Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (Loong Boonmee Raleuk Chat, Tailândia / Inglaterra / França / Alemanha / Espanha / Holanda, 2010) – Nota 7,5
Direção – Apíchatpong Weerasethakul
Elenco – Thanapat Saisaymar, Jenjira Pongpas, Sakda Kaewbuadee, Samud Kugasang, Natthakarn Aphaiwonk, Geerasak Kulhong.
Este filme do diretor Apichatpong, que também é conhecido com Joe, foi uma das experiências mais estranhas que tive no cinema. Joe se baseou livremente num livro escrito por um monge que fala sobre reencarnação, natureza e animais para criar um longa totalmente diferente do estilo ocidental, o qual estamos acostumados.
Fica difícil falar sobre a história, as sinopses de sites e jornais falam basicamente “Tio Boonmee sofre de insuficiência renal, vive numa fazenda no interior da Tailândia e recebe seus familiares, quando durante um jantar o espírito de sua esposa morta há dezenove anos aparece”. Este fato ocorre logo nos primeiros quinze minutos e depois o longa toca em assuntos como vida após a morte, preconceito dos tailandeses contra os imigrantes de Laos, a guerra que houve na região e que o personagem Bonnmee conta ter matado muitos comunistas e por este motivo considerar que sua doença é um carma, além da diferença entre a tradicional vida no campo e a modernidade com a televisão e o celular.
A história é apenas um pequeno detalhe para as belas imagens captadas pela câmera do diretor, que num ritmo lento mostra a tranqüilidade na fazenda e o mistério de integração entre animais, floresta e espíritos.
Uma bela sequência é a caminhada do protagonista e sua família dentro de uma caverna durante a noite, para encontrar um local especial que teria ligação com sua vida passada.
O longa ganhou a Palma de Ouro em Cannes, mas apesar de ser diferente, não sei se o prêmio foi merecido.
O detalhe é que fiquei curioso pela filmografia de Joe e irei procurar outros trabalhos do diretor.
5 comentários:
Esse filme é mesmo (muito)esquisito. Infelizmente não estreou nos cinemas daqui. O que é normal - só iria trazer prejuízo pro dono do cinema. Verei em DVD.
=]
A cada crítica desse filme fico mais curioso. O circuito exibidor do RJ só o programou para cinemas contramão, então estou deixando para ver em dvd.
Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Mateus - No cinema onde assisti aqui em SP tinha no máximo umas dez pessoas.
Dan - Boa sessão.
Reinaldo - Em SP o filme entrou em quatro ou cinco salas apenas também e acredito que ficará pouco tempo em cartaz.
Abraço a todos
Acho que o longa ganhou Cannes como um reconhecimento ao trabalho de Apichatpong, importantíssimo no processo de livre expressão na Tailândia. Mas tem vários méritos técnicos também.
Eu também recomendo!
Fred - Provavelmente esta foi uma das razões, mas concordo também que o filme tem méritos.
Abraço
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