Direção – Lucy Walker
Documentário com Vik Muniz
Em 2007, o artista plástico Vik Muniz resolveu abandonar sua
confortável vida nos EUA para retratar o dia a dia dos catadores de lixo no
aterro sanitário do Jardim Gramacho no Rio de Janeiro.
Vik é brasileiro de
origem pobre, porém vive há quase trinta anos nos EUA onde se tornou famoso ao recriar
quadros famosos com materiais diversos, numa espécie de reinvenção das obras. O
objetivo de Vik seria ajudar as pessoas do lixão através da criação de novas
obras para serem leiloadas, com a renda revertida para a melhoria do local.
Antes de chegar ao Brasil, ele acreditava que encontraria pessoas complicadas,
o que deixa sua esposa preocupada, porém Vik acaba sendo bem recebido pelos
catadores, criando um laço de amizade com alguns deles que servirão de modelos
e ajudantes na confecção das obras.
O documentário concorreu a Oscar, mas na
minha opinião não tanto pela parte técnica ou roteiro que são comuns, mas
principalmente pela empatia dos personagens do lixão e suas tristes histórias
de vida. A forma amigável com que Vik é recebido passa a impressão para ele de
que os catadores são felizes no trabalho, porém aos poucos ele percebe que aquilo
é o caráter de cada um, mas que o sonho é ter uma vida melhor, se possível bem
longe dali. A exceção é Tião Santos, o líder dos catadores que construiu uma
espécie de ONG para organizar o local e que participa da cena mais emocionante
do documentário após o leilão em Londres.
Fica claro também todo o descaso dos
governantes brasileiros em relação ao tratamento dado ao lixo. A reciclagem que
deveria ser algo obrigatório praticamente inexiste, o que vemos no filme é que
este trabalho esquecido pelos poderosos, se tornou um meio para aquelas pessoas
abandonadas pela sociedade sobreviver de forma extremamente precária.
A força
do documentário está nos personagens simples, sofridos e que sonham com um vida
melhor longe da miséria.
6 comentários:
Um filme muito premiado. Fiquei triste quando omitiram o Brasil na festa do Oscar.
Gosto desse doc, é emocional e humano, apesar de se mostrar maniqueista em alguns aspectos, mas ainda assim é muito bom.
A força está nos personagens mesmo, mas o roteiro foi inteligente ao focá-los. Quando estamos com eles a obra cresce, ao contrário daquela excursão à casa da infância de Vik em São Paulo.
bjs
grande documentário. fiquei impressionado.
O Falcão Maltês
Olá, Hugo. Ainda não vi este documentário. Preciso vê-lo. Valeu pela lembrança. Um abraço, Hugo...
Gilberto - Isso não tira os méritos do documentário.
Celo - É um tema complicado mostrado de forma sensível.
Amanda - Concordo, os personagens sofridos são o ponto alto do documentário.
Antonio - É uma realidade triste.
Maxwell - O documentário vale uma sessão.
Abraço a todos
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