segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bombas - Filmes Brasileiros

Desta vez na sessão "Bombas", eu destaco cinco produções brasileiras que nada acrescentaram ao nosso cinema.

A Extorsão (Brasil, 1975) – Nota 5
Direção – Flávio Tambellini
Elenco – Paulo César Peréio, Kate Lyra, Suzana Faini, Carlos Kroeber, Roberto Bonfim, Otávio Augusto, Marcos Wainberg, Emiliano Queiroz, Arlete Salles, Carlos Gregório.

Um advogado (Paulo César Peréio) que tem um caso com uma mulher casada (Kate Lyra), recebe fotos dos dois juntos e começa a ser chantageado por um desconhecido que sabe do affair. Não aceitando pagar nada pelas fotos, ele é ameaçado e tem a filha de nove anos seqüestrada para desespero de sua mulher (Suzana Faini). Procurando a policia, o advogado recebe a ajuda na investigação de um delegado (Carlos Kroeber), que descobre algo mais na história do seqüestro.

Apesar da história comum sobre seqüestro, o filme tem algumas boas reviravoltas, mas peca por ser datado e hoje envelhecido, além das péssimas atuações de todo elenco, inclusive dos ótimos Peréio e Otávio Augusto. As interpretações são exageradas e caricatas.

A Ópera do Malandro (Brasil, 1986) – Nota 5,5
Direção – Ruy Guerra
Elenco – Edson Celulari, Claudia Ohana, Ney Latorraca, Elba Ramalho, Fábio Sabag, Wilson Grey, Maria Silvia, Cláudia Jimenez.

Na década de quarenta, Max (Edson Celulari) é um malandro carioca do bairro da Lapa que vive de trambiques e de explorar uma cantora de cabaré (Elba Ramalho). A vida de Max muda quando ele se envolve com Ludmila (Claudia Ohana), filha do dono do cabaré (Fábio Sabag).

Baseado na peça teatral de Chico Buarque, o longa é uma comédia musical pontuada por suas canções para contar a história da vida boêmia na época, aqui extremamente romantizada. Os críticos especializados adoram tudo que Chico Buarque faz e por este motivo adoram o filme. Por outro lado, eu não não gosto do sujeito e nem sou fã de musical, o que faz com que eu considere um filme chato, indicado apenas para os fãs do cantor. Assisti o fime no cinema na época e me decepcionei. Tentei uma segunda sessão para talvez mudar de opinião e acabei parando de ver na metade do filme. 

Lili, a Estrela do Crime (Brasil, 1988) – Nota 2
Direção – Lui Farias
Elenco – Betty Faria, Reginaldo Faria, Mário Gomes, Patricia Travassos, João Signorelli.

A dona de casa Elisa (Betty Faria) se junta a um bando de assaltantes liderado por Guerreiro (o péssimo Mário Gomes) após a morte de seu marido e se torna a perigosa Lili Carabina. A assaltante fica famosa e passa a ser perseguida pelo delegado Renato (Reginaldo Faria).

Este filme é um exemplo de como o cinema brasileiro estava mal no final dos anos oitenta. Além da falta de dinheiro que fica claro na produção, o roteiro baseado num livro do escritor de novelas Aguinaldo Silva, que por sua vez se baseou numa personagem real, é muito ruim ao misturar uma história policial com comédia. O elenco também é horroroso, todos interpretam seus papéis como se estivessem em uma novela, da piores por sinal. Reginaldo Faria fez bons trabalhos como “Prá Frente Brasil” e “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia”, mas aqui paga mico ao lado dos canastras Mário Gomes e Betty Faria.   

Lua Cheia (Brasil, 1989) – Nota 5
Direção – Alain Fresnot
Elenco – Lima Duarte, Otávio Augusto, Lúcia Alves, Antonio Abujamra, Antonio Petrin, José Rubens Chachá, Laura Cardoso.

O empresário Guimarães (Lima Duarte) é um sujeiro duro e implacável, que trata todos com superioridade e arrogância, porém quando chega a noite, ele bebe todas e muda o comportamento, se tornando amigável e brincalhão. Este comportamento bipolar irá atrapalhar o casamento arranjado de sua filha (Lúcia Alves) com o filho de outro empresário (Roney Fachini).

Este é outro longa produzido numa época em que cinema brasileiro estava em baixa e as poucas produções eram de baixo orçamento e pouca qualidade. O filme não chega ser tão ruim, o roteiro utiliza a questão da dupla personalidade para fazer uma crítica aos empresários sedentos por dinheiro e poder, tendo como destaque a atuação de Lima Duarte.

Maria, Mãe do Filho de Deus (Brasil, 2003) – Nota 2
Direção – Moacyr Góes
Elenco – Giovanna Antonelli, Luigi Baricelli, Padre Marcelo Rossi, Ana Beatriz Cisneiros, José Wilker, Ewerton de Castro, José Dumont, Tônico Pereira, Ítalo Rossi, Fábio Sabag, André Valli, Chris Nicklas.

O filme é um produção primária feita sob encomenda para os fãs do Padre Marcelo Rossi, que na época estava no auge da popularidade e aparecia em todo tipo de mídia para arrebanhar seguidores. O roteiro segue a vida de Jesus Cristo através de flashbacks narrados pelo Padre, que conta a história para uma garotinha que espera a mãe voltar do hospital com o resultado de um importante exame de saúde. É o típico exemplo de caça-níquel estrelado por atores globais, especialidade do péssimo diretor Moacyr Góes.

6 comentários:

Unknown disse...

Essa tua lista ficou bem indecente...rs.
O cinema nacional sofreu muito nos anos 80. Abs!

Amanda Aouad disse...

A lista é triste mesmo. Agora, sem querer levantar a bandeira do fã clube de Chico Buarque, Ópera do Malandro se salva pelas músicas. Não é só questão de gosta de musical, que realmente gosto, mas tem uns números ótimos como O Meu amor, meu momento preferido. Mas, no geral, o filme é chatinho mesmo.

bjs

Gilberto Carlos disse...

Dos filmes citados, só não vi Lua Cheia. Os outros realmente são bem fracos, mas Ópera do malandro tem umas músicas até bacanas, além da Cláudia Ohana.

renatocinema disse...

Vi Maria, Mãe do Filho e não achei grande coisa.

O bacana de listas assim é a divergência de opiniões.
Abraços

Alysson disse...

ótima analie apesar de eu não ter visto os filmes em questão eu dessa lista só o vi Maria mae do filho de Deus e realmente o filme é muito fraquinho, parece mais um filme televisivo do que um filme para os cinemas, adorei a postagem

Hugo disse...

Celo - Provavelmente foi a pior década da história do cinema brasileiro.

Amanda - Reconheço o talento de Chico Buarque, mas não é o tipo de música gosto.

Gilberto - Claudia Ohana estava no auge da beleza, mas o filme é fraquinho.

Renato - Com certeza, a pluralidade de opiniões é essencial.

Alysson - É a típica produção Globo Filmes, que visa o público que gosta de novelas.

Abraço a todoss