quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Jurassic Park III

Jurassic Park III (Jurassic Park III, EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Joe Johnston
Elenco – Sam Neill, William H. Macy, Téa Leoni, Alessandro Nivola, Trevor Morgan, Michael Jeter, John Diehl, Bruce A. Young, Laura Dern, Taylor Nichols, Julio Oscar Mechoso.

Um dos sobreviventes do filme original, o Dr. Alan Grant (Sam Neill) continua sua pesquisa sobre dinossauros e por este motivo é procurado por um casal de milionários (William H. Macy e Téa Leoni) que deseja contratá-lo para uma viagem aérea até a ilha dos dinossauros. 

Grant aceita a proposta, porém ao descerem na ilha, ele descobre que as intenções do casal são bem diferentes de um simples passeio. Para deixar tudo mais perigoso, não demora para os integrantes da expedição perceberem que os dinossauros sofreram modificações genéticas durante o tempo em que ficaram isolados no local. 

Por mais que o filme tenha novamente boas sequências de ação e suspense, além de efeitos especiais de qualidade, seria quase impossível o público aceitar uma terceira parte sem Spielberg na direção. O segundo filme fez sucesso de público, mas não de crítica, o que diminuiu ainda mais as chances de sucesso aqui. 

O diretor Joe Johnston também era um nome ligado a filmes infantis como “Querida, Encolhi as Crianças” e “Jumanji”, o que não ajudou muito em promover um longa repleto de violência. 

Vendo hoje, o filme é interessante e prende a atenção, sendo até mesmo superior a várias obras do gênero lançadas atualmente, porém sofrerá eternamente na comparação com o original.   

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Recursos Humanos

Recursos Humanos (Ressources Humaines, França / Inglaterra, 1999) – Nota 8
Direção – Laurent Cantet
Elenco – Jalil Lespert, Jean Claude Vallod, Chantal Barré, Véronique de Pandelaere, Lucien Longueville, Danielle Mélador.

Para terminar o curso universitário, Franck (Jalil Lespert) volta de Paris para sua cidade natal no interior de França para fazer um estágio na indústria onde seu pai (Jean Claude Vallod) trabalha como operário há mais de trinta anos. 

Bem recebido pelo executivo responsável pela indústria (Lucien Longueville), a princípio Franck demonstra motivação ao conhecer o funcionamento da fábrica e a abertura dada pelo sujeito para que ele apresente ideias. 

Os problemas começam quando Franck é jogado no meio de uma negociação entre empresa e sindicalistas sobre a diminuição do tempo de trabalho. Não demora para ele bater de frente com a hipocrisia das atitudes dos executivos, o descontentamento dos operários e a ação de uma sindicalista radical (Danielle Mélador), tudo isto influenciando ainda seu relacionamento com antigos amigos e com a própria família. 

O diretor Laurent Cantet expôs os problemas do sistema educacional francês no ótimo “Entre os Muros da Escola” de 2008, porém nove anos antes ele já havia desnudado as relações trabalhistas entre patrões, sindicatos e empregados de modo brilhante neste longa. 

Cantet se aproveitou da discussão real sobre a diminuição de quarenta para trinta e cinco e horas de trabalho semanais na França para escrever este roteiro colocando como protagonista um jovem extremamente inteligente, porém um pouco ingênuo e totalmente inexperiente. 

O roteiro toca ainda na rivalidade entre os jovens que vivem no interior e os que moram em cidades grandes, as diferenças de pensamento entre os próprios operários e até no conflito de gerações representado pela crise que se instala entre Franck e seu pai. 

O filme foca também na questão da mudança de atitudes das novas gerações em relação ao trabalho. Até meados dos anos noventa, as empresas e os empregados pregavam a estabilidade. Hoje a mudança de empregos é algo comum, sendo quase impossível alguém se manter trinta anos na mesma empresa. 

Apesar de ter sido produzido há dezesseis anos, o filme continua extremamente atual.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Busca Alucinante

Busca Alucinante (Pawn Shop Chronicles, EUA, 2013) – Nota 6
Direção – Wayne Kramer
Elenco – Paul Walker, Matt Dillon, Brendan Fraser, Kevin Rankin, Vincent D’Onofrio, Norman Reedus, Chi McBride, Elijah Wood, DJ Qualls, Pell James, Lukas Haas, Sam Hennings, Ashlee Simpson, Michael Cudlitz, Thomas Jane.

Uma loja de penhores em uma pequena cidade do oeste americano é o ponto de intersecção entre três histórias de humor negro. 

Na primeira história, dois viciados (Paul Walker e Kevin Rankin) planejam roubar um laboratório de metanfetamina. 

A segunda trama tem como protagonista um sujeito em lua de mel (Matt Dillon), que descobre uma pista sobre o paradeiro da antiga esposa que desapareceu e acaba abandonando a noiva atual com a esperança de reencontrar o amor da juventude. 

Na história final, um péssimo imitador de Elvis (Brendan Fraser) causa uma confusão em duas barbearias na cidade antes de tocar em uma feira local, além de ser assediado por um estranho religioso (Sam Hennings). 

Entre os episódios, o dono da loja de penhores (Vincent D’Onofrio) e um desocupado (Chi McBride) jogam conversa fora. 

A premissa de contar pequenas histórias que se cruzam em torno da loja de penhores é interessante, o problema está no nível de qualidade que vai decaindo conforme o filme avança. 

A primeira história é a melhor. Apresenta um humor ácido, com personagens engraçados e um ótimo diálogo sobre a estupidez da teoria da supremacia branca. 

A segunda trama tem um bom ritmo na busca do personagem de Matt Dillon, mas exagera na sequência em que ele descobre o que aconteceu com a esposa. 

A história final faz o filme descer a ladeira. A trama é tão ridícula quanto a interpretação de Brendan Fraser. 

O diretor Wayne Kramer já mostrou ter talento para escrever boas histórias e criatividade nos enquadramentos no surpreendente “No Rastro da Bala”, que tinha Paul Walker como protagonista, porém aqui a diferença de qualidade entre as tramas atrapalha demais o resultado. 

Como curiosidade, tentem descobrir qual o papel de Norman Reedus (o Daryl de “The Walking Dead”), que não mostra o rosto durante o filme. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poder Além da Vida & Energia Pura


O diretor Victor Salva tem como trabalho mais conhecido o terror "Olhos Famintos", que fez razoável sucesso, inclusive resultando em uma sequência. A carreira de Salva começou com outro filme de terror B chamado "Palhaço Assassino", produzido em 1989 por Roman Coppola (filho de Francis Ford Coppola), que tinha no elenco um ainda desconhecido Sam Rockwell. 

Mais do que o filme, o que chamou a atenção foi a acusação de abuso sexual de um adolescente que participou do filme e que levou o diretor para a cadeia por um ano. Após cumprir a pena, de forma surpreendente Salva conseguiu uma nova chance no cinema e comandou o curioso suspense "Maus Companheiros" que tinha os canastrões Lance Henriksen e Eric Roberts como protagonistas. O filme reabriu de vez as portas do cinema para o diretor.

Nesta postagem comentou dois trabalhos posteriores do diretor, que tem como pontos em comum as histórias sobre superação com toques de fantasia.

Poder Além da Vida (Peaceful Warrior, Alemanha / EUA, 2006) – Nota 5,5
Direção – Victor Salva
Elenco – Scott Mechlowicz, Nick Nolte, Amy Smart, Tim Dekay, Ashton Holmes, Paul Wesley.

Dan Millman (Scott Mechlowicz) é um ginasta da equipe da universidade de Berkeley que treina duro sonhando com a medalha de ouro olímpica. Além das dificuldades do treinamento e da competição com outros ginastas da equipe, com quem tem uma relação complicada, Dan não consegue dormir direito e sofre com pesadelos. Numa certa noite, ele vai até uma simples loja de conveniência em um posto de gasolina e fica surpreendido com uma atitude do velho atendente que gosta de filosofar, a quem ele passa a chamar ironicamente de Socrates (Nick Nolte). A curiosidade com as palavras do sujeito faz Dan voltar várias noites ao local, criando uma estranha relação que influenciará fortemente em suas decisões de vida. 

Baseado em um livro escrito pelo verdadeiro Dan Millman, este longa é enganador como um livro de autoajuda. A história se diz inspirada em fatos reais, porém claramente utiliza detalhes da vida do escritor para criar uma fábula repleta de frases de efeito e filosofia barata saídas da boca de um personagem inusitado, o veterano interpretado por Nick Nolte. 

A enganação que cito é o sentimento que os livros de autoajuda tentam criar nas pessoas que precisam de uma palavra amiga ou de um conselho e que acabam acreditando ter descoberto a melhor forma de viver por causa de algumas frases genéricas. O filme é a mesma coisa, deixa a impressão de ser bom, mas é totalmente genérico, utilizando este tipo de frase, criando alguns momentos de crise e outros de superação e brincando com o inexplicável, porém de uma forma mais falsa do que uma nota de três reais.  

Energia Pura (Powder, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Victor Salva
Elenco – Mary Steenburgen, Sean Patrick Flanery, Lance Henriksen, Jeff Goldblum, Brandon Smith, Ray Wise.

Numa fazenda na área rural de uma cidade do oeste americano, o xerife Barnum (Lance Henrkisen) encontra o velho proprietário morto e surpreendentemente um jovem (Sean Patrick Flanery) morando no porão da casa. O jovem chamado Jeremy é neto do falecido, que morou por toda vida escondido em seu quarto e em contato com o mundo apenas através dos livros. 

Jeremy é albino, não tem pelos no corpo e foi abandonado pelo pai após nascer por causa da morte da mãe durante o parto. Levado para um orfanato aos cuidados da assistente social Jessie (Mary Steenburgen), a princípio Jeremy sofre preconceito dos outros garotos por causa de sua aparência, porém um estranho dom que envolve eletricidade chama a atenção de um professor (Jeff Goldblum). 

O sensível roteiro escrito pelo próprio diretor Victor Salva mistura drama com pitadas de ficção para contar uma história sobre preconceito. O medo em relação ao diferente é o ponto principal da trama. Os destaques do elenco ficam para Sean Patrick Flanery como o estranho protagonista e para a sempre competente Mary Steenburgen novamente interpretando uma personagem sensível.   

domingo, 4 de outubro de 2015

Missão Impossível: Protocolo Fantasma

Missão Impossível: Protocolo Fantasma (Mission: Impossible – Ghost Protocol, EUA / Emirados Árabes Unidos / República Tcheca, 2011) – Nota 7,5
Direção – Brad Bird
Elenco – Tom Cruise, Paula Patton, Simon Pegg, Jeremy Renner, Michael Nyqvist, Vladimir Mashkov, Samuli Edelman, Ivan Shvedoff, Anil Kapoor, Léa Seydoux, Josh Holloway, Tom Wilkinson, Ving Rhames, Michelle Monaghan.

Utilizando uma identidade falsa e cumprindo pena em uma prisão russa, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) inicia seu plano de fuga com auxílio do hacker Benji (Simon Pegg) e da agente Jane (Paula Patton). 

Após a sensacional fuga, os agentes recebem a missão de roubar documentos secretos sobre o programa nuclear russo que estão guardados dentro do Kremlin, porém são surpreendidos por um terrorista conhecido como Cobalto. 

Como consequência da ação, Hunt e sua equipe são abandonados pelo governo, tendo de agir sozinhos para encontrar o terrorista e também a assassina Sabine Moreau (Léa Seydoux), que está com os códigos para lançamento de misseis nucleares. 

A interessante trama que lembra os filmes de James Bond, tem uma narrativa ágil e as cenas de ação competentes que mantém o nível da série elevado, além do carisma de Tom Cruise no papel principal. 

Algumas sequências de ação são exageradas, principalmente a escalada do arranha-céu em Dubai, mas isso não chega incomodar. A trama passa por Moscou, Dubai e Bombaim, terminando com uma surpresa na sequência em Seattle. 

Vale destacar ainda a boa estreia de Brad Bird na direção de um longa com personagens de carne e aço. Ele que havia dirigido algumas animações de sucesso como “Os Incríveis” e “Ratatouille”. 

É um divertido filme de ação indicado aos fãs do gênero.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O Mundo Perdido - Jurassic Park

O Mundo Perdido: Jurassic Park (The Lost Word: Jurassic Park, EUA, 1997) – Nota 7,5
Direção - Steven Spielberg
Elenco - Jeff Goldblum, Julianne Moore, Vince Vaughn, Pete Postlethwaite, Arliss Howard, Richard Schiff, Vanessa Lee Chester, Peter Stormare, Richard Attenborough, Ariana Richards, Joseph Mazello, Thomas Rosales, Camilla Belle.

Quatro anos após os acontecimentos do primeiro filme, a empresa do milionário John Hammond (Richard Attenborough) está nas mãos de seu ganancioso sobrinho Peter Ludlow (Arliss Howard). Quando Ludlow descobre que alguns dinossauros da experiência do tio ainda vivem em outra ilha, local onde foram mantidos antes de serem enviados ao fracassado zoológico, ele decide liderar uma expedição para capturar os animais e trazê-los para o continente com o objetivo de lucrar. 

Preocupado com a atitude do sobrinho, Hammond também envia uma expedição liderada pela paleontóloga Sarah Harding (Julianne Moore), que leva um fotógrafo do Greenpace (Vince Vaughn) e um auxiliar (Richard Schiff). O último integrante é o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum), sobrevivente do filme anterior, que a princípio se nega a integrar a expedição, mas acaba aceitando quando descobre que sua namorada Sarah já foi para o local. 

A duas expedições com objetivos distintos se cruzam na ilha e logo os integrantes percebem que não será fácil saírem vivos dali. 

O estrondoso sucesso do original fez com que o público e o próprio Spielberg pressionasse o escritor Michael Crichton para escrever uma sequência. Seria muito difícil realizar um filme tão bom quanto o original e realmente esta continuação se mostra inferior, mesmo tendo ótimas sequências de ação e efeitos especiais fantásticos. 

O filme perde pontos no roteiro, que lembra um pouco a história clássica de King Kong e cria uma disputa em mocinhos e vilões em meio aos dinossauros, que no primeiro filme eram os grandes astros. 

É divertido, ágil e prende atenção, porém sofre pela comparação com o sensacional original. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Como Era Verde o Meu Vale

Como Era Verde o Meu Vale (How Green Was My Valley, EUA, 1941) – Nota 8,5
Direção – John Ford
Elenco – Roddy McDowall, Walter Pidgeon, Maureen O’Hara, Anna Lee, Donald Crisp, Sara Algood, Barry Fitzgerald.

No início do século passado, em uma vila de mineradores no País de Gales, a família Morgan tenta sobreviver enfrentando as dificuldades do dia a dia. O patriarca Mr. Morgan (Donald Crisp) trabalha com seus cinco filhos na mina da região, sendo explorados pelo dono do local que paga o menor salário possível, além dos perigos que encaram diariamente dentro dos túneis. 

A história da família é narrada pelo filho caçula Huw (Roddy McDowall ainda criança), anos depois dos acontecimentos mostrados aqui, quando ele está pronto para ir embora da vila. 

Além de contar de uma forma extremamente sensível a triste história desta família comum, o roteiro também toca em pontos importantes como o amor proibido entre o pastor vivido por Walter Pidgeon e a jovem interpretada pela belíssima Maureen O’Hara, o fundamentalismo religioso, a divisão entre ricos e pobres e até mesmo o socialismo na questão da greve dos mineradores. 

Todos estes detalhes são muito bem orquestrados pelo mestre John Ford, que era filho de irlandeses e que mesmo sendo lembrado pelos westerns, deixou também ótimos dramas como este longa e “As Vinhas da Ira”. 

O grande destaque do elenco é o então garoto Roddy McDowall, ele mesmo, o Cornelius do clássico “O Planeta dos Macacos” e o medroso caçador de vampiros Peter Vincent de “A Hora do Espanto” original. A ingenuidade do personagem e a espontaneidade da interpretação são comoventes.

É um belíssimo drama sobre a saga de uma família.