Elle (Elle, França / Alemanha / Bélgica. 2016) – Nota 7,5
Direção – Paul Verhoeven
Elenco – Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Anne Consigny,
Charles Berling, Virginie Efra, Judith Magre, Christian Berkel, Jonas Bloquet,
Alice Isaaz, Vimala Pons.
Na cena inicial, Michele (Isabelle Huppert) é estuprada por
um sujeito mascarado no chão de sua cozinha. O que normalmente seria um trauma que poderia até destruir sua vida, para Michele é
apenas mais um obstáculo a ser ultrapassado.
Aos poucos, o
espectador passa a conhecer a complexa figura de Michele. Ela é dona de uma
empresa que desenvolve games, onde desperta um misto de amor e ódio nos
funcionários. Sua vida pessoal é conturbada. Ela se mostra decepcionada com o
filho, manipula o ex-marido, utiliza o marido da melhor amiga como amante e
ainda cria uma estranha relação com o vizinho casado.
A vitória deste longa em
Cannes está ligada a dois fatores: a interpretação de Isabelle Huppert e as
polêmicas da história que envolvem sexo e traição. A ótima atriz francesa
consegue transmitir com competência as complicadas atitudes da protagonista.
Ela jamais se coloca como vítima, mesmo nos momentos em que relembra o
estupro, suas atitudes são de reação.
Ela manipula as pessoas ao seu redor,
inclusive mostrando crueldade no trato com a mãe e ódio pelo pai, com quem é
obrigada a carregar um pesado trauma de infância. O sexo é outra forma que a
personagem utiliza para controlar as pessoas e conseguir o que deseja. Mesmo
quando parece que estar sendo usada, na verdade ela está no comando.
Não
considero que seja um grande filme, na verdade é uma interessante obra que pode ser considerada um detalhado estudo
sobre uma personalidade complexa e totalmente fora do comum, valorizada pela ótima interpretação de Isabelle Huppert.
11 comentários:
não li em detalhes pq quero muito ver esse filme. estão elogiando demais. e eu amo essa atriz. beijos, pedrita
Que filme! Desconfortante e fiquei de boca aberta com a atuação de Isabelle Huppert, um estudo de personagem complexo. Gostei muito!
Pedrita - É um bom com destaque para Isabelle Huppert.
Marília - Sem dúvida, uma personagem marcante, daquelas serão lembradas por muito tempo pelos cinéfilos.
Abraço
É isso, um grande estudo de personagem, com uma interpretação incrível de Isabelle Huppert. Tecnicamente bem feito, mas tenho problemas com ele. Daqueles filmes polêmicos.
bjs
Amanda - A maioria dos filmes do Paul Verhoeven tem algo polêmico. Este não é diferente.
Bjos
Estou com esse filme gravado e não vi.
Mas, se gravei é porque me interessei de vê.
Não sou fão de cinema francês.
Preciso de que tenha diálogos para eu entender.
Ou, não quero entender, sem diálogos.
Liliane - É um filme um pouco complicado, principalmente pela complexidade da protagonista.
Também não achei maravilhoso como dizem, mas realmente a atriz é sensacional.
Bruxa - Sem dúvida, Isabelle Huppert carrega o filme.
Abraço
não acho que a protagonista banalizou tanto assim o estupro. não acho que era só um obstáculo. é q ela não gostava de expressar as emoções mas ela faz uma perseguição atroz para descobrir quem foi o infrator e isso não é ação de quem achou só um contratempo. eu acho que todos os personagens são complexos inclusive seu ex-marido, a sua amiga, o marido de sua amiga. o filho, a esposa etc. se a polêmica era a traição, fraco demais. filmes sobre traições entre pessoas próximas não são raridade nem são tratados como polêmicas. ah, vc tb culpou elle pela tragédia da infância. tudo o q acontece com ela é reflexo daquela relação traumática. inclusive a relação dela com os pais. elle é a vítima em todos os sentidos. a postura dela é q faz as pessoas a acusarem no filme.
Pedrita - Você não leu direito. Eu não escrevi que ela é culpada pelo trauma infância. As atitudes dela como adulto são consequências do trauma, foi o que transformou a personagem numa mulher fria e manipuladora. Os erros da personagem acontecem na vida adulta.
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