quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Morte de um Bookmaker Chinês

A Morte de um Bookmaker Chinês (The Killing of a Chinese Book, EUA, 1976) – Nota 7
Direção – John Cassavetes
Elenco – Ben Gazzara, Timothy Carey, Seymour Cassell, Robert Phillips, Morgan Woodward.

Cosmo Vitelli (Ben Gazzara) é o dono de uma boate em Los Angeles que anda rodeado por strippers e tem o vício do pôquer. Por conta deste vício, Cosmo fica devendo uma grande quantia a um bookmaker e seus parceiros. Sem dinheiro para pagar, Cosmo recebe uma proposta dos credores. Para diminuir sua dívida, ele teria de assassinar um rival do grupo, um bookmaker chinês que vive cercado de capangas em Chinatown. 

Para o público comum, o falecido John Cassavetes foi ator de alguma fama, tendo trabalhado em clássicos como “Os Assassinos”, “O Bebê de Rosemary” e “Os Doze Condenados”, porém sua carreira como diretor também foi marcante. Ainda no final dos anos cinquenta, ele procurou criar uma carreira fora do esquema de Hollywood e se aventurou na direção com “Sombras”. Nos anos sessenta e setenta ele comandou outros filmes independentes como “Faces” e “Uma Mulher Sob Influência”, que foram elogiados pelo crítica mas passaram longe do público. Seu filme mais popular com certeza é o drama policial “Gloria” de 1980, protagonizado por sua esposa Gena Rowlands e que foi refilmado com Sharon Stone no papel principal. 

Eu assisti apenas o interessante “Gloria” e este diferente “A Morte de um Bookmaker Chinês”, que lembra um pouco na temática os primeiros filmes de Scorsese, como “Caminhos Violentos”, mas segue um estilo diferente, onde a câmera de Cassavetes passeia livre por ângulos inusitados e mostra toda a fauna da noite e do submundo de Los Angeles nos anos setenta, longe do glamour dos bairros ricos da cidade. 

Está longe de ser um filme fácil, alguns diálogos chegam a ser filosóficos e ao mesmo tempo tristes, as situações fogem do estilo tradicional de Hollywood e os personagens são decadentes. 

Cassavetes pode ser considerado um visionário, numa época em que os filmes independentes eram raridades (poucos cineastas se arriscavam a produzir seus filmes, o principal nome independente era Roger Corman), ele entendeu que o cinema americano passaria por grandes mudanças e arriscou bancar seus próprios filmes e impor sua peculiar visão do cinema e da vida.   

2 comentários:

Alan Raspante disse...

Não conhecia, mas achei super interessante. Vou procurar ver também! rs

Hugo disse...

Alan - É um filme com uma narrativa diferente.

Abraço