A Arte do Pensamento Negativo (Kunsten a Tenke Negativt,
Noruega, 2006) – Nota 7,5
Direção – Bard Breien
Elenco – Fridtjov Saheim, Kirsti Eline Torhaug, Kjersti
Holmen, Henrik Mestad, Marian Saastad Ottesen, Kari Simonsen, Per Schaanning.
Após sofrer um acidente que o deixou paraplégico, Geirr
(Fridtjov Saheim) se tornou um sujeito depressivo que passa quase todo o dia
assistindo filmes de guerra. Para tentar mudar a atitude do marido, Ingvild
(Kirsti Eline Torhaug) convida uma psicóloga (Kjersti Holmen) especialista em
lidar com deficientes. A psicóloga aceita visitar o casal que mora numa bela
casa no interior da Noruega e leva consigo um grupo de deficientes. Temos a
garota que ficou tetraplégica e tenta se mostrar feliz ao lado do marido, uma
velha senhora deprimida e um empresário que perdeu tudo, sofreu um derrame e
hoje vive numa cadeira de rodas. A falsa sensação de felicidade que a psicóloga
tenta passar para o grupo, dissolve-se rapidamente em contato com o agressivo
Geirr, transformando o que seria uma sessão de autoajuda, numa verdadeira
lavagem de roupa suja.
Esta sarcástica produção norueguesa, com pouco mais de
uma hora de duração, beira o humor negro ao fazer uma crítica aos picaretas que se
vestem de psicólogos com o objetivo de lucrar com seus livros e terapias de
autoajuda, fazendo com que as pessoas acreditem que apenas o pensamento
positivo transformará sua vida.
Os personagens do grupo de apoio são
esteriótipos do consumidor deste tipo de terapia, que ao cruzarem com um
sujeito revoltado e realista como Geirr, percebem como tentam enganar a si
mesmos.
Como curiosidade, Geir é fã de Johnny Cash (várias músicas do cantor
tocam durante o filme) e do clássico “O Franco Atirador”, tendo um poster de
Robert De Niro no quarto, além de protagonizar uma cena extremamente sarcástica
inspirada no filme de Michael Cimino.
O resultado é um filme indicado para quem
gosta de histórias críticas e ácidas.
3 comentários:
Conheço pouco do cinema norueguês, mas esse parece ser um filme bem diferente e interessante.
Taí um filme do qual nunca tive ouvido falar, e, modéstia à parte, isso é lago bem raro. Noruega!
Kamila - Interessante mesmo, vale a conferida.
Gustavo - Descobri este filme faz pouco tempo e gostei.
Abraço
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