sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Pantera Cor-de-Rosa - O Adeus a Blake Edwards

Nesta semana faleceu o diretor e roteirista Blake Edwards aos oitenta e oito anos e deixou um carreira praticamente toda voltada para a comédia, com exceção do drama sobre alcoolismo "Vício Maldito", que tinha Jack Lemmon e Lee Remick nos papéis principais. Ele dirigiu grandes filmes como "Bonequinha de Luxo, "Um Convidado Bem Trapalhão" e "Victor ou Victória", mas ficou marcado como o criador da séries de filmes "A Pantera Cor-de-Rosa" e sua parceria com o grande ator Peter Sellers.

Nesta postagem escrevo uma pouco sobre três filmes da série que assisti e cito ainda os outros longas com o personagem, que voltou aos cinemas há pouco tempo com dois filmes protagonizados por Steve Martin.

A Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther, EUA, 1963) – Nota 8
Direção ­– Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, David Niven, Capucine, Robert Wagner, Claudia Cardinale.

Em Paris, o inspetor de polícia Jacques Closeau (Peter Sellers) investiga alguns casos de roubos de jóias cometidos pelo ladrão conhecido como “O Fantasma”. Após o roubo do diamante chamado a  “A Pantera Cor-deRosa”, as pistas o levam a Suiça e transformam em suspeito um Lord Inglês, Sir Charles Lytton (David Niven). Totalmente atrapalhado, o inspetor se mete em diversas confusões e não percebe que o ladrão também pode ser amante de sua esposa Simone (Capucine). 

A estréia do inspetor Closeau no cinema é extremamente divertida, com diversas sequências de comédia física criadas pelo ótimo Peter Sellers, que voltaria ao papel em outros quatro filmes e numa quinta sequência posterior a sua morte, com o diretor Blakae Edwards usando imagens de arquivo para montar o filme.

Outro grande destaque do longa é a famosa trilha sonora criada por Henry Mancini, com o tema que se transformou em clássico rapidamente.

A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther Strikes Again, Inglaterra / EUA, 1976) – Nota 7,5
Direção – Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, Herbert Lom, Colin Blakely, Leonard Rossiter, Lesley Anne Down, Burt Kwok.

Em 1964, após o sucesso do filme original no ano anterior, a dupla Edwards / Sellers produziu “Um Tiro no Escuro” e depois deixou o personagem longe das telas até a “A Volta da Pantera Cor-de-Rosa” em 1975. Como este longa fez sucesso, abriu o caminho para outras sequências.

Em “Um Tiro no Escuro” foi criado o personagem do chefe de polícia Charles Dreyfuss (Herbert Lom), que sofria com as confusões de Closeau. Neste novo filme, Dreyfuss sofre um colapso nervoso em virtude das trapalhadas de Closeau (Peter Selles) e resolve mudar para o lado do crime. Ele rouba uma arma letal e ameaça destruir o mundo. Além disso, em virtude do ódio que sente de Closeau, ele contrata diversos assassinos para matar o inspetor, que a seu modo sobrevive e ainda tentará impedir o antigo chefe de detonar o artefato. 

Apesar de não ter um roteiro tão bom quanto o original, o longa é engraçado pelas peripécias do inspetor Closeau e pelo exagerado vilão interpretado por Herbert Lom. No ano seguinte a dupla voltaria ao personagem em “A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa”.

A Trilha da Pantera Cor de Rosa (Trail of the Pink Panther, EUA / Inglaterra, 1982) – Nota 4
Direção – Blake Edwards
Elenco – Peter Sellers, David Niven, Herbert Lom, Robert Wagner, Capucine, Richard Mulligan, Robert Loggia, Harvey Korman, Burt Kwok, Graham Stark, Ronald Fraser, Leonard Rossiter, Joanna Lumley.

Quando Peter Sellers faleceu em 1980, em tese seria o fim do personagem Closeau, porém o diretor Blake Edwards provavelmente pensando no lucro, pegou cenas de arquivo de filmes anteriores da série e utilizou a imagem de Sellers para mais um longa. O fato irritou a viúva de Sellers que processou o diretor e recebeu posteriormente uma indenização. 

A história começa novamente com o roubo do diamante conhecido como “Pantera Cor-de-Rosa” e Closeau consegue a pista de que o diamante fora levado para Índia. Ele viaja para Índia, porém seu avião desaparece e este fato acaba sendo o gancho para uma repórter (Joanna Lumley) entrevistar todos que conheciam o famoso policial para uma espécie de documentário. O fato agrada ao chefe Dreyfuss (Herbert Lom) que deseja ficar famoso e desagrada um mafioso (Robert Loggia), responsável pelo roubo do diamante. 

Resumindo, o longa é uma picaretagem do bom diretor Edwards, que desejava manter vivo o personagem e utilizou deste artíficio pouco ético. No ano seguinte ele dirigiu “A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa’, com o americano Ted Wass interpretando um novo personagem tão atrapalhado como Closeau, mas o filme fracassou. Para quem acreditava que seria o fim, Edwards tentou mais uma vez ressuscitar a série e escalou o italiano Roberto Benigni (antes do sucesso de “A Vida é Bela”), para viver “O Filho da Pantera Cor-de-Rosa” e novamente foi um fracasso. Este por sinal foi o último filme da carreira de Edwards para o cinema, em 1995 ele ainda faria “Victor ou Victoria” para a tv, nova versão de outro filme seu de grande sucesso.

4 comentários:

Amanda Aouad disse...

Vixe, estou desinformada, nem sabia que Blake Edwards tinha morrido. Boa homenagem. A Pantera Cor de Rosa é um clássico. Mas, adoro Bonequinha de Luxo, meu preferido dele.

bjs

Rodrigo Mendes disse...

Poxa, fiquei sabendo pelo seu blog que ele morreu!

Caracas!!

Enfim, fico triste, afinal neste fim de ano grandes artistas do pastelão se foram (Leslie Nielsen tbm).

Blake reinventou o gênero numa sucessão de gags visuais. Ao menos ganhou o Oscar honorário a tempo.

Fora os clássicos: Vitor/vitoria e Bonequinha de Luxo!

Julie Andrews e os cinéfilos estão de luto.

Abs.
Rodrigo

E ótimo resgate neste post. Luv A Pantera. Rs!

Hugo disse...

Amanda - Acredite, eu ainda não assisti "Bonequinha de Luxo".

Dan - Mais um grande diretor que se foi.

Rodrigo - Sua carreira foi marcada pelas comédias. Ficou um belo legado.

Abraço a todos

Anônimo disse...

eu tenho o box com todos os filmes e ainda não vi nenhum dele =( fail


http://filme-do-dia.blogspot.com/