Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, Inglaterra / França /
Bélgica, 2016) – Nota 8,5
Direção – Ken Loach
Elenco – Dave Johns, Hayley Squires, Brianna Shann, Dylan McKiernan.
Daniel Blake (Dave Johns) é um marceneiro viúvo que após
sofrer um infarto precisa enfrentar toda a burocracia do sistema previdenciário
inglês para tentar receber seu benefício.
Em uma de suas tentativas de resolver
a situação, Daniel cruza o caminho de uma jovem mãe solteira de duas crianças
(Hayley Squires), que também sofre para conseguir receber seus direitos junto
ao governo. Os dois criam um laço de amizade e ajuda mútua em busca de uma vida
melhor.
Em qualquer que seja o país, a relação entre indivíduo e Estado é
cruel. Por mais que o país seja organizado, a burocracia tende a dificultar a
vida de quem precisa solicitar algum serviço para o Estado. Em nome de uma
falsa igualdade, o Estado trata o indivíduo como um número, que precisa se adequar
as regras impostas. Se ele reclamar, é até mesmo ameaçado. O fator humano nunca
é levado em conta.
Este terrível contexto que vemos diariamente no Brasil, é
retratado de uma forma crua neste longa de Ken Loach, diretor especialista em
filmes com críticas sociais. Além da sensibilidade com que Loach trata seus
personagens, vale destacar que o roteiro não explora algum viés ideológico ou
político, a proposta é mostrar que o Estado é um obstáculo na vida do
indivíduo.
Outro ponto alto é a interpretação do desconhecido Dave Johns. Ator
com experiência na tv inglesa, aqui ele faz sua estreia no cinema da melhor
forma possível. Ele passa todo o sentimento de desilusão e também de
preocupação com o próximo. É o retrato do sujeito honesto que passou toda a vida
trabalhando com as mãos e quando mais precisa de ajuda é descartado pela
sociedade.
É um filme simples, doloroso e realista, daqueles que nos deixam com
um sentimento de impotência.
6 comentários:
Esse eu quero muito vê.
Mas sei que por ter passado em cinema, nem tão cedo estará liberado por aqui.
Não sei se sistema é sempre cruel quando se precisa dele, nos países de 1º mundo.
Penso que não.
Nada pode ser pior do que isso aqui.
Liliane - Normalmente o Estado é cruel, mas lógico que em países de primeiro mundo o tratamento dado as pessoas é muito melhor do que recebemos no Brasil.
O filme é ótimo, com certeza você irá gostar.
Nossa!! Que filme!! Doloroso acompanhar a saga do protagonista se humilhando por um pouco de dignidade. Daniel Blake nos representa.
Marília - Doloroso é a palavra exata. A saga do personagem lembra muito as injustiças que vemos diariamente aqui no Brasil.
Abraço
Um soco no estômago mesmo.
bjs
Amanda - É um sofrimento absurdo.
Bjos
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