Straight Outta L.A. (Straight Outta L.A., EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Ice Cube
Documentário – Ice Cube, Ice T, Snoop Dogg, Howie Long, Marcus Allen, Al Davis, M. C. Ren, Russell Simmons.
O projeto da ESPN Americana para comemorar seus trinta anos é uma delícia para o fã de esportes e documentários. São trinta filmes que contam histórias fantásticas do esporte, com direção de nomes conhecidos do cinema. Este conta a passagem de treze anos do time de futebol americando Raiders pela cidade Los Angeles e as conseqüências boas e ruins deste fato.
O escolhido para dirigir o trabalho foi o ator e rapper Ice Cube, que viveu intensamente os fatos mostrados aqui. Ice Cube nasceu e cresceu na região de Compton, um bairro pobre e violento de Los Angeles e viu no rap a chance de ter uma carreira longe do crime. Em meados dos anos oitenta ele se juntou o DJ Dr. Dre e mais três amigos para montar o grupo NWA (“Niggers with Atitude”, traduzindo, “Negros com Atitude”) e fizeram muito sucesso cantando músicas que falavam do cotidiano em que viviam. Violência, drogas, sexo e abuso policial eram temas de suas músicas e como ele se denominavam uma gangue, o gênero acabou batizado de “Gangsta Rap”. Este estilo havia aparecido algum tempo antes, principalmente com o também ator Ice T e foi elevado na polêmica pela NWA.
Em paralelo, a cidade de Los Angeles não tinha um time de futebol desde 1980 e quando em 1982 um sujeito chamado Al Davis, dono do Oakland Raiders levou o time para a cidade, mudando o nome para Los Angeles Raiders, em pouco tempo a equipe se transformou num ícone de sucesso. Eles venceram o Superbowl em 1984 e tinham um grupo de jogadores considerados “bad boys”, que acabaram sendo ligados ao NWA, quando o grupo de Ice Cube que torcia para a equipe, começou a usar os uniformes “prata e preto” dos Raiders para se apresentarem nos shows.
O sucesso do time e do grupo de rap elevaram as vendas dos uniformes dos Raiders a estratosfera e por conseqüência os jogos do time começaram a atrair as minorias, com negros, latinos e motoqueiros acompanhavam as partidas nos Coliseum de Los Angeles todos os domingos, além da garotada que usava a jaqueta do time na maioria das escolas da cidade.
A situação se complicou no início dos anos noventa quando a tensão racial aumentou na cidade e a violência chegou as estádios, piorou nas escolas e a brutalidade policial era alta, até o famoso caso “Rodney King” em 1992, quando um homem negro foi espancado por policiais e ação foi gravada e passou nas TVs do mundo todo, dando início a violentos conflitos por toda cidade. A conseqüência deste caldeirão foi a saída da equipe de Los Angeles, com seu dono Al Davis levando de volta para Oakland.
O resultado é um ótimo retrato social, cultural e esportivo de Los Angeles nos anos oitenta e suas conseqüências.
2 comentários:
Interessante. Esporte não é a minha praia mas gostei do seu texto!
Abs.
Rodrigo
Rodrigo - Estes documentários são legaiss até mesmo para quem não gosta de esportes.
Abraço
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