O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas,
Inglaterra / EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – Mark Herman
Elenco – Asa Butterfield, Vera Farmiga, David Thewlis,
Rupert Friend, David Hayman, Amber Beattie, Jack Scanlon, Cara Horgan, Jim
Norton.
No início da Segunda Guerra, o garoto Bruno (Asa
Butterfield) vive em Berlim numa bela casa com os pais (Vera Farmiga e David
Thewlis) e a irmã mais velha (Amber Beattie). O pai, que é oficial da exército
nazista, recebe a missão de comandar um campo de concentração no interior do
pais. A princípio, a esposa sente orgulho do marido sendo promovido, já Bruno
fica triste em abandonar os amigos. A família passa a morar numa enorme casa em local afastado, mesmo assim, Bruno consegue ver da sua janela o campo de concentração,
o que pela ingenuidade de sua idade acredita ser uma fazenda onde os
fazendeiros usam roupas estranhas que parecem pijamas.
Numa de suas escapadas de casa, Bruno encontra a cerca de arame farpado que mantém os judeus presos e
acaba fazendo amizade com um garotinho (Jack Scanlon), que se esconde naquele
local para ficar sozinho e diminuir seu sofrimento. Esta relação fará com que
aos poucos Bruno perceba que há algo de errado com a situação, mesmo não
entendendo exatamente o que está acontecendo.
Baseado num livro de sucesso,
este longa tem como ponto principal mostrar uma terrível situação como a
tragédia dos campos de concentração através do olhar puro de uma criança.
Sem os vícios e os preconceitos de um adulto, o personagem do garoto Asa
Butterfield (que comprovaria seu talento em “A Invenção de Hugo Cabret”)
questiona fatos que são refutados por seu professor (Jim Norton) e pelo pai de
forma absurda, cegos pela doutrinação do regime nazista.
Outro ponto
interessante é a reação da mãe interpretada por Vera Farmiga, que enquanto
usufrui de sua vida burguesa na cidade se mostra feliz com o trabalho do
marido, mas quando se torna testemunha ocular dos crimes que seu par comanda,
sua vida desaba. É como se a tragédia não existisse enquanto estivesse
longe, algo que provavelmente ocorreu com parte da população alemã, que fechou
os olhos por medo ou por omissão.
O final do longa é um verdadeiro soco no
estômago do espectador.
A Menina que Roubava Livros (The Book Thief, EUA / Alemanha,
2013) – Nota 7,5
Direção – Brian Percival
Elenco – Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson, Nico
Liersh, Ben Schnetzer.
Alemanha, 1938, a garota Liesel Meminger (Sophie Nélisse) vê
seu irmão pequeno morrer e sua mãe ser levada pelos nazistas por ser comunista.
Liesel é enviada a uma cidade do interior do país onde é adotada pelo casal
Hubermann. Hans (Geoffrey Rush) é um sujeito simples e bem humorado, enquanto
sua esposa Rosa (Emily Watson) é uma pessoa de temperamento difícil. A
adaptação na nova vida no início é complicada, mas melhora quando Liesel faz
amizade com o vizinho Rudy (Nico Liersh).
Aos poucos a garota percebe que
existe algo de errado com o apoio de parte da população ao nazismo,
principalmente após queimarem centenas de livros em praça pública e quando a
perseguição aos judeus aumenta e o jovem Max (Ben Schnetzer) é acolhido pela
família Hubermann que o esconde no porão da pequena casa.
Baseado num famoso
livro, este drama tem uma interessante história sobre como viviam os cidadãos
comuns na Alemanha durante a Segunda Guerra e como eram obrigados a aceitar a
loucura do nazismo com medo de serem perseguidos e até assassinados.
Vale destacar a sensível relação entre as crianças e a atuações dos sempre competentes Geoffrey Rush e Emily Watson,
O roteiro toca outros em temas como família, amizade e perdas, com destaque ainda para a narração que deixa o espectador em dúvida sobre quem é o narrador, que revela sua verdadeira identidade apenas no final.
Vale destacar a sensível relação entre as crianças e a atuações dos sempre competentes Geoffrey Rush e Emily Watson,
O roteiro toca outros em temas como família, amizade e perdas, com destaque ainda para a narração que deixa o espectador em dúvida sobre quem é o narrador, que revela sua verdadeira identidade apenas no final.
6 comentários:
Interessante a maneira como "O Menino de Pijama Listrado" é apresentada, através dos olhos inocentes de uma criança...Podemos perceber elementos do JOGO como fenômeno, e toda sua ludicidade, nos diálogos dos dois personagens...Ainda não assisti "A Menina que Roubava Livros"...
Abraço!!!
Emerson - Os diálogos entre os garotos foi uma grande sacada, mostrando claramente como a guerra é um grande absurdo.
Abraço
A menina que Roubava livros é um filme maravilhoso, muito bom o seu blog.
Anônimo - Nos dois casos eu vi apenas o filme e gostei.
Abraço
Interessante você ter unido os dois, pois trazem mesmo muitas semelhanças. Gosto mais do resultado do Menino, talvez por ter lido o livro da Menina e algumas coisa acabem decepcionando. Como o narrador, que no livro se apresenta de maneira mais clara, e sua visão da humanidade é que é o grande plus da história.
bjs
Amanda - Por não ter lido os livros, considero que os dois filmes estão bem próximos em qualidade.
Gosto mais do elenco de "A Menina..." e da trama "O Menino...".
Bjos
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