quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Foi Apenas um Sonho


Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, EUA / Inglaterra, 2008) – Nota 8
Direção – Sam Mendes
Elenco – Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Kathy Bates, Michael Shannon, Kathryn Hahn, David Harbour, Dylan Baker, Zoe Kazan, Jay O. Sanders, Richard Easton, Max Baker, Max Casella.

Nos anos cinquenta, Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) se conhecem ainda jovens e logo se casam. Após alguns anos, já com dois filhos, o casal passa por uma séria crise. Frank está descontente com o emprego de vendedor em uma empresa onde seu pai trabalhou por vinte anos, enquanto April tentou ser atriz mas fracassou. Para tentar salvar o casamento, April convence Frank a se mudar para Paris, local que ele conheceu durante a 2º Guerra e que dizia ser especial quando o casal ainda namorava. Os planos são vistos como um erro pelos amigos do casal e além disso algumas novas situações irão atrapalhar o sonho. 

A nova reunião do par central de “Titanic” e ainda de Kathy Bates que também trabalhou no longa de James Cameron, é uma visão triste e verdadeira dos problemas enfrentados pelos casais na década de cinqüenta nos EUA, onde machismo, preconceitos e as aparências eram mais importantes que o sentimento de cada um. 

O diretor Sam Mendes assim como no ótimo “Beleza Americana”, critica a classe média e seus dogmas da época. Ele mostra o primeiro encontro do casal em clima de romance e rapidamente pula alguns anos para a vida de casado e com menos de quinze minutos de filme vemos uma terrível discussão, onde fica claro que existe muita coisa errada naquele relacionamento. 

Com o desenrolar da história percebe-se toda a insatisfação da personagem de Kate Winslet, que tinha muitos sonhos, sendo que em parte alimentados pelo personagem de Leonardo DiCaprio, que com o passar do tempo e o nascimento dos filhos, mostra a frustração com o emprego, mas ao mesmo tempo pensa na comodidade e segurança da vida que leva, mesmo que isso ajude a arruinar seu casamento. 

É interessante perceber que os coadjuvantes também passam por problemas parecidos, a diferença é o silêncio, como do casal amigo vivido por Davir Harbour e Kathryn Hahn, ele apaixonado pela personagem de Kate Winslet, mas que precisa viver com a esposa dona de casa, que mostra felicidade porém é amargurada por dentro e que ainda precisa cuidar de quatro filhos pequenos que praticamente ignoram o pai. 

Outro ponto interessante é a personagem de Kathy Bates, que tenta viver num conto de fadas com o marido, mas precisa conviver com o filho que é tratado como louco por dizer tudo que pensa, sendo interpretado pelo ótimo Michael Shannon, personagem que pode ser considerado o mais lúcido deste ótimo e triste longa.    

3 comentários:

renatocinema disse...

Adorei essa produção.

Sobre minha história.......realmente é uma lição e que ainda esta sendo escrita. Sempre com busca da felicidade e da superação.

Abraços.

Amanda Aouad disse...

Sam Mendes sabe como ninguém fazer uma bela crítica da classe média. É um bom filme, mesmo. E bem diferente do anterior da dupla, o título encaixa quase como uma ironia a Titanic.

bjs

Hugo disse...

Renato - É um belo filme.

Amanda - Você tem razão, é uma história de amor confusa, completamente diferente do amor juvenil de "Titanic".

Até mais