sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Lenny, O Show Deve Continuar & Star 80


Lenny (Lenny, EUA, 1974) – Nota 7,5
Direção – Bob Fosse
Elenco – Dustin Hoffman, Valerie Perrine, Jan Miner, Stanley Beck.

No início dos anos sessenta, o comediante Lennie Bruce (Dustin Hoffman) ganha fama na vida noturna ao falar de temas tabus como sexo, drogas e preconceito em um show de stand up. A língua solta do comediante também chama a atenção das autoridades, resultando em prisões e processos por ser acusado de desrespeitar os chamados “bons costumes”.

O falecido diretor e coreógrafo Bob Fosse escolheu contar a história real de Lenny Bruce como se fosse um documentário. A vida Lenny é mostrada em flashback desde o início de carreira quando era considerado um imitador medíocre, passando pelo complicado relacionamento com sua esposa Honey (Valerie Perrine) que era stripper, até chegar ao sucesso e aos problemas com as autoridades e com as drogas. Tudo isto é intercalado com depoimentos da esposa, do seu agente (Stanley Beck) e de sua mãe (Jan Milner).

Várias sequências são dos shows de Lennie, que era um sujeito complicado e ao mesmo tempo a frente do seu tempo em relação a falar abertamente sobre tudo. Ele falava há cinquenta anos, sem pudor algum, o que os comediante atuais falam.

O filme e a história de Lennie beiram a depressão. Ele parece angustiado até mesmo nos momentos de felicidade. Vale destacar a atuação exuberante de Dustin Hoffman e a melancolia de Valerie Perrine, que protagoniza algumas cenas ousadas para época. O filme é todo em preto e branco.

O Show Deve Continuar (All That Jazz, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Bob Fosse
Elenco – Roy Scheider, Jessica Lange, Ann Reinking, Leland Palmer, Bem Vereen, Cliff Gorman, Sandahl Bergman, John Lithgow, Max Wright.

Joe Gideon (Roy Scheider) é um famoso diretor de cinema e coreógrafo que trabalha na edição de seu último filme e nos ensaios de um novo musical. Abusando de bebidas, cigarros, drogas e sexo, Joe sofre um infarto que o deixa à beira da morte. Enquanto luta para sobreviver, ele relembra sua vida através de memórias que se transformam em números musicais e conversas com as mulheres de sua vida. 

Este longa é um registro quase autobiográfico da vida e carreira de Bob Fosse. Tendo dirigido apenas cinco filmes e trabalhado como coreógrafo em vários outros, Fosse foi um sujeito que viveu no limite e que faleceu aos sessenta anos em 1987. 

O longa fez grande sucesso, tendo sido indicado para nove Oscars e vencido em quatro categorias. Para quem gosta de musicais ousados, o filme é uma ótima pedida. Para meu gosto, é um filme apenas interessante. 

Star 80 (Star 80, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Bob Fosse
Elenco – Mariel Hemingway, Eric Roberts, Cliff Robertson, Carroll Baker, Roger Rees, David Clennon, Josh Mostel.

No final dos anos setenta, Dorothy Stratten (Mariel Hemingway) é uma jovem canadense que sonha em se tornar modelo e atriz. Seu namorado Paul Snider (Eric Roberts) vê a chance de lucrar investindo na carreira da garota, que logo consegue trabalhos, inclusive posando para a revista Playboy comandada pelo milionário Hugh Hefner (Cliff Robertson). 

A grande chance de alavancar a carreira de atriz surge quando um renomado cineasta (Roger Rees) a contrata para um filme. O que seria um sonho realizado, se transforma em terror quando seu namorado passa a acreditar que está sendo traído. A obsessão do sujeito levará a uma tragédia. 

Baseado na história real da atriz e modelo Dorothy Stratten, este longa foi o último trabalho do diretor Bob Fosse. O filme foca nos bastidores da fama e na paixão doentia de Paul Snider pela jovem. Na vida real, o cineasta com quem Stratten teria tido um caso foi Peter Bogdanovich, que a dirigiu na comédia “Muito Riso e Muita Alegria” de 1981. O roteiro não cita o nome de Bogdanovich, provavelmente para evitar algum processo. 

O filme fracassou nas bilheterias, mas rendeu boas críticas para a atuação de Eric Roberts, que na época era um ator promissor, mas que infelizmente se tornou um “operário” do cinema.

3 comentários:

Liliane de Paula disse...

Só não vi Lenny. Nem sabia desse filme e desse comediante.

"O show deve continuar" é maravilhoso.

Star 80, não lembro se vi.

Hugo, não consigo assistir "Stranger things".
Tentei depois de seu comentário.
As criança são intragáveis, a mocinha fazendo caras e bocas, todo tempo, aquela mania de se procurar o desaparecido só a noite, é muito fantasioso e mentiroso para mim.

Rodrigo Mendes disse...

Se eu tenho um diretor predileto do gênero musical é sem dúvida Bob Fosse. Gosto de pouquíssimos filmes deste seguimento, não sou muito adepto a curtir (espero gostar de "La La Land" que está dando o que falar). Fosse era especial. Sua coreografia era uma de suas marcas registradas. Todos os três são maravilhosos, em destaque All That Jazz. Cabaret é outra obra clássica.

Abraço

Hugo disse...

Liliane - "Stranger Things" é mais indicado mesmo para quem gosta de cultura pop dos anos oitenta. É um seriado de ficção e aventura, está longe da realidade.

Rodrigo - Não tenho muito paciência para musicais, mesmo o sucesso deste "La La Land" não me chama a atenção. Não assisti "Cabaret", por isso não citei na postagem.

Abraço