quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Tetro

Tetro (Tetro, EUA / Argentina, 2009) – Nota 7
Direção – Francis Ford Coppola
Elenco – Vincent Gallo, Alden Ehrenreich, Maribel Verdú, Klaus Maria Brandauer, Rodrigo De la Serna, Silvia Pérez, Leticia Brédice, Sofia Gala, Mike Amigorena, Carmen Maura.

O jovem Bennie (Alden Ehrenreich) chega de navio a Buenos Aires para reencontrar o irmão Angelo (Vincent Gallo) após muitos anos de separação. Bennie é bem recebido pela doce Miranda (Maribel Verdú), namorada de seu irmão, porém o instável Angelo, que agora quer ser chamado de Tetro (seu sobrenome é Tetrocini) parece não aceitar a presença do jovem. 

Angelo abandonou os Estados Unidos para viver um ano em outro local com o objetivo de escrever um livro, porém não mais retornou ao país e cortou laços com a família, principalmente com o pai, o famoso maestro Carlo Tetrocini (Klaus Maria Brandauer). 

Coppola se inspirou em sua própria vida familiar para escrever o roteiro, sendo que ele teve uma  convivência difícil com o irmão e foi testemunha da rivalidade entre seu pai e tio (aqui também interpretado por Brandauer) que eram músicos. 

Coppola não trabalhava com roteiro próprio desde “A Conversação” em 1976 e parece ter desanimado do trabalho de diretor após os fracos “Jack” e “O Homem que Fazia Chover”. Sua volta a direção foi no pequeno “Velha Juventude”, longa que eu ainda não conferi, mas este trabalho seguinte está muito mais para o cinema independente do que para as grandes produções que costumava comandar. 

A história é simples e tem até um pequena surpresa no final, além de ter como ponto positivo a bela fotografia em preto e branco (apenas as sequências em flashback são em cores) que mostra o bairro pobre da Boca na Argentina como um local de cultura. Mesmo sem indicar o ano em que se passa a trama, fica a sensação de estarmos nos anos cinquenta. 

Os destaques do elenco são Maribel Verdú (“E Sua Mãe Também”), Rodrigo De la Serna (“Diários de Motocicleta”) e Letícia Brédice (“Nove Rainhas”), os dois últimos como atores de uma pequena trupe teatral composta por amigos de Angelo. 

O jovem Alden Ehrenreich não atrapalha, mas por outro lado é difícil engolir o estilo Vincent Gallo de atuar. Procuro não ter preconceitos com atores ou atrizes, mas o sujeito é um mala que em todo filme exagera no estilo dramático, querendo se mostrar cool e rebelde. 

O interessante é mesmo ver o outrora grande Francis Ford Coppola, sujeito de um ego enorme, dirigindo um filme pequeno.

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

Não diria que é um filme pequeno, um filme intimista, talvez, independente. Não é uma narrativa fácil, mas me encantou. Gosto bastante do filme.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Talvez independente seja mais correto do que pequeno. Mesmo não considerando ser um grande filme, gostei deste trabalho de Coppola.

Bjos