O protagonista tenta ultrapassar a linha da classe social, mas tem que respeitar a hierarquia dentro da fraternidade, assim como a linha entre diversão e irresponsabilidade. 

O roteiro claramente faz uma crítica à tradição das fraternidades universitárias, assim como mostra que as consequências dos atos são diferentes na vida de cada pessoa, de acordo com seu dinheiro, sua influência e seu caráter.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Mickey 17

 

Mickey 17 (Mickey 17, EUA / Coreia do Sul, 2025) – Nota 7
Direção – Bong Joon Ho
Elenco- Robert Pattinson, Steven Yeun, Naomi Ackie, Mark Ruffalo, Toni Collette, Patsy Ferran, Cameron Britton, Michael Monroe, Daniel Henshall, Thomas Turgoose, Anamaria Vartolomei.

No futuro, para fugir de uma dívida com um violento agiota, Mickey (Robert Pattinson) e seu amigo Timo (Steven Yeun) se candidatam a uma viagem de colonização espacial. Mickey é escolhido para ser uma espécie de cobaia, que enfrentará situações extremas como testes científicos e irá morrer, porém será “reimpresso” por uma máquina para continuar sua vida e seu trabalho. 

Este longa dirigido pelo sul-coreano Bong Joon Ho fica um pouco abaixo na comparação com seus vários grandes trabalhos como o premiado “Parasita”, “Old Boy” e “Memórias de um Assassino”. 

Apesar da ideia criativa, o roteiro foca em diversas situações que deixam o filme confuso, além da escolha do diretor de inserir algumas situações que parecem uma comédia, como os caricatos personagens de Mark Ruffalo e Toni Collette. O roteiro também parece reciclar ideias de filmes como “Duna” e a franquia “Aliens”. É claramente um filme que fica abaixo do esperado.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Juro Por Deus, Obsessão & História de um Amor

 

Juro Por Deus (Cross My Heart, EUA, 1987) – Nota 6
Direção – Armyan Bernstein
Elenco – Martin Short, Annette O’Toole, Paul Reiser, Joanna Kerns.

No terceiro encontro, que seria considerado o momento decisivo para iniciar uma relação séria, David (Martin Short) decide esconder que acabou de perder o emprego, enquanto Kathy (Annette O’Toole) também não quer contar que tem um filho. Enquanto tentam descobrir um jeito de minimizar a situação para não perder a relação, cada um deles vai aumentando as mentiras, até chegar a um ponto sem volta.

Esse longa é mais uma das diversas comédias românticas dos anos oitenta que explorava pequenas mentiras para criar uma trama de encontros e desencontros. É um filme previsível e com alguns exageros, mas que ganha pontos pela simpatia do casal principal e de Paul Reiser interpretando o amigo do protagonista, anos antes de ficar famoso com a sitcom “Mad About You”.

Obsessão ou Sem Amanhã (Fresh Horses, EUA, 1988) – Nota 5,5
Direção – David Anspaugh
Elenco – Molly Ringwald, Andrew McCarthy, Patti D’Arbanville, Ben Stiller, Molly Hagan, Viggo Mortensen, Doug Hutchinson.

Larkin (Andrew McCarthy) é um jovem rico que abandona sua noiva após conhecer Jewel (Molly Ringwald). A atração por impulso entre os jovens se torna problema quando ele descobre que a garota tem apenas dezesseis anos, além é claro da diferença de classe social. 

Este drama romântico sem surpresas tem como curiosidade a participação de Ben Stiller e Viggo Mortensen em início de carreira, atores que fizeram uma carreira muita mais sólida que o casal principal, que na época eram astros em ascensão.

História de um Amor (The Slugger's Wife, EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – Hal Ashby
Elenco – Michael O'Keefe, Rebecca DeMornay, Martin Ritt, Randy Quaid, Cleavant Derricks, Lisa Langlois.

Darryl (Michael O’Keefe) é um jogador de beisebol sem grande destaque. Em uma noite, ele conhece se apaixona pela cantora Debby (Rebecca DeMornay), que se apresenta em um pequeno local, mas que sonha ficar famosa. Após algumas idas e vindas ele se casam e Darryl começa a se destacar no esporte, acreditando que sua sorte mudou com a presença de Debby como espectadora em todos o jogos. 

Esta mistura de comédia, drama e esportes em momento algum decola. A ideia de usar a esposa como amuleto da sorte resulta em uma crise de relacionamento mais absurda do que real. Nem mesmo a direção de Hal Ashby e o roteiro do dramaturgo Neil Simon conseguiram levar o filme além do razoável.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

A Grande Descoberta

 

A Grande Descoberta (Genombrottet, Suécia, 2025) – Nota 6,5
Direção – Lisa Siwe
Elenco – Peter Eggers, Mattias Nordkvist, Jessica Liedberg, Karin de Frumeire, Annika Halin, Julia Sporre.

Em 2004, uma criança de nove anos e uma senhora foram assassinados na rua em uma cidade do interior do Suécia. Mesmo com uma testemunha ocular, o detetive John (Peter Eggers) e sua equipe não conseguiram chegar ao culpado. Dezesseis anos depois, John descobre um genealogista (Mattias Nordkvist) que desenvolveu uma técnica para localizar pessoas dentro de gerações de uma família através do estudo do DNA. 

Esta minissérie em quatro episódios é baseada em uma história real que foi considerado o segundo pior crime da história da Suécia. A narrativa é repleta de clichês, como o policial obcecado que se afasta da família por causa do caso e um suspeito que o roteiro usa para enganar o público. Não espere ação ou clímax, o foco é a investigação as consequências dramáticas na vida de cada personagem.

terça-feira, 10 de junho de 2025

Tempos Super Modernos

 

Tempos Super Modernos (E Noi Come Stronzi Rimanemmo a Guardare, Itália, 2021) – Nota 6
Direção – Pif (Pierfrancesco Diliberto)
Elenco – Fabio de Luigi, Ilenia Pastorelli, Pif, Valeria Solarino, Maurizio Nichetti.

Arturo (Fabio de Luigi) desenvolveu um algoritmo para ajudar os funcionários da empresa onde trabalha a terem mais tempo e melhor produtividade. Para sua surpresa, ele é dispensado do emprego e se vê perdido no mundo moderno até conseguir um trabalho de entregador. 

O diretor, ator e roteirista italiano Pif (Pierfrancesco Diliberto) é conhecido por filmes simpáticos como “A Máfia Só Mata no Verão” e “Em Guerra por Amor”. Aqui ele entrega um longa com um olhar crítico para a tecnologia que avança cada vez mais, porém com algumas situações que beiram o exagero. 

Por mais que seja a proposta, o filme fica um pouco cansativo ao colocar o protagonista enfrentando situações que ele nunca imaginou que lembram uma comédia futurista, bem diferente do mundo em que acreditava viver. 

Pif explora referências que lembram as sátiras dos filmes de Mel Brooks e até um pitada do clássico “Tempos Modernos” de Chaplin, além de brincar com o nome da empresa de entrega batizada como "Fuuber", claramente uma mistura de Ifood e Uber. 

O resultado é mediano, deixando a impressão de que poderia ser melhor.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Lost Soul: The Doomed Journey of Richard Stanley's Island of Dr. Moreau

 

Lost Soul: The Doomed Journey of Richard Stanley's Island of Dr. Moreau (Lost Soul: The Doomed Journey of Richard Stanley's Island of Dr. Moreau, EUA, 2014) – Nota 7,5
Direção – David Gregory
Documentário

Entre 1994 e 1995, o diretor sul-africano Richard Stanley era famoso no circuito independente pelo sucesso de dois longas de ficção de baixo orçamento. Os cults “Hardware: O Destruidor do Futuro” e “O Colecionado de Almas” abriram as portas de Hollywood, que o contratou para comandar uma verão de “A Ilha do Dr. Moreau”, obra de H.G. Wells. O que seria o início do caminho para uma carreira internacional, se transformou em pesadelo assim que as filmagens começaram. 

Este documentário detalha os absurdos bastidores dessa produção que se tornou um dos grandes fracassos da história do cinema. Os conflitos do diretor com o elenco, principalmente com o astro Val Kilmer, que por seu lado travou uma disputa com Marlon Brando, as exigências malucas deste último, as complicadas locações na selva australiana e várias outras situações levaram Richard Stanley a ser demitido e praticamente surtar, desaparecendo por um período. Após uma série de problemas, o longa foi finalizado pelo veterano diretor John Frankenheimer.

domingo, 8 de junho de 2025

Minha Noiva é uma Extraterrestre, Dr. Detroit e Suas Mulheres & 15 Metros de Mulher

 

Minha Noiva é uma Extraterrestre (My Stepmother Is an Alien, EUA, 1988) – Nota 5,5
Direção – Richard Benjamin
Elenco – Dan Aykroyd, Kim Basinger, Jon Lovitz, Alyson Hannigan, Seth Green, Ann Prentiss.

Steven (Dan Aykroyd) é um astrofísico que durante uma experiência faz um feixe de luz atingir um planeta distante. Os habitantes do planeta com medo de um ataque, enviam para Terra uma alienígena que toma posse do corpo da bela Celeste (Kim Basinger), com o objetivo de se aproximar de Steven para deter o experimento. O que eles não esperavam é que surgirá uma paixão entre os dois. 

Essa mistura de comédia e ficção tentava aproveitar a então fama de Kim Basinger e o talento cômico de Dan Aykroyd para criar sequências apoiadas em absurdos baseados nas diferenças de vidas nos dois planetas. O problema é que essas sequências são em sua maioria sem graça, resultando mais em um romance fraco do que uma ficção divertida.

Dr. Detroit e Suas Mulheres (Doctor Detroit, EUA, 1983) – Nota 5
Direção – Michael Pressman
Elenco – Dan Aykroyd, Donna Dixon, Howard Hesseman, T.K. Carter, Lynn Whitfield, Lydia Lei, Fran Drescher.

Clifford (Dan Aykroyd) é um tímido professor universitário que por um acaso se envolve em uma confusão com um cafetão. Para salvar sua pele e a de um grupo de garotas de programa, ele cria um personagem chamado Dr. Detroit, que se mostra forte, firme e seguro, bem diferente de sua verdadeira personalidade. 

Essa é uma das várias comédias dos anos oitenta que se apoiava em sequências que parecem saídas do “Saturday Night Live”, porém com nudez e piadas de duplo sentido. O filme não funcionou e fracassou nas bilheterias.

15 Metros de Mulher (Attack of the 50 Ft. Woman, EUA, 1993) – Nota 4
Direção – Christopher Guest
Elenco – Daryl Hannah, Daniel Baldwin, William Windom, Frances Fisher, Cristi Conaway.

Nancy Archer (Daryl Hannah) é uma herdeira rica e ex-alcoólatra que ama seu marido Harry, que por seu lado planeja matar a esposa para usufruir da fortuna com sua amante "Honey" Parker (Cristi Conaway). O contato de Nancy com uma espécie de satélite faz com que ela comece a crescer rapidamente, o que ameaça os planos de Harry. 

Este péssimo longa produzido para tv é a refilmagem de uma ficção B produzida em 1958. O que o original tinha de charme, mesmo sendo precário, esta versão para tv tem de descartável.

sábado, 7 de junho de 2025

Carona Aterrorizante

 

Carona Aterrorizante (The Passenger, EUA, 2023) – Nota 6,5
Direção – Carter Smith
Elenco – Kyle Gallner, Johnny Berchtold, Liza Weil, Billy Slaughter.

Benson (Kyle Gallner) surta e mata três pessoas que trabalham com ele em uma lanchonete decadente. O gatilho para o ataque foi a falta de atitude de outro companheiro de trabalho, o inseguro Bradley (Johnny Berchtold). Benson decide levar Bradley para uma bizarra e violenta jornada de descoberta, enquanto foge dos crimes que cometeu. 

Essa trama típica de filmes B funciona em parte graças a atuação insana do talentoso Kyle Gallner. Mesmo sem ter a mesma fama de outros atores de sua geração, Gallner vem fazendo uma interessante carreira marcada por personagens complicados, como o condenado da ótima minissérie “Interrogation” e o delinquente de “Uma História de Amor Americana”. 

O filme é bastante violento e um pouco irregular, mas ao mesmo tempo insere na trama a questão do perdão e a forma como cada pessoa encara seus traumas.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Jogo Justo

 

Jogo Justo (Fair Play, EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Chloe Domont
Elenco – Phoebe Dynevor, Alden Ehrenreich, Eddie Marsan, Rich Sommer, Sebastian De Souza, Sia Alipour, Jamie Wilkes, Patrick Fishler.

Luke (Alden Ehrenreich) e Emily (Phoebe Dynevor) formam um casal que trabalha junto em uma grande empresa de investimentos. Quando surge a chance de uma promoção para um grande cargo, o relacionamento aparentemente perfeito aos poucos se esfacela. 

Este longa que foi vendido como um thriller com toques de erotismo, na verdade é uma história previsível sobre relacionamentos frágeis com protagonistas são a cara do mundo atual. A narrativa em momento algum decola, nem a questão profissional, quanto a crise pessoal que leva o roteiro a tomar um lado repleto de ideologia. É mais um filme com conteúdo vazio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Adolescência

 

Adolescência (Adolescence, Inglaterra, 2025) – Nota 7,5
Direção – Philip Barantini
Elenco – Stephen Graham, Owen Cooper, Ashley Walters, Faye Marsay, Christine Tremarco, Amelie Pease, Erin Doherty, Jo Hartley.

Essa minissérie em quatro episódios tem como ponto de partida a prisão de um garoto de treze anos (Owen Cooper) que é acusado do assassinato de uma adolescente. Cada episódio de cinquenta minutos foi filmado em um plano sequência sem cortes, focando em pontos específicos das consequências do crime. 

A minissérie explora temas atuais como a influência das redes sociais na vida dos adolescentes e a dificuldade das famílias em lidar com seus filhos, além do papel da escola, que por sinal rende o melhor episódio. É fácil entender o sucesso da minissérie por causa dos temas, porém está longe de ser algo que ficará marcado. 

O último episódio que foca na família é doloroso, mas também um pouco cansativo, passando a sensação da falta de um clímax. Destaque para as atuações de Stephen Graham no papel do pai do acusado e para o garoto Owen Cooper, que se revela extremamente promissor no terceiro episódio.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

O Rei das Drogas

 

O Rei das Drogas (Mayakwang, Coreia do Sul, 2018) – Nota 6,5
Direção – Min Ho Woo
Elenco – Kang Ho Song, Jung Suk Jo, Doona Bae, Dae Myung Kim, Hee Joon Lee.

Busan, Coreia do Sul, 1972. Lee Doo Sam (Kang Ho Song) é um pequeno criminoso que aos poucos se envolve em um complexo negócio de tráfico de drogas sintéticas entre Taiwan, Coreia do Sul e Japão, chegando até topo de uma organização alguns anos depois. 

Este longa é claramente inspirado no sensacional “Scarface” de Brian de Palma, porém com pitadas de comédia e com uma trama que mesmo sendo longa, deixa alguns furos pelo caminho. A história também é mais confusa, com diversos personagens que de uma forma ou outra participam das negociatas e da violência. 

Algo que incomoda é a construção do protagonista, que em poucos momentos mostra personalidade para chegar ao topo da pirâmide do crime, mais apanhando do que batendo. A produção é caprichada, algo comum nos filmes sul-coreanos e a narrativa prende a atenção.

terça-feira, 3 de junho de 2025

Umberto D.

 

Umberto D. (Umberto D., Itália, 1952) – Nota 9
Direção – Vittorio De Sica
Elenco – Carlo Battisti, Maria Pia Castillo, Lina Gennari, Ileana Simova.

Umberto Domenico Ferrari (Carlo Battisti) é um funcionário público aposentado que sofre com dívidas por causa do pequeno valor que recebe como benefício. Prestes a ser despejado do quarto de um antigo casarão por conta de não conseguir pagar o aluguel, ele tenta vender alguns itens e procura ajuda de antigos amigos, porém sem sucesso. Seu único companheiro é um pequeno cão que o segue por todos os lugares. 

Este é um dos vários longas do chamado Neorrealismo Italiano que batem direto no fígado e no coração do espectador. Mesmo não sendo tão clássico quanto “Ladrões de Bicicleta” do mesmo diretor Vittorio De Sica, a jornada do pobre Umberto é uma das mais dolorosas da história do cinema. 

Como em outros filmes do gênero, a trama se passa em uma Itália no pós-guerra com uma população pobre, em que a luta pela sobrevivência supera qualquer tipo de gentileza e sentimento pelo próximo. Para quem gosta de cães, o filme é ainda mais doloroso, mesmo deixando claro que eles são os melhores amigos dos homens.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Saturday Night – A Noite que Mudou a Comédia

 

Saturday Night – A Noite que Mudou a Comédia (Saturday Night, EUA, 2024) – Nota 7,5
Direção – Jason Reitman
Elenco – Gabriel LaBelle, Rachel Sennott, Cory Michael Smith, Ella Hunt, Dylan O’Brien, Emily Fairn, Matt Wood, Lamorne Morris, Kim Matula, Finn Wolfhard, Nicholas Braun, Willem Dafoe, Tracy Letts, Paul Rust, Matthew Rhys, J.K. Simmons, Brad Garrett, Josh Brener.

Em 11 de outubro de 1975, estreava na rede de televisão NBC o programa de sketchs de comédia “Saturday Night Live”, que em 2025 completa cinquenta anos no ar. Este divertido longa dirigido por Jason Reitman mostra como teriam sido os bastidores nas duas horas que antecederam o início do programa de estreia. 

Reitman cria um verdadeiro caos que varia entre a pressão de um diretor do canal (Willem Dafoe) sobre o criador do programa Lorne Michaels (Gabriel LaBelle), que precisa lidar com uma equipe técnica que não acredita em sua ideia e um grupo de comediantes desconhecidos, malucos e rebeldes. 

Os diálogos rápidos repletos de piadas cínicas exigem atenção do espectador, assim como os vários planos-sequências. É um filme indicado para quem gosta do programa e de comediantes famosos dos anos setenta e oitenta. 

Entre os vários comediantes retratados aqui, alguns são impagáveis, como Nicholas Braun em papel duplo interpretando o estranho Andy Kaufman e o criador dos bonecos Muppets Jim Henson, além de J.K. Simmons tirando um sarro como o veterano Milton Berle.

domingo, 1 de junho de 2025

Acima de Qualquer Suspeita (1990 & 2024)

 

Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innocent, EUA, 1990) – Nota 7
Direção – Alan J. Pakula
Elenco – Harrison Ford, Bonnie Bedelia, Raul Julia, Brian Dennehy, Paul Winfield, Greta Scacchi, John Spencer, Joe Grifasi, Tom Mardirosian, Anna Maria Horsford, Sab Shimono, Bradley Whitford.

Rusty Sabich (Harrison Ford) é o promotor designado para investigar a morte de uma colega (Greta Scacchi) que fora sua amante. Tentando esconder o caso, aos poucos pistas vem à tona o transformando em suspeito. Para provar sua inocência, ele contrata o advogado Sandy Stern (Raul Julia), tendo ainda o apoio de um amigo policial (Jon Spencer) e de sua esposa (Bonnie Bedelia). 

Este longa baseado em um livro de Scott Turow foi um dos vários bons trabalhos do diretor Alan J. Pakula, que deixou obras como “A Trama”, “Todos os Homens do Presidente” e “A Escolha de Sofia”. 

Ele consegue prender a atenção do espectador com o suspense em relação a quem cometeu crime, fato que é revelado como uma interessante surpresa na parte final. Pakula e o astro Harrison Ford voltariam a trabalhar juntos em “Inimigo Íntimo” de 1997, um ano antes da morte do diretor.

Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innocent, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Greg Yaitanes & Anne Sewitsky
Elenco – Jake Gyllenhaal, Ruth Negga, Peter Sarsgaard, Bill Camp, O-T Fagbente, Renate Reinsve, Chase Infiniti, Kingston Rumi Southwick, Tate Birchmore, Elizabeth Marvel, Nana Mensah, Noma Dumezweni, Lily Rabe, Marco Rodriguez, Mary Lynn Rajskub.

Rusty Sabich (Jakw Gyllenhaal) é um promotor que fica incumbido do processo do assassinato de uma colega de trabalho que fora sua amante. Não demora para a relação vir à tona e Rusty se tornar o principal suspeito do crime. 

Esta minissérie em oito episódios baseada no livro de Scott Turow foi adaptada por David E. Kelley, veterano criador de antigas séries de sucesso como “L.A. Law”, “Picket Fences” e “Chicago Hope", além das recentes minisséries “The Undoing” e “Amor e Morte”. 

Nessa adaptação, Kelley muda várias situações e personagens que foram retratadas no filme de 1990 com Harrison Ford. A minissérie é muito bem produzida, tem ótimo elenco e um roteiro que prende a atenção, porém para que viu o original, fica a sensação de mais do mesmo.