Direção – Costa-Gavras
Elenco – Michael Lonsdale, Louis Segnier, Claude Piéplu,
Bruno Cremer, Jacques Perrin.
Em 1941, a França estava ocupada pelos nazistas, tendo a
sede do governo em Vichy, uma cidade próximo a Paris. Este governo compactuava
com a causa nazista, sendo apoiado ainda por parte da elite francesa, perseguindo
judeus, comunistas e todos que fossem considerados subversivos.
A repressão fez
nascer uma resistência contra o governo e os nazistas, que atuava através de
passeatas, distribuição de panfletos e até com violência. Quando jovens ligados
ao Partido Comunista assassinam um oficial da marinha alemã, o governo
colaboracionista francês aceita a pressão dos nazistas para condenar seis
pessoas a morte pelo crime, que deveriam ser escolhidas entre presos políticos,
caso contrário os nazistas matariam cem cidadãos franceses.
Para tentar
legitimar as execuções, o Ministro do Interior (Michael Lonsdale) pressiona
outros Ministros a aprovarem uma lei que autoriza o julgamento de crimes
passados, com efeito retroativo e passíveis da pena de morte. Esta excrescência
judiciária é enfiada goela abaixo dos poucos que tentam ir contra e a ordem das
execuções vai descendo de degrau em degrau até chegar nos juízes e defensores
públicos que tentarão lutar contra o absurdo.
Esta trama que parece criada
diretamente para o cinema, infelizmente é baseada numa história real. A criação destes
tribunais especiais ocorreu França e condenou centenas de pessoas a morte, com
o agravante de que após a guerra, os magistrados envolvidos neste crime contra
a população francesa não foram punidos.
O diretor Costa-Gavras tem
provavelmente a carreira mais politizada da história do cinema. Ela já mostrou
sua visão sobre os golpes de Estado na América Latina em “Estado de Sítio” e na
Grécia em “Z”, a questão dos desparecidos no Chile em “Missing”, a colaboração
da Igreja Católica com os nazistas em “Amen.”, entre vários outros trabalhos.
Para quem tem interesse em política, a obra de Costa-Gavras e obrigatória.
5 comentários:
O problema de Costa-Gavras é que ele às vezes parece esquecer que cinema também é arte e não apenas meio manifestos políticos. Daí que seus filmes muitas vezes são frios, com pouco envolvimento emocional, assemelhando-se a documentários.
Concordo, em partes, com meu amigo Fábio Henrique Carmo sobre Costas-Gavras. Mas, aprecio o trabalho dele de uma forma geral.
Mas devemos lembrar q Costa-Gravas tem um filme emocional muito bom: O Corte, é um deles que mais gosto. Esse ainda não vi. Abs.
Fábio - Alguns trabalhos podem parecer frios, mas o conteúdo é sempre interessante.
Renato - Cinema político é com ele.
Celo - Este "O Corte" eu ainda preciso assistir.
Abraço
"Z" é um filme frio?
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