quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Onde os Fracos Não Tem Vez


Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, EUA, 2008) – Nota 8,5
Direção – Joel & Ethan Cohen
Elenco – Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald, Garret Dillahunt, Tess Harper, Barry Corbin, Stephen Root, Rodger Boyce, Beth Grant.

No meio do deserto no Texas, Llewelyn Moss (Josh Brolin) se depara com vários mexicanos mortos numa chacina após disputa por drogas. Llewelyn encontra uma mala cheia de dinheiro e a leva para sua casa, um trailer onde mora com Carla Jean (Kelly McDonald). Naquela noite, incomodado pela consciência, Llewelyn toma um decisão que mudará seu destino e o fará ser perseguido por traficantes mexicanos que desejam o dinheiro e pelo sinistro matador Anton Chigurh (Javier Bardem). Enquanto isso, o veterano xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones) vai aos poucos encontrando uma trilha de corpos e percebe logo que Llewelyn se meteu em algo que dificilmente conseguirá escapar. 

Novamente os irmãos Cohen entregam um ótimo filme, diferente das produções hollywodianas que amarram perfeitamente o final, aqui eles se preocupam mais em desenvolver os personagens e dar a cada um deles a importância devida. Os preciosos diálogos são fiéis ao livro de Cormac McCarthy e pela qualidade, fica claro porque os diretores resolveram filmar pela primeira vez uma história que não fora escrita por eles. 

O jogo de gato e rato entre os três personagens principais são dignos dos grandes westerns, fortalecidos pelas ótimas interpretações. Jarvier Bardem cria um dos assassinos mais assustadores da história do cinema, Josh Brolin está perfeito como o sujeito perdido na vida que vê no dinheiro dos traficantes sua chance de recomeçar com a esposa e Tommy Lee Jones é a frustração em pessoa. Seu personagem vem de uma família de xerifes e após muitos anos no cargo ele tem certeza que sua luta está perdida e nada do que fizer poderá mudar o mundo, mesmo assim ele tenta salvar Llewelyn antes de desistir completamente. Temos ainda a pequena e importante participação de Woody Harrelson, que trava um sinistro diálogo como Javier Bardem. 

Toda a violência e desilução da história se passa em 1980, trinta anos antes do mundo maluco em que vivemos hoje.

11 comentários:

A Bola Indígena disse...

Um grande filme. Umas das grandes pérolas da última década, e os irmãos Cohen mais uma vez nada convencionais no seu estilo.

Cumps

Roberto Simões disse...

Um exercício magistral, sem dúvida. Raras são as vezes em que, com tamanha mestria e perfeição, fotografia, montagem e realização se elevam em uníssono harmonioso na concepção de um filme tão bom.

Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «

bruno knott disse...

Excelente filme e excelentes personagens, de fato.

O xerife realmente é a frustação em pessoa. Todo o monólogo dele falando sobre as diferenças entre o passado e a atualidade em termos de violência é marcante.

Pra mim é o melhor dos Coen, seguido por Fargo, um pouco atrás.

Ju B. disse...

Eu fiquei um pouco incomodada com o final brusco e inesperado, mas isso não tira os méritos do filme em si. Consigero os personagens como o principal destaque do filme, realmente muito bem desenvolvidos.
Infelizmente esse é o único filme dos irmãos Coen que já assisti, o próximo será "Um Homem Sério".
Bjs.

Clenio disse...

A cada vez que alguém me diz que não gostou desse filme por essa ou aquela razão eu perco um pouco a fé na humanidade...
Por que os filmes tem sempre que seguir a cartilha do previsível, do lugar-comum, do já-visto?
Aqui os diretores construíram uma excepcional rede de personagens e tramas que escapam do que se espera e por isso talvez tenham assustado os consumidores de "filmes-pipoca". O que esses espectadores consideraram errado eu considerei genial - a trilha sonora inexistente, o vilão monossilábico, o final abrupto, as cenas não mostradas... Enfim, um grande filme, sem dúvida nenhuma.
Ainda assim, no seu ano no Oscar eu preferia "Desejo e reparação" (mais por gosto pessoal, mesmo...) Mas admirei a coragem e a ousadia da Academia de premiar um filme tão fora do comum.

Abração
Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

Rodrigo Mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Mendes disse...

O único Western contemporâneo!

Um filme pra se ter na coleção, aliás qualquer Coen.

Abs.
Rodrigo

Hugo disse...

André - Os filmes dos irmãos Cohen sempre fogem do lugar comum.

Roberto - Um grande filme.

Bruno - Os irmãos Cohen sempre se preocupam e muito em criar personagens marcantes.

Ju - Procure assistir outros trabalhos da dupla, com certeza vai descobrir pérolas.

Clênio - É um tipo de filme para um cinéfilo, não para o consumidor de cinema, que infelizmente é a maioria do público.

Rodrigo - É um film para se ter em casa.

Abraço a todos

Mateus Souza disse...

Um ótimo filme. Um verdadeiro ensaio sobre a violência. Lembro que, em uma aula de filosofia, esse trabalho dos Coen foi tema.

=]

Hugo disse...

Mateus - Seu professor teve uma ótima idéia e também bom gosto para o tema a ser discutida em sala de aula.

Abraço

Gema disse...

Tenho o dvd, que está á espera da vez dele ;)