Direção –
Lars Von Trier
Elenco –
Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgard,
Stellan Skarsgard, John Hurt, Charlotte Rampling, Brady Corbett, Cameron Spurr,
Jesper Christensen, Udo Kier.
Deixando a lado as polêmicas comuns aos trabalhos de Von
Trier e especificamente seu comentário sobre o nazismo que o tornou persona non
grata em Cannes, aqui ele entrega um filme que retrata com perfeição os efeitos
da depressão personificada na ótima interpretação de Kirsten Dunst,
provavelmente no melhor papel de sua carreira.
O longa se passa numa casa de
campo enorme e é dividido em duas partes, com a primeira se passando no
casamento de Justine (Kirsten Dunst) e a parte final na angústia de sua irmã
Claire (Charlotte Gainsbourg) em relação ao planeta que vem em direção à Terra.
Na primeira hora durante o casamento, o filme dá ênfase aos relacionamentos
falsos, as amarguras e principalmente o desequilíbrio de Justine. Os sorrisos
que Justine mostra no início ao lado do noivo (Alexander Skasrgard), logo se
transformam em desconforto ao ter de lidar com as palavras duras da mãe
(Charlotte Rampling), a irresponsabilidade do pai (John Hurt), a falta de
caráter do sogro (Stellan Skarsgard) e as reclamações do cunhado milionário (Kiefer
Sutherland).
A segunda parte se passa semanas depois do casamento, quando
Justine está em depressão profunda e decide passar os dias que antecedem a
chegada do planeta Melancolia ao lado da irmã, do cunhado e do filho pequeno do
casal (Cameron Spurr). A agitação da primeira parte é substituída por um clima
desolador, acentuado pelo tempo nublado e a enorme propriedade quase deserta.
Neste momento a personagem principal passa a ser Claire, que fica dividida
entre o conformismo da irmã, que acredita que o mundo vai acabar e o falso
otimismo do marido, que tente acalmá-la através de mentiras.
O ritmo
extremamente lento pode cansar, principalmente na angustiante parte final, que
no meu entender poderia ser mais curta. Por outro lado a bela fotografia, as
interpretações a trilha sonora pontuada por músicas clássicas passam toda a
desesperança do provável fim do mundo, numa narrativa bem diferente do estilo
hollywoodiano que transformaria esta segunda parte em um caos. Aqui o caos está
apenas nas mentes dos três personagens principais, uma conformada, outra
procurando respostas e o terceiro mentindo para si mesmo.
7 comentários:
Lars Von trier sempre despertou mais polemica por suas declarações, do que propriamente através de seus filmes, apesar de seu trabalho ser sempre um bom programa. Estou curioso em ver esse filme pelo número crescente de críticas positivas que tenho lido em relação a ele.
abraço
Bom, achei a nota pequena, adoro o filme, hehe. Polêmicas a parte, sempre gostei do trabalho de Lars Von Trier, a forma como ele vai fundo nas relações e emoções humanas. E em Melancolia acho que ele foi bastante feliz em tudo.
bjs
Marcelo - É um bom filme, mas não para todos os públicos.
Amanda - Eu até pensei em uma nota maior, mas a lentidão da segunda parte me incomodou um pouco.
Até mais
Ainda não vi este, Hugo. Além de sua resenha, tão bem escrita, já li outras aqui de nosso amigos blogueiros a respeito deste filme. Preciso vê-lo. Ainda neste ano. Valeu a dica...
Maxwell - Mesmo sendo um pouco lento, vale a sessão.
Abraço
Eu tb gostei, diferente, original e com bom argumento
Gonga - Foi um acerto de Von Trier.
Abraço
Postar um comentário