sábado, 8 de dezembro de 2012

Zeitgeist: Moving Forward

Zeitgeist: Moving Forward (Zeitgeist: Moving Forward, EUA, 2011) – Nota 7,5
Direção – Peter Joseph
Documentário

Em 2007, o diretor Peter Joseph lançou diretamente na Internet o documentário “Zeitgeist” (leia postagem aqui), que trazia discussões interessantes sobre a origem e a influência das religiões no controle das massas e como o governo americano utilizava estes preceitos para justificar as novas guerras que tem como objetivo principal o lucro. 

O sucesso do documentário fez com que o Movimento Zeitgeist liderado pelo próprio Joseph chamasse a atenção e uma continuação fosse inevitável. Um ano depois ele lançou “Zeitgeist Addendum”, que na sua primeira parte focava principalmente nos malefícios do sistema econômico americano e por consequência mundial. A parte final apresentava o “Projeto Vênus”, uma proposta criada pelo quase centenário Jacque Fresco, um sujeito com conhecimento em arquitetura, designer e educação que sonha em criar uma sociedade com foco na cooperação social, na tecnologia e na ciência sem envolvimento do capital. Seria uma sociedade onde os bens de consumo estariam a disposição das pessoas sem custo, mas com responsabilidade. 

A utopia de Fresco e o movimento contra a economia de Joseph aparentemente se juntaram e renderam este terceiro documentário que com o depoimento de especialistas cita como a desigualdade existente no mundo capitalista leva a fome, a pobreza, a violência e também como os recursos naturais estão sendo explorados a exaustão, sem preocupação alguma com o meio ambiente. A primeira parte toca nestas questões de modo didático e esclarecedor, deixando a segunda parte para mostrar mais a fundo o mundo utópico de Fresco. 

A curiosidade está nas informações que encontrei pesquisando sobre o documentário. Assim que ele foi lançado no início de 2011, Fresco e sua esposa Roxanne Meadows reclamaram que Peter Joseph não deu os créditos devidos pelas suas ideias e teria se apoderado dos conceitos, como se eles tivessem sido criados pelo Movimento Zetgeist. O fato gerou uma ruptura entre os grupos e no meio disso surgiram diversos militantes reclamando dos dois lados, alguns afirmando que o ego de Fresco falou mais alto e que ele deseja ser lembrado como alguém que criou algo novo para a humanidade, enquanto outros alegam que Joseph não sabe como transformar seu movimento em algo real. 

Analisando como espectador, fica claro que por melhor que sejam as ideias apresentadas aqui, sendo muitas delas extremamente interessantes, uma sociedade voltada para a cooperação social sem capital não passa mesmo de uma utopia, já que os próprios defensores das ideias não se entendem e brigam por causa do ego e provavelmente de dinheiro.

3 comentários:

Gonga disse...

Vi este documentario e na verdade gostei bastante, algumas ideias estão muito bem, sobretudo as relacionadas entre o homem e a natureza

Victor Ramos (Jerome) disse...

Tinha baixado o primeiro mais ainda não vi. É, no mínimo, um documentário bizarro; nem preciso assistir para dizer isso, hehe. Dá para notar que existem muitas ideias bastante radicais, etc... mas ao menos interessante parece ser, por tratar de teorias que envolvem o mundo contemporâneo.

Estou para assistir Capitalismo: Uma História de Amor, do Moore.

Abração!!

Hugo disse...

Gonga - Sem dúvida, algumas ideias são muito boas.

Victor - Como o Gonga citou, as ideias sobre o homem (focar no social) e a preservação da natureza são interessantes, já o modelo de sociedade proposta é extremamente utópico.

Já Capitalismo: Uma História de Amor é melhor, indicado para quem gosta e deseja entender um pouco mais sobre economia e globalização.

Abraço