Wall Street
– Poder e Cobiça (Wall Street, EUA, 1987) – Nota 7,5
Direção –
Oliver Stone
Elenco –
Michael Douglas, Charlie Sheen, Daryl Hannah, Martin Sheen, Sean Young, John C.
McGinley, Hal Holbrook, Terence Stamp, James Spader, Saul Rubinek, James Karen.
Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem corretor de Wall Street
extremamente ambicioso, que coloca como objetivo se aproximar de Gordon Gekko
(Michael Douglas), um sujeito que ficou milionário investindo na Bolsa de
Valores. Fox consegue se aproximar de Gekko e aos poucos conquista uma certa
confiança do sujeito, além de encher o bolso de dinheiro. Com o passar do tempo,
Fox percebe que muitas das atitudes de Gekko são imorais e até ilegais,
situação que faz o jovem colocar em dúvida se a vida que está levando é a
correta.
Mesmo com um roteiro que não foge do lugar comum ao mostrar a relação
entre mestre e aprendiz até a revolta do segundo, este longa pode ser
considerado um marco ao mostrar como os anos oitenta mudaram a mentalidade dos
jovens americanos, situação que por consequência se espalhou para o resto do
mundo.
Se nos anos sessenta e setenta a ideologia dos jovens era ser rebelde e
mudar o mundo, os anos oitenta apresentaram a geração que deixou de lado estes
pensamentos e os trocaram pelos bens materiais, sucesso profissional e
dinheiro. O yuppies de Wall Street foram o grande exemplo desta mudança e aqui
muito bem representados pelo personagem de Charlie Sheen e principalmente pelo
arrogante Gordon Gekko de Michael Douglas, personagem que criou a frase “a
ganância é boa” e que merecidamente lhe rendeu o Oscar. Estas mudanças
permanecem até os dias de hoje, onde a competição pelo sucesso perssoal supera
qualquer outra ideologia.
Wall
Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street, Money Never Sleeps, EUA, 2010) –
Nota 7
Direção – Oliver Stone
Elenco –
Michael Douglas, Shia Labeouf, Josh Brolin, Carey Mulligan, Frank Langella, Eli
Wallach, Susan Sarandon, John Bedford Lloyd, Austin Pendleton, Vanessa Ferlito,
Charlie Sheen.
Esta sequência do longa de 1987 começa com Gordon Gekko
(Michael Douglas) saindo da prisão em 2001 após cumprir pena por crimes
financeiros. O longa pula para 2008, quando o jovem Jake Moore (Shia Labeouf)
tem um alto cargo no banco de investimentos de Louis Zabel (Frank Langella) e ao
mesmo tempo namora Winnie Gekko (Carey Mulligan), filha de Gordon que não fala
com o pai há quase uma década.
Esperto mas ainda inexperiente, Jake se
surpreende quando o banco onde trabalha entra em colapso e Zabel comete
suicídio. Enquanto isso, Gekko se transformou em escritor para contar sua
experiência de vida e apresentar palestras onde tenta mostrar que quem comanda
o mundo financeiro nos dias de hoje é muito pior do que ele. Jake procura se
aproximar de Gekko e descobre que Zabel se matou por ter sido humilhado por
outro banqueiro, o canalha Bretton James (Josh Brolin), fato que o faz pensar
em vingança.
Se o filme original focava basicamente na especulação financeira,
numa época em Wall Street era o Olimpo da economia, esta sequência mostra as
consequências da decisão de um país em deixar de lado a produção e acreditar
que apenas o mercado financeiro sustentaria a economia. A trama aqui se passa
no meio do colapso americano que entre 2007 e 2008 afundou a economia do país,
tendo como gota d’água a chamada “bolha imobiliária”.
O roteiro mostra como
grandes banqueiros ainda conseguiram lucrar com a crise, espalhando o terror
através de boatos e fazendo o governo americano liberar uma verba absurda para
salvar a economia. O fato é representando pelo personagem de Josh Brolin e seu
relacionamento como o cabeça do Banco Federal Americano interpretado por John
Bedford Lloyd.
Stone acerta ao mostrar como contexto
atual os chamados “grandes jogadores” não estão preocupados
apenas com o dinheiro, mas sim como o poder e a sensação de vencer uma disputa
e humilhar o concorrente.
No elenco vale destacar Michael Douglas novamente bem
de volta ao papel de Gekko, Josh Brolin também acerta como inescrupuloso
banqueiro, porém Shia Labeouf e Carey Mulligan estão apenas corretos. A pequena
participação do personagem de Charlie Sheen é curiosa e não se pode deixar de
citar o veteraníssimo Eli Wallach, que do alto dos seu noventa e cinco anos
interpreta um banqueiro mentor do personagem de Brolin, que cria um
interessante sinal para finalizar suas ideias.
Destaco ainda a ótima trilha
sonora recheada de canções de David Byrne, vocalista da banda Talking Heads, umas
das grandes dos anos oitenta.
6 comentários:
Até hoje não me recordo de um filme tão implacável - quando o assunto é o mundo de negócios - como WALL STREET. Lembro que o revi há pouco tempo e pensei "definitivamente não serviria pra isso". É muita intriga, muita puxação de tapete, tudo em nome do dinheiro.
Um abraço!
Dois belos filmes.
O segundo me surpreendeu muito. Não pensei que fosse ser bacana.
Abraço,
Thomás
http://brazilianmovieguy.blogspot.com.br/
Gosto muito do primeiro, o segundo perdeu um pouco da força, mas o personagem de Michael Douglas continua assustadoramente fascinante.
bjs
Do primeiro eu gostei, mas o segundo achei tão chato e desnecessário.
Não gosto de Michael Douglas, mas esse filme é muito bom e ele está bem.
O Falcão Maltês
Weiner - Infelizmente este tipo situação é comum até mesmo nos níveis mais baixos de uma corporação. É uma realidade complicada de encarar.
Thomás - A falha do segundo é o final escolhido por Oliver Stone.
Amanda - É um dos personagens mais marcantes da história do cinema.
Gilberto - O segundo é mais voltado para a crise econômica dos últimos nos nos EUA, um tema que não agrada a todos.
Antonio - É o grande papel da carreira de Douglas.
Abraço
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