Direção – Hector Babenco
Elenco – Fernando Ramos da Silva, Marília Pera, Jardel
Filho, Toni Tornado, Rubens de Falco, Elke Maravilha, Beatriz Segall, João José
Pompeo.
Durante uma ronda, a polícia prende várias crianças de rua
que são enviadas para Febem. Entre as crianças está o pequeno Pixote (Fernando
Ramos da Silva), que conhecerá o inferno naquele local. Após fazer amizade com
três outros jovens, inclusive um homossexual, o quarteto consegue fugir e
inicia uma jornada de crimes, violência e drogas pelo submundo de São Paulo e
depois no Rio de Janeiro.
O impacto do longa foi enorme na época, por mostrar o problema dos jovens deliquentes, situação que hoje pode parecer comum, mas
que no início dos anos oitenta chocava muito mais o espectador.
O roteiro do
diretor Babenco e do escritor José Louzeiro, o autor do livro que deu origem ao
longa, não deixa pedra sobre pedra ao mostrar a terrível vida das crianças
abandonadas, o submundo de violência que elas vivem, incluindo violência
física, sexual e psicológica, além da corrupção policial e de todo o sistema
que deveria dar apoio a estas crianças mas não funciona.
O elenco é um dos
pontos positivos, com destaque para Marília Pêra como uma prostituta, o
falecido Jardel Filho como um monitor da Febem e Tony Tornado como um
funcionário corrupto da Febem. Para os papeis dos jovens foram recrutados
garotos sem experiência em atuação, para darem maior veracidade a trama. Neste
contexto, a interpretação de Fernando Ramos da Silva como Pixote foi muito
elogiada, porém a vida real foi cruel com o garoto.
Após o filme, Fernando teve
pequenas participações em “Eles Não Usam Black-Tie”e “Gabriela”, porém por ser
quase analfabeto e não conseguir decorar os textos, acabou dispensado de uma
novela onde teria um pequeno papel conseguido pelo escritor José Louzeiro.
A
frustração da carreira abortada e a volta para a vida pobre na periferia o
levou para o crime ou pelo menos para uma vida próxima de criminosos, até ser
executado por um policial em 1987, história contada no longa “Quem Matou
Pixote?”.
4 comentários:
O filme mostra o lado mais baixo mesmo das crianças pobres e abandonadas do Brasil. É o ponto de onde nem dá pra descer mais, porque nem é possível descer mais. É um filme pessimista, sem dúvida. Mas, ainda assim, não deixa de retratar a verdade.
Quanto ao garoto Fernando, a vida real dele foi uma verdadeira tragédia. Principalmente na fase pós-fama.
Mas e o que aconteceu com os outros garotos do elenco que interprertavam os menores infratores? Se eu não me engano, eram todos adolescentes tão pobres e tão sem instrução quanto ele, né? Acredito que, depois do filme, infelizmente, vários ali tenham tido um destino igual ao dele na vida real.
Um dos grandes clássicos do cinema brasileiro. Para ver e rever. Interessante acompanhar também Quem matou Pixote? sobre a história do ator Fernando Ramos que acabou se envolveu com o mundo do crime e foi assassinado pela polícia.
É um clássico do cinema brasileiro mesmo e uma falha na minha filmografia, hehe, eu só ouvia falar, mas não tinha tido oportunidade. Acabei vendo Quem Matou Pixote? antes, quando passou na televisão e fiquei tão deprimida com o rumo dele que acabei deixando o filme para depois. Mas, ainda quero ver.
Foi mirando nesse exemplo de Pixote, que Walter Salles praticamente adotou Vinicius de Oliveira, pagando seus estudos e dando assistência a ele.
bjs
Bússola - Dos garotos do filme, li na net que Jorge Julião que interpretou Lilica, ainda trabalhou em teatro e hoje é psicólogo. Sobre os demais não encontrei notícia alguma.
Gilberto - É uma história triste.
Amanda - Se você assistir "Pixote" com certeza ficará ainda mais triste. É um filme mais pesado e que mostra uma terrível realidade, que apenas piorou nos últimos anos.
Quando Pixote foi assassinado, muitos criticaram Hector Babenco por ter utilizado o garoto no filme e não ter se preocupado em ajudá-lo após o trabalho. Ele se defendeu dizendo algo como "não era sua responsabilidade".
Neste quesito Walter Salles foi muito mais humano no caso do Vinícius de Oliveira.
Abraço
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