quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A Viagem de Meu Pai

A Viagem de Meu Pai (Floride, França, 2015) – Nota 7,5
Direção – Philippe Le Guay
Elenco – Jean Rochefort, Sandrine Kiberlain, Laurent Lucas, Anamaria Marinca, Clement Metayer.

Claude Lherminier (Jean Rochefort) é um industrial aposentado que vive numa belíssima casa de campo e que sofre com demência em fase inicial. Para mantê-lo em casa, sua filha Carole (Sandrine Kiberlain) está sempre à procura de uma empregada que consiga entender a situação e que não desista do trabalho. Conforme a doença avança, fica mais difícil tomar conta do pai, além da situação interferir diretamente nas relações pessoais de Carole. 

Com o avanço da medicina e a expectativa de vida cada vez mais longa, a quantidade de pessoas idosas também aumenta e por consequência as doenças degenerativas que são incuráveis se tornam mais comuns e visíveis para sociedade. 

Nos últimos anos o cinema vem explorando este tema em vários filmes, algumas vezes focando apenas na parte do sofrimento e em outras criando histórias duras, porém sem apelar para o melodrama. Este sensível “A Viagem do Meu Pai” segue a segunda linha, mostrando as dificuldades enfrentadas pelo protagonista e sua filha de um modo sóbrio. 

A proposta do roteiro é detalhar a fase inicial deste tipo de doença, quando a pessoa começa a confundir nomes, datas e locais, variando de conversas normais para situações em que passa a agir como criança. 

O ponto interessante do filme é intercalar o avanço da doença com a sequência de uma viagem de avião para Miami, local que o protagonista tem obsessão por causa de uma filha que se mudou da França para lá. O problema é que a filha faleceu e o homem não se lembra do ocorrido. 

O destaque do elenco fica para o veteraníssimo Jean Rochefort (“O Marido da Cabeleireira”), que entrega uma sensível e belíssima interpretação do alto dos seus oitenta e cinco anos de idade. 

Para quem conhece ou convive com alguma pessoa que sofre de demência, com certeza vai entender as situações enfrentadas por pai e filha.

5 comentários:

Bruxa do 203 disse...

Preciso assistir. Convivo com uma pessoa que está exatamente assim e sei como é complicado. O tema é interessante para filmes e nos faz querer, cada vez mais, procurar informações sobre prevenção.

Marília Tasso disse...

Adorei esse filme. Temática dura e difícil, mas tratada com leveza, linda a interpretação de Jean Rochefort.

Liliane de Paula disse...

Preciso vê, Hugo.
Preciso achar esse filme.
É filme que vou gostar, eu sei.
A lista que tenho de filmes que vc resenha e me interessa é enorme.

Amanda Aouad disse...

É um belo filme mesmo, que constrói com leveza o tema. Um dos que mais gostei da leva do Festival Varilux desse ano.

bjs

Hugo disse...

Amanda - A história é contada de uma forma sóbria.