sábado, 30 de junho de 2012

A Arte Marcial no Cinema

A Arte Marcial no Cinema (The Art of Action: Martial Arts in Motion Picture, EUA, 2002) – Nota 8
Direção – Keith R. Clarke
Documentário – Narração de Samuel L. Jackson – David Carradine, Jackie Chan, Sammo Hung, Yuen Biao, Corey Yuen, Raymond Chow, Steven Seagal, Stanley Tong, Ronny Yu, John Woo, Cynthia Rothrock, McG, Ang Lee.

Este documentário narrado por Samuel L. Jackson conta a história das artes marciais no cinema, no início comentando um pouco sobre as produções dos anos sessenta quando o gênero estava restrito as produções asiáticas e principalmente a popularização após o sucesso dos filmes Bruce Lee. 

O sucesso “Operação Dragão” em 1973, abriu o mercado ocidental para os filmes asiáticos de artes marciais, popularmente chamados de filmes de “Kung Fu”. A morte de Bruce Lee logo em seguida fez com que diversos produtores procurassem um substituto. Entre os produtores estava Raymond Chow, proprietário da “Golden Harvest” que produziu os filmes de Lee e posteriormente dezenas de longas do gênero. Nesta busca por um sucessor de Lee, apareceram atores que hoje são astros com Jackie Chan e Jet Li. 

No final dos anos setenta o gênero estava um pouco saturado, o que fez com que atores como Jackie Chan, Sammo Hung e Yuen Biao resolvessem mudar o estilo misturando as lutas com comédia, criando um espécie de briga pastelão, onde os personagens utilizavam objetos como vassouras, cadeiras e tudo que estivesse a mão como complemento as coreografias, que ficaram cada vez mais engraçadas e perigosas. Este tipo de filme transformou Jackie Chan em astro mundial, principalmente pelas cenas cada vez mais absurdas que ele criava, o que lhe causou diversas fraturas. Enquanto isso, Jet Li preferiu ficar na Ásia interpretando o herói de ação sério, chegando a Hollywood apenas no final dos anos noventa quando fez o vilão em “Máquina Mortífera 4”.

É interessante também saber um pouco mais sobre Wong Fei Hung, um mestre do Kung Fu que nasceu no século XIX, faleceu em 1924 e se tornou figura lendária da arte marcial, tendo sido interpretado dezenas de vezes nas produções de Hong Kong, inclusive por astros como Jackie Chan, Gordon Liu e Jet Li. 

Estas histórias são algumas das contadas pelos próprios envolvidos através de entrevistas que mostram curiosidades destas produções. Além dos citados, o documentário traz ainda entrevistas com o falecido David Carradine que fala da clássica série “Kung Fu” que ele protagonizou nos anos setenta, dos diretores Corey Yuen, Ronny Yu, John Woo e Ang Lee comentando sobre as produções que comandaram em Hong Kong e também com o astro canastrão Steven Seagal. 

É um ótimo documentário recomendado principalmente aos fãs do gênero.    

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Madrugada Muito Louca 1, 2 & 3


Madrugada Muito Louca (Harold & Kumar Go To White Castle, EUA, 2004) – Nota 7,5
Direção – Danny Leiner
Elenco – John Cho, Kal Penn, Paula Garces, Neil Patrick Harris, David Krumholtz, Eddie Kaye Thomas, Ryan Reynolds, Christopher Meloni, Fred Willard, Ethan Embry, Anthony Anderson.

Harold (John Cho) é um corretor de investimentos que odeia o emprego e Kumar é filho de um famoso médico indiano que deseja vê-lo seguir a mesma carreira. A dupla vive num pequeno apartamento onde fumam maconha diariamente. Depois de fumarem alguns baseados, a dupla vê na tv a propaganda de uma lanchonete (o White Castle do título) que diz ter uma hamburger sensacional. Por estarem chapados, resolvem sair pela cidade para comer o lanche, sem antes se meter em diversas e absurdas confusões.

Este filme que segue a linha do cinema besteirol, tem a seu favor brincar com o absurdo e ter uma ótima química entre John Cho e Kal Penn. Além disso, a graça estão nas figuras que cruzam o caminho da dupla, interpretados por rostos conhecidos como Ryan Reynolds e Anthony Anderson, além de principalmente o ex-astro infantil Neil Patrick Harris interpretando a si mesmo, porém se mostrando um maluco viciado em sexo e drogas. 

Madrugada Muito Louca 2 (Harold & Kumar Escape From Guantanamo Bay, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Jon Hurwtiz & Hayden Schlossberg
Elenco – John Cho, Kal Penn, Rob Corddry, Jack Conley, Roger Bart, Neil Patrick Harris, Danneel Harris, Eric Winter, Paula Garcés, John Reep, Missy Pyle, James Adomian, Beverly D’Angelo, Christopher Meloni, Amir Talai, David Krumholtz, Eddie Kaye Thomas, Ed Helms.

Nesta sequência, os amigos Harold (John Cho) e Kumar (Kal Penn) decidem viajar para Amsterdam na Holanda, onde Harold pretende encontrar sua namorada Maria (Paula Garcés). Durante o vôo, o maluco Kumar resolve utilizar um estranho objeto para fumar maconha no banheiro, o que causa uma terrível confusão e faz com que a dupla seja detida como terroristas. Sendo interrogados por um burocrata do governo (Rob Corddry) completamente idiota, a dupla é enviada para a prisão de Guantanamo. 

O título do longa deixa a impressão de que boa parte do filme se passaria dentro da prisão, com a dupla principal tentando escapar, porém a fuga acontece cinco minutos depois de entrarem na cela, numa sequência absurda, como todo o filme. 

A fuga que começa em Guantanamo, passa por Miami onde encontram um amigo árabe (Amir Talai) numa festa com lindas mulheres, passa pelos sul dos Estados Unidos onde cruzam com um casal de caipiras malucas, participam de uma sessão da Klu Klux Klan, finalizando no Texas numa das sequências mais divertidas, quando encontram o presidente George W. Bush. 

Esta sequência com Bush repleta de diálogos estúpidos é a melhor parte do filme, junto com a participação de Neil Patrick Harris, que assim como primeiro filme, interpreta ele mesmo. Apesar de algumas boas sequências, o roteiro exagera nas piadas escatológicas e o filme se torna irregular, diferente do original que era mais engraçado. 

Como curiosidade, os diretores desta sequência foram os roteiristas do original.

Madrugada Muito Louca 3 – O Natal Maluco de Harold e Kumar (A Very Harold & Kumar 3D Christmas, EUA, 2011) – Nota 7
Direção – Todd Strauss Schulson
Elenco – John Cho, Kal Penn, Paula Garces, Danneel Harris, Danny Trejo, Amir Blumenfeld, Thomas Lennon, Neil Patrick Harris, Elias Koteas, David Krumholtz, Eddie Kaye Thomas, Richard Riehle.

Harold (John Cho) está casado com Maria (Paula Garces) morando numa bela casa no suburbio. Enquanto isso, Kumar (Kal Penn) continua no pequeno apartamento vivendo totalmente largado após ser abandonado por Vanessa (Danneel Harris). Na véspera do Natal, Kumar recebe uma encomenda destinada a Harold e resolve visitar o amigo para entregar. 

Um acidente faz com que a árvore de natal na casa de Harold seja destruída e caso ele não consiga outra, terá de enfrentar seu sogro (Danny Trejo), sujeito fanático pelo natal. É o início de uma nova jornada da dupla, agora atrás de uma árvore de natal. Novamente eles cruzarão com pessoas estranhas, como um mafioso ucraniano (Elias Koteas), os amigos judeus (David Krumholtz e Eddie Kaye Thomas), o ator maluco Neil Patrick Harris e até Papai Noel. 

Diferente do filme anterior que exagerava nas piadas escatológicas, este longa foca mais nas confusões pela noite da cidade, lembrando o original e fazendo rir em sequências absurdas, lógico que politicamente incorretas até a medula. 

Mesmo longe de serem grandes filmes, são comédias melhores que os similares atuais do gênero, principalmente pelos personagens carismáticos.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Leitor

O Leitor (The Reader, EUA / Alemanha, 2008) – Nota 8
Direção – Stephen Daldry
Elenco – Ralph Fiennes, Kate Winslet, David Kross, Bruno Ganz, Lena Olin, Alexandra Maria Lara.

Em 1995, na cidade de Berlim, um homem (Ralph Fiennes) é questionado por uma amante por ser uma pessoa fechada e a surpreende quando conta que irá encontrar sua filha. 

A narrativa volta para 1958, numa cidade do interior da Alemanha, onde David Berg (David Kross) sente-se mal na rua durante uma chuva e acaba sendo socorrido por Hannah (Kate Winslet), que o ajuda a voltar para casa. David está com escarlatina e após três meses de repouso, decide procurar Hannah. Rapidamente os dois começam uma forte relação, apesar da diferença de idade, já que David tem apenas quinze anos. As tardes de sexo entre o casal são complementadas pela leitura de livros. David diariamente lê histórias clássicas para Hannah. 

Esta primeira parte deixa a impressão que estamos vendo um drama sobre amor focado na diferença de idades e instrução, porém a trama revela uma dolorosa surpresa na segunda metade, que não vale a pena ser contada para quem ainda não viu o filme. 

Este drama que concorreu a cinco prêmios Oscar e venceu o de Melhor Atriz para Kate Winslet, toca em temas polêmicos como descoberta da sexualidade, vergonha e as consequências do Holocausto no povo alemão. 

O diretor inglês Daldry que já havia feitos os sensíveis “Billy Eliott” e “As Horas”, acertou mais uma vez no tom da narrativa, valorizado pelas ótimas interpretações de Kate Winslet e do garoto David Kross, além de um correto Ralph Fiennes e a pequena mais importante participação de Bruno Ganz como um professor na universidade. 

O resultado é um doloroso drama sobre emoções contidas e segredos. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Assalto ao Banco Central

Assalto ao Banco Central (Brasil, 2011) – Nota 5,5
Direção – Marcos Paulo
Elenco – Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Hermila Guedes, Lima Duarte, Giulia Gam, Tonico Pereira, Gero Camilo, Vinícius de Oliveira, Heitor Martinez, Cadu Fávero, Juliano Cazarré, Créo Kellab, Cássio Gabus Mendes, Antonio Abujamra, Milton Gonçalves, Daniel Filho.

Em 2005, o asssalto ao Banco Central em Fortaleza foi o maior e mais ousado cometido em nosso país. Um grupo de criminosos cavou um túnel de quase cem metros até o cofre do banco e roubou 164 mihões. Esta história que tinha tudo para render um grande filme, resultou num longa confuso, repleto de diálogos infantis e personagens pessimamente desenvovidos. 

A trama começa com Barão (Mihem Cortaz) fazendo sexo com a sensual Carla (Hermila Guedes) numa cena estranha pontuada por um rock pesado. Em seguida, Barão e sua amante passam a montar o grupo para o assalto. O malandro Mineiro (Eriberto Leão), o especialista em túneis conhecido como Tatu (Gero Camilo), o ex-policial Léo (Heitor Martinez) e o engenheiro Doutor (Tonico Pereira) são os principais elementos do bando de onze pessoas. 

A partir daí a trama se divide em duas narrativas: Na primeira temos o grupo planejando e executando o assalto e na segunda a ação da polícia para descobrir quem são os responsáveis, entrecortada com os interrogatórios dos bandidos que foram presos. 

Apenas o túnel, a quantidade de dinheiro e a fraca sequência da perseguição carreta aconteceram, o restante da ação apesar de ser baseada num livro do roteirista Renê Belmonte, passa longe da realidade. Um grupo muito maior de pessoas participou do crime e os bandidos retratados, assim como o estilo da narrativa, foram escolhidos com o intuito de seguir a fórmula dos filmes americanos do gênero, porém o que acabou sendo copiado foram os piores clichês, somados a total falta de emoção ou de alguma sequência de impacto. Até mesmo a ação da polícia é ridícula, mostrando apenas um delegado (Lima Duarte) e uma investigadora (Giulia Gam péssima como policial) para investigar um crime gigantesco. 

Fica claro que do diretor Marcos Paulo caiu na armadilha dos profissionais que trabalham em novela quando se arriscam no cinema, principalmente aqueles que tem o estigma da Globo no currículo e a produção da emissora por trás, resultando num trabalho em que o marketing e a aparência escondem um filme ordinário.

terça-feira, 26 de junho de 2012

007 Contra o Foguete da Morte

007 Contra o Foguete da Morte (Moonraker, Inglaterra / França, 1979) – Nota 7
Direção – Lewis Gilbert
Elenco – Roger Moore, Lois Chiles, Michael Lonsdale, Richard Kiel, Corinne Cléry, Bernard Lee, Lois Maxwell, Desmond Llewellyn.
  
Um avião que transporta um foguete experimental sofre um acidente, porém o foguete desaparece dos destroços. James Bond (Roger Moore) é enviado para Califórnia com o objetivo de investigar a empresa que fabricou o foguete, pertencente ao estranho milionário Hugo Drax (Michael Lonsdale). Na empresa de Drax, Bond descobre papéis secretos que o levam a Veneza, ao Rio de Janeiro e por fim ao Amazonas. 

Ao mesmo tempo que esta aventura de Bond tem cenas de ação grandiosas e efeitos especiais que concorreram ao Oscar, por outro lado tem uma das tramas mais absurdas de toda a série. Temos a sequência em Veneza onde uma gôndola se transforma numa espécie de lancha, a fantasiosa luta entre Bond e Dentes de Aço em cima do bondinho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, finalizando no Amazonas com Bond sendo enviado ao espaço num foguete. 

Vilões megalomaníacos são personagens comuns na série, assim como os capangas estranhos, aqui temos a curiosidade da volta de Dentes de Aço (Jaws) vivido pelo gigante Richard Kiel, que repete o papel do filme anterior, situação única na série. 

Com certeza os fãs de Bond se divertem com esta aventura, principalmente os da fase com Roger Moore, já os críticos devem odiar o longa.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Mensageiro & Rampart


O Mensageiro (The Messenger, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – Oren Moverman
Elenco – Ben Foster, Woody Harrelson, Samantha Morton, Steve Buscemi, Jena Malone, Eamonn Walker.

O drama do retorno para casa de soldados após uma guerra já foi mostrado no cinema diversas vezes, em sua maioria tendo o Vietnã como culpado. Longas como “Amargo Regresso”,”O Franco Atirador”e “Jardins de Pedra” são exemplos. 

Aqui a história foca no Sargento Will Montgomery (Ben Foster), que volta ferido como herói da Guerra do Iraque, com um problema na visão e em uma das pernas. Will é designado para cumprir seus últimos meses no exército avisando as famílias dos soldados mortos, em parceria com o Capitão Tony Stone (Woody Harrelson). A regra de Stone é comunicar o parente do soldado de forma séria, sem emoções, porém as reações de quem ouve que perdeu o filho ou marido são diversas, podendo ser choro, ofensas ou compaixão. Will que deixou a namorada (Jena Malone) quando se alistou, sente-se perdido por não consegui-la de volta, não sabe o que fazer da vida e cada vez mais se envolve com as emoções das pessoas que precisa avisar, principalmente com Olivia (Samantha Morton) que perdeu marido e precisa cuidar do filho pequeno. 

O filme é um drama pesado e realista, que mostra como os soldados que sobrevivem a uma guerra são devolvidos a um mundo onde sentem não pertencer mais, sem preparo algum ou ajuda psicológica. 

A dupla principal tem ótimas interpretações, com Ben Foster perfeito como o sujeito angustiado e Woody Harrelson que concorreu ao Oscar de Coadjuvante pelo sujeito durão que mostra a verdadeira face numa sequência quase ao final do longo. Vale destacar ainda a pequena e ótima participação de Steve Buscemi em duas sequências. 

Rampart (Rampart, EUA, 2011) – Nota 7
Direção – Oren Moverman
Elenco – Woody Harrelson, Ned Beatty, Robin Wright, Anne Heche, Cynthia Nixon, Ben Foster, Ice Cube, Sigourney Weaver, Steve Buscemi, Robert Wisdom, Brie Larson, Sammy Boyarsky, Jon Bernthal.

Em 1990, a delegacia de Rampart em Los Angeles é alvo de protestos da população, pressão da imprensa e responde a diversos processos em razão de um escândalo de corrupção policial. Neste cenário trabalha o veterano policial David Douglas Brown (Woody Harrelson), um sujeito racista, corrupto e violento, que vive de favor numa casa que pertence as suas duas ex-mulheres que são irmãs (Anne Heche e Cynthia Nixon), que moram ao lado. David tem duas filhas, uma com cada ex-esposa, porém suas atitudes fazem com que as garotas se afastem. 

Para piorar a situação, após um acidente de trânsito, David espanca o outro motorista e acaba sendo filmado durante a violenta ação. Mesmo estando completamente errado, David acredita ser alvo de uma armadilha e decide enfrentar seus superiores para se manter no emprego. 

O diretor Oren Moverman volta a trabalhar com Woody Harrelson (e também Ben Foster e Steve Buscemi em pequenos papéis) em outro drama pesado, agora tendo ainda como parceiro no roteiro, o escritor James Ellroy, especialista em histórias policiais. 

O filme é todo de Woody Harrelson, que interpreta com perfeição um personagem que merece todas as coisas ruins que acontecem em sua vida, já que desde o início o espectador percebe que o sujeito não tem respeito por pessoa alguma, além de ser corrupto, fato mostrado nas relações com um veterano picareta (Ned Beatty), além de suas noitadas regadas a bebida e sexo, inclusive uma conturbada relação com a advogada vivida por Robin Wright. 

Vale destacar ainda a participação de Ben Foster com um ex-soldado que vive numa cadeira de rodas e de Steve Buscemi como um superior que tem uma forte discussão com o personagem de Harrelson. 

Não é um filme para o público comum, já que muitas situações ficam sem solução, deixando para o espectador imaginar as consequências.

domingo, 24 de junho de 2012

Número 23

Número 23 (The Number 23, EUA / Alemanha, 2007) – Nota 6,5
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Jim Carrey, Virginia Madsen, Logan Lerman, Danny Huston, Rhona Mitra, Mark Pellegrino, Ed Lauter, Corey Stoll.

Walter Sparrow (Jim Carrey) tem uma vida normal, casado com Agatha (Virgina Madsen) com quem tem um filho (Logan Lerman). Sua vida começa a mudar quando sua esposa lhe presenteia com um livro onde o personagem principal é obcecado com o número 23. Walter não consegue para ler de livro e conforme avança nos capítulos, passa a perceber semelhanças entre ele e o personagem, ficando também obcecado pelo referido número, que por sinal ele começa a ver em todos os lugares e situações. 

Este filme foi detonado pela crítica no lançamento, mas apesar do final que poderia ser melhor e alguns furos do roteiro, o desenrolar da trama prende a atenção, valorizada pela paranóica interpretação de Jim Carrey. 

Infelizmente parte da crítica adorar criar rótulos e desta forma marcou o diretor Joel Schumacher após o fracasso de “Batman & Robin” e assim como Nicolas Cage, tudo que ele estes mesmos críticos tem o gosto de citar apenas os defeitos. Muitos destes críticos também torcem o nariz para Jim Carrey, mesmo quando ele tenta um gênero diferente da comédia.    

sábado, 23 de junho de 2012

Atividade Paranormal 2

Atividade Paranormal 2 (Paranormal Activity 2, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Tod Williams
Elenco – Brian Boland, Sprague Grayden, Molly Ephraim, Katie Featherston, Micah Slot, Seth Ginsberg, Vivis Colombetti.

O casal Daniel (Brian Boland) e Kristi (Sprague Grayden) estão felizes com o nascimento de Hunter e vivem numa bela casa de subúrbio com Ali (Molly Ephraim), filha apenas de Daniel e a empregada Martine (Vivis Colombetti). 

A preocupação começa quando ao chegarem de um passeio, descobrem a casa toda revirada, porém nada foi roubado e nem as portas foram arrombadas. Acreditando ser apenas vandalismo, Daniel instala câmeras por toda a propriedade, que aos poucos começam a captar estranhos barulhos e objetos se movendo sem explicação, causando uma crescente de tensão em todos. 

Esta sequência do sucesso de 2007 mostra acontecimentos anteriores ao original, inclusive com uma importante participação do casal Micah e Katie, protagonistas daquele filme e uma explicação, mesmo que simplória, para os fatos sobrenaturais. 

O estilo é o mesmo que o diretor do original Oren Peli utilizou, filmando todo o longa através de câmeras portáteis e as de vigilância instaladas pelos personagens. 

Com um número maior de personagens, o roteiro explora alguns clichês do gênero, como colocar um cachorro para defender a criança, a empregada latina que acredita em espíritos e a divisão dos personagens, com o pai sendo o cético e a filha a curiosa sobre o assunto. 

O resultado é um pouco inferior ao original, onde a sugestão do terror era mais assustadora, mesmo assim não deixa de ser um interessante exercício do gênero.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Dragão de Shaolin & Operação Dragão Gordo


O sucesso de "Operação Dragão" em 1973 transformou Bruce Lee em astro e praticamente criou um novo gênero, os filmes de Kung Fu, que até então eram distribuídos apenas na Ásia. A morte de Lee pouco meses depois do lançamento do filme, abriu caminho para que os produtores procurassem um sucessor e durante os anos setenta e oitenta, dezenas de atores se aventuraram no gênero, além é claro de uma enorme quantidade de filmes produzidos principalmente em Hong Kong que chegaram ao mercado ocidental. 

Entre os candidatos a sucessores de Lee apareceram muitos imitadores, inclusive utilizando nomes artísticos parecidos para confundir o público. O mais famoso destes imitadores foi John Liu, que teve a sorte de protagonizar o clássico "O Dragão de Shaolin", um dos filmes que comento nesta postagem.

Outros atores perceberam que poderiam misturar comédia com a ação e com a criatividade de quem tinha experiência no Circo da China, Jackie Chan, Yuen Biao, o diretor Corey Yuen e Sammo Hung criaram divertidos longas onde a pancadaria divide a tela com cenas de pastelão. Aqui comento outro clássico do gênero dirigido e estrelado por Sammo, o divertido "Operação Dragão Gordo".

O sucesso mundial do gênero fez com que atores ocidentais tentassem a sorte. Alguns ficaram famosos como Van Damme, Chuck Norris e Steve Seagal, mas diversos outros se tornaram coadjuvantes ou astros de filmes B, como Loren Avedon, Olivier Gruner, Billy Blanks, Mathias Hues, Jalal Merhi, Jim Kelly, Bolo Yeung, Sho Kosugi, Michael J. White e Mark Dacascos.

O Dragão de Shaolin (Shen Tui ou Wu Tang Magic Kick, Taiwan, 1977) – Nota 7
Direção – Chung Ting
Elenco – John Liu, Wei Tung, Bao Yun Tang, Philip Ko.

Mar Tien (John Liu) tem sua casa atacada por um grupo violento liderado por Fang (Philip Ko). O fato dá início a uma guerra entre Mar, que é especialista em chutes, e o grupo de Fang. Este filme praticamente desconhecido pelo público atual, é um clássico do gênero que passou diversas vezes na TV Record nos anos oitenta, em uma sessão especial que o canal disponbilizava toda a semana com filmes de Kung Fu. 

O ator John Liu foi um dos vários lutadores que tentaram fazer sucesso na cola de Bruce Lee. O filme é divertido, repleto de lutas violentas e tem até uma curiosa reviravolta criando um irmão gêmeo para o vilão.

Duas cenas se destacam, a sequência em que Mar enfrenta uma legião de lutadores para salvar o irmão preso a uma armadilha em cima de bambus pontiagudos e a cena de jaula, quando Mar é tomado de refém e colocado numa jaula com se fosse um animal. Durante um bom tempos os vilões batem com bambus nas grades para enlouquecê-lo. 

Uma ótima pedida para quem gosta do gênero.

Operação Dragão Gordo (Fei Lung Gwoh Gong ou Enter the Fat Dragon, Hong Kong, 1978) – Nota 7
Direção – Sammo Hung
Elenco – Sammo Hung, Kwan Yeung, Roy Chiao.

Lung (Sammo Hung) é um jovem gordinho criador de porcos que é fã de Bruce Lee e de tanto assistir aos filmes do astro, consegue aprender a lutar, mesmo sendo motivo de piada dos outros. Quando Lung se muda para a cidade e passa a ajudar o tio numa barraca de comidas, descobre que o velho homem é explorado por bandidos. O aprendizado de Lung se torna útil para defender o tio das ameaças. 

Seguindo o estilo dos filmes que Jackie Chan consagraria nos anos seguintes, alguns deles ao lado do próprio Sammo Hung, aqui temos uma divertida paródia e ao mesmo tempo uma homenagem aos longas de Bruce Lee. As lutas misturam a seriedade de Lee com cenas pastelão que se tornaram especialidade de Sammo e Jackie Chan. 

O resultado é mais uma ótima diversão para os fãs do gênero.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Confiar

Confiar (Trust, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – David Schwimmer
Elenco – Clive Owen, Catherine Keener, Liana Liberato, Jason Clarke, Viola Davis, Chris Henry Coffey, Noah Emmerich.

Annie (Liana Liberato) é uma adolescente que vive feliz com sua família (pais e um casal de irmãos) numa bela casa no subúrbio de Chicago. No aniversário, ela ganha um laptop dos pais, o publicitário Will (Clive Owen) e a mãe Lynn (Catherine Keener) e passa a frequentar salas de bate-papo na internet. Numa destas salas ela faz amizade com Charlie, que diz ter quinze anos e morar na Califórnia. Após algum tempo, Annie fica íntima de Charlie, que aos poucos conta para a garota que na verdade é mais velho. Mesmo em dúvida quanto a história contada por Charlie e sabendo que está traindo a confiança dos pais, Annie decide continuar o relacionamento virtual e aceita conhecê-lo pessoalmente, situação que terminará em estupro. 

Este drama é o segundo longa dirigido pelo ator David Schwimmer para o cinema e a princípio surpreende pelo tema, já que a carreira de Schwimmer está marcada pelo papel do atrapalhado Ross de “Friends”, porém pesquisando um pouco sobre o sujeito, fiquei sabendo que ele faz parte de uma fundação que combate estupro e pedofília, fato este que explica a escolha em filmar esta história pesada. 

Alguns críticos consideram a narrativa da trama muito didática, porém acredito ter sido um acerto esta escolha de Schwimmer, que além de mostrar passo a passo como age um predador pela internet, foca principalmente as consequências do estupro, em como o fato destrói a tranquilidade da família, situação valorizada pela interpretação do trio principal. 

Clive Owen faz o pai inconformado que não sabe lidar com a situação, Catherine Keener interpreta a mãe que tenta manter a família unida e a garota Liana Liberato tem uma bela atuação como a adolescente inteligente e ao mesmo tempo ingênua em virtude da falta de experiência de vida. 

O resultado é um drama competente, atual e realista, que merece ser visto. 

Não deixe de ver os créditos finais, que um traz uma pequena e ao mesmo tempo chocante revelação.     

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bombas - Comédias Românticas Obscuras

Pleasures – Prazeres de Verão (Pleasures, EUA, 1986) – Nota 5
Direção – Sharon Miller
Elenco – Joanna Cassidy, Linda Purl, Tracy Nelson, Rick Moses, Pamela Segall, David Paymer, Sasha Mitchell, Barry Bostwick.

Duas amigas (Joanna Cassidy e Linda Purl) e a filha adolescente da primeira (Tracy Nelson) viajam para uma praia paradisíaca no Caribe e se envolvem em romances. A primeira reencontra um antigo amor (David Paymer), a outra amiga se envolve com um cantor (Barry Bostwick) e a filha com um nativo (Sasha Mitchell).

Telefilme que tem como ponto principal as belas paisagens, já que o roteiro é raso como um amor de verão. O elenco está recheado de caras conhecidas da tv, tendo como nome mais famoso à época, Joanna Cassidy que havia trabalhado em “Blade Runner”. 

Com Qual das Duas (It Takes Two, EUA, 1988) – Nota 5
Direção – David Beaird
Elenco – George Newbern, Leslie Hope, Kimberly Foster, Barry Corbin, Anthony Geary, Francis Lee McCain.

O jovem Travis (George Newbern) está prestes a se casar com Stephanie (Leslie Hope), uma garota certinha, a namorada perfeita. A situação fica estranha quando Travis conhece a agitada Jonni (Kimberly Foster) e sente uma forte atração, trazendo uma enorme dúvida sobre o casamento.

O desenrolar do filme segue diversos encontros e desencontros causados pela dúvida do rapaz, com a participação dos familiares, com destaque para o veterano Barry Corbin como pai da noiva. Um tema batido que tenta misturar comédia e drama sem grande sucesso.

Uma Garota Muito Especial (Anything for Love, EUA / Canadá, 1993) – Nota 3
Direção – Michael Keusch
Elenco – Corey Haim, Cameron Bancroft, Nicole Eggert, Lochlyn Munro, Molly Parker.

O garoto Chris (Corey Haim) é atormentado pelo valentão Kurt (Cameron Brancroft) e seus amigos. Para tentar escapar do sujeito, Chris resolve se vestir de mulher e ir para a escola como se fosse uma garota. Ele acaba se tornando amigo/amiga de Marie (Nicole Eggert), a garota por quem ele é apaixonado, dando início a várias confusões.

Este longa foi produzido quando a carreira de Corey Haim estava começando a afundar por causa das drogas. Para piorar, suas escolhas de papéis eram sempre de comédias fracas, o que cansou seu público. O filme é muito fraco, com um roteiro que tenta utilizar o disfarce do personagem para fazer graça e não consegue. 

Astro por um Dia (Prince for a Day, EUA, 1995) – Nota 5,5
Direção – Corey Blechman
Elenco – Joey Lawrence, Richard Belzer, Khrystyne Haje, Lainie Kazan.

Um astro do rock (Joey Lawrence) decide desaparecer durante um final de semana após descobrir que tem um sósia (o próprio Joey Lawrence). O jovem comum aceita a proposta do empresário (Richard Belzer) para  substituir o cantor acreditando que será apenas diversão, porém descobrirá que a vida de astro não é tão fácil assim, tendo de encarar compromissos e fãs enlouquecidas.

O roteiro cria algumas situações interessantes, misturando drama e comédia, aproveitando bem a farsa da situação, resultado numa diversão razoável para os menos exigentes.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Homem-Aranha 2

Homem-Aranha 2 (Spider Man 2, EUA, 2004) – Nota 8
Direção – Sam Raimi
Elenco – Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Alfred Molina, Rosemary Harris, J. K. Simmons, Donna Murphy, Daniel Gillies, Dylan Baker, Bill Nunn, Vanessa Ferlito, Willem Dafoe, Cliff Robertson, Ted Raimi, Bruce Campbell, Elya Baskin, Brent Briscoe, Hal Sparks, Emily Deschanel.

Mesmo sendo o herói Homem-Aranha, a vida normal de Peter Parker (Tobey Maguire) está uma bagunça. Com dificuldades financeiras, precisando ajudar sua tia (Rosemary Harris) para não perder a casa, indo mal na universidade, tendo de lidar com o ódio de seu amigo Harry Osborn (James Franco) pelo Homem-Aranha e não podendo revelar sua identidade, além disso sua amada Mary Jane (Kirsten Dunst) está prestes a se casar com o filho de J. Jonah Jameson (J. K. Simmons). Para piorar a situação, o Dr. Otto Octavius (Alfred Molina) falha numa experiência e acaba tendo quatro braços fundidos a seu corpo, se transformando no vingativo Dr. Ock. 

Tão divertido e recheado de cenas de ação bacanas quanto o original, esta sequência traz novos vilões, além do Dr. Ock, temos a pequena participação de Dylan Baker como seu professor Dr. Curt Connors, que num futuro longa poderia ser o Lagarto, além de James Franco que se prepara para assumir o lugar do pais, o Duende Verde. 

A escolha por mostrar a vida de Peter Parker totalmente confusa é interessante para destacar a fragilidade do herói como pessoa comum. 

Novamente uma ótima diversão que preparava terreno para o fechamento da inevitável trilogia. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Anti-Heróis

Anti-Heróis (The Son of No One, EUA, 2011) – Nota 5,5
Direção – Dito Montiel
Elenco – Channing Tatum, Ray Liotta, Al Pacino, James Ransone, Katie Holmes, Tracy Morgan, Juliette Binoche, Roger Guenveur Smith.

Em 2002, Jonathan White (Channing Tatum) é um policial novato que acabou de ser transferido para o delegacia do Capitão Marion Mathers (Ray Liotta), mesmo local onde seu falecido pai trabalhou como policial anos atrás. 

Jonatham chega ao local no mesmo período em que uma jornalista investigativa (Juliette Binoche) recebe cartas anônimas denunciando duas mortes ocorridas em 1986 num condomínio de classe baixa, mortes estas que foram acobertadas pelo detetive Charles Stanford (Al Pacino). As vítimas eram um viciado em drogas e um traficante. O problema é ainda maior porque o assasssino foi Jonathan, quando este era apenas um garoto. 

Temos aqui mais um exemplo de boa premissa, bom elenco e realização decepcionante. Algumas notícias na internet citam que o filme é baseado em história real, o que explica as datas de 1986 e 2002 nas duas narrativas. Enquanto a narrativa principal segue os personagens em 2002, com o aparecimento das cartas, em flashback são mostrados os assassinatos ocorridos em 1986. 

Infelizmente, o roteiro confuso que entrega rapidamente boa parte da trama e a narrativa lenta detonam o filme. Além disso, a sequência final é puro clichê, piorada ainda mais em virtude da estúpida decisão do vilão. Fica difícil entender porque uma situação que tenta ser escondida durante todo o filme, no final os envolvidos principais decidem resolver tudo a luz do dia. 

Quanto ao elenco, Channing Tatum está inexpressivo, Ray Liotta nos últimos anos parece interpretar sempre o mesmo personagem e as presenças de Al Pacino e Juliette Binoche são apenas razoáveis, levando em conta o talento da dupla em relação aos pequenos papéis que interpretam no filme.

domingo, 17 de junho de 2012

Escalado Para Morrer

Escalado Para Morrer (The Eiger Sanction, EUA, 1975) – Nota 6
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, George Kennedy, Vonetta McGee, Jack Cassidy, Heidi Bruhl, Thayer David, Reiner Schoene, Michael Grimm, Jean Pierre Bernard, Gregory Walcott.

Jonathan Hemlock (Clint Eastwood) é professor, colecionador de artes, alpinista e assassino profissional aposentado. Hemlock trabalhava para uma organização secreta do governo, que agora o pressiona a fazer um último trabalho: Eliminar os homens que assassinaram outro agente secreto da organização, que era amigo de Hemlock. Ele aceita o serviço e após eliminar um dos sujeitos, descobre que o outro assassino está infiltrado numa equipe que irá escalar o Monte Eiger na Suiça. 

Com certeza um dos filmes mais fracos dirigidos por Clint Eastwood, tem um roteiro confuso que tenta a seguir o estilo dos longas de espionagem dos anos sessenta e setenta, porém repleto de explicações absurdas sobre o objetivo da missão. Até mesmo as cenas de lutas são mal filmadas. 

O único destaque são as sequências de alpinismo. Na metade do filme as cenas filmadas em Monument Valley, cenário clássico do gênero western, são ótimas e mostram Clint Eastwood atuando sem dublês. A parte final no Monte Eiger coberto de neve também é interessante, porém estas sequências não salvam o longa. 

sábado, 16 de junho de 2012

13 - O Jogador

13 – O Jogador (13, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Géla Babluani
Elenco – Sam Riley, Jason Statham, Mickey Rourke, Michael Shannon, Ray Winstone, Ben Gazzara, Ronald Guttman, John Bedford Lloyd, Alexander Skarsgard, Curtis Jackson (50 Cent), David Zayas, Chuck Zito, Gaby Hoffman, Alice Barret Mitchell.

A família de Vince Ferro (Sam Riley) passa por uma crise financeira em virtude de um acidente acontecido com seu pai, que está no hospital precisando passar uma cirurgia. A mãe e a irmã junto com Vince, decidem hipotecar a casa para pagar as despesas do hospital. 

Neste meio tempo, Vince trabalha como eletricista na casa de um sujeito que recebe uma misteriosa carta. O homem comenta que a carta é um convite para algo perigoso que pagará uma fortuna. Precisando de dinheiro, Vince vê a chance aparecer quando o sujeito morre de overdose e ele toma seu lugar, mesmo sem saber qual o objetivo do convite. Seguindo as instruções da carta, ele chega ao local do evento e descobre que se trata de um mortal torneio de roleta russa, onde milionários apostam altas fortunas. 

Existem filmes em que o roteiro é tão absurdo que se tornam interessantes, é o caso deste diferente longa dirigido pelo desconhecido georgiano Géla Babluani. A estranha trama é compensada pela tensão crescente, principalmente nas sinistras cenas da roleta russa em grupo, acentuadas por uma trilha sonora marcante e praticamente intermitente. 

O elenco é outro ponto positivo, não por grandes interpretações, mas pela presença de coadjuvantes de peso, com destaque para Ray Winstone como um desajustado competidor, Michael Shannon como o cruel mestre de cerimônias e o veteraníssimo Ben Gazzara em um dos seus últimos papéis, por sinal mostrando que já estava debilitado na época, além de Jason Statham e Mickey Rourke. 

O ponto negativo é o final que utiliza uma coincidência forçada para colocar a ideia de que a sorte não dura para sempre. 

No geral é um filme curioso com uma trama doentia.  

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Charles Bronson & J. Lee Thompson


Em meados dos anos setenta, o astro Charles Bronson fez seu primeiro filme com o diretor inglês J. Lee Thompson. O interessante "Cinco Dias de Conspiração" foi o primeiro dos nove filmes em que a dupla trabalhou junto. Em sua maioria foram trabalhos apenas razoáveis, deixando a impressão da dupla estar acomodada com a carreira, talvez muito pela idade, já que Bronson estava na casa dos sessenta anos e Thompson com setenta. 

A carreira da Bronson é extremamente conhecida, enquanto Thompson possa parecer um desconhecido para as novas gerações, vale destacar que ele fez grandes filmes como "O Círculo do Medo", "Os Canhões de Navarone" e "O Ouro de Mackenna".

Nesta postagem comento quatro filmes da dupla, trabalhos de mediano para fraco, que mostra mais o final de carreira da dupla. Como informação, J. Lee Thompson faleceu em 2002 e Bronson em 2003.

Caboblanco (Caboblanco, EUA / México, 1980) – Nota 5,5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Charles Bronson, Jason Robards, Dominique Sanda, Fernando Rey, Simon MacCorkindale.

Gilford Hoyt (Charles Bronson) é um ex-soldado americano que vive na pequena cidade litorânea de Caboblanco no Peru. A calmaria do local muda quando um explorador que procurava um tesouro perdido em um navio afundado é assassinado. Ao mesmo tempo, um navio chega ao local trazendo novas pessoas, entre elas a bela Marie Claire (Dominique Sanda) que se envolve com Gilford e um ex-oficial nazista (Jason Robards) que pode estar ligado a morte do explorador. 

O roteiro claramente bebe na fonte do clássico “Casablanca”, inclusive no nome do local onde se passa a trama, porém a lentidão da narrativa deixa o filme há milhas de distância da qualidade do clássico. Por mais que Bronson tenha feito uma boa carreira, fica impossível comparar ele e Dominique Sanda com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

Justiça Selvagem (The Evil That Men Do, EUA / México / Inglaterra, 1984) – Nota 5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Charles Bronson, Theresa Saldana, José Ferrer, Raymond St Jacques, René Enriquez, John Glover.

Holland (Charles Bronson) é um assassino profisional aposentado, que volta à ativa quando um amigo é morto numa missão. Holland terá como alvo um médico (José Ferrer) responsável por torturar presos políticos num país da América Central. Para entrar no país sem ser notado, ele leva a viúva do amigo (Theresa Saldana) como disfarce. 

O roteiro utiliza a questão das ditaduras na América Latina como pano de fundo para uma história rasa, que não funciona como trama política e como filme de ação é apenas razoável, com Bronson repetindo o papel de assassino, sua especialidade.

O Mensageiro da Morte (Messenger of Death, EUA, 1988) – Nota 5,5
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Charles Bronson, Trish Van Devere, Laurence Luckinbill, Daniel Benzali, Charles Diekorp, Marilyn Hasset, Jeff Corey, John Ireland, Gene Davis.

Numa comunidade mórmom, uma família é assassinado. Mãe e filhos são mortos brutalmente e o pai (Charles Diekorp) se cala sobre o ocorrido. A polícia acredita que o massacre tenha acontecido por motivos religiosos. Ao mesmo tempo, o jornalista Garret Smith (Charles Bronson) passa a investigar o crime, se aproximando do pai da família. 

Este penúltimo filme da parceira entre Bronson e Thompson tem uma boa premissa, deixando no ar o mistério sobre os crimes, porém o desenrolar da trama é apenas razoável, chegando até o inevitável clímax com Bronson novamente partindo para a ação.

Kinjite – Desejos Proibidos (Kinjite: Forbidden Subjects, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – J. Lee Thompson
Elenco – Charles Bronson, Perry Lopez, Juan Fernandez, James Pax, Peggy Lipton, Sy Richardson, Bill McKinney, Amy Hathaway, Marion Yue, Nicole Eggert.

O Tenente Crowe (Charles Bronson) teve sua filha (Amy Hathaway) molestada em um ônibus por empresario japonés (James Pax), porém por ironia do destino, pouco tempo depois a filha do empresario é sequestrado por um traficante (Juan Fernandez) e Crowe acaba designado para investigar o caso. 

O último filme da parceria entre Bronson/Thompson é um pouco melhor que os trabalhos dos últimos anos. Apesar de ser um filme policial sem surpresas, o roteiro amarra bem a trama que mostra o submundo da prostituição e das drogas e as sequências de ação são razoáveis.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Henry - Retrato de um Assassino

Henry – Retrato de um Assassino (Henry: Portrait of a Serial Killer, UA, 1986) – Nota 7,5
Direção – John McNaughton
Elenco – Michael Rooker, Tracy Arnold, Tom Towles.

Henry (Michael Rooker) é um ex-presidiário que mora com um amigo que conheceu na cadeia, o estranho Otis (Tom Towles). Quando a irmã de Otis, a jovem Becky (Tracy Arnold) larga o marido e vem morar na casa do irmão, ela desperta atenção de Henry ao contar sobre sua infância, quando fora abusada pelo pai. A questão é que Henry é um serial killer que escolhe suas vítimas na rua aleatóriamente. Numa certa noite, Henry mata duas prostitutas, despertando em Otis o gosto pelo assassinato. Logo os dois sujeitos desajustados saem pela cidade à procura de vítimas, enquanto Otis parece descarregar sua tensão nos crimes, Henry não sente nada, apenas o desejo de matar. 

Esta produção que consta ter custado apenas cem mil dólares, foi a promissora estreia na direção de John McNaughton, que infelizmente não se firmou como grande diretor, tendo seu melhor trabalho no suspense policial “Garotas Selvagens”. 

Aqui McNaughton filma quase num estilo documental, com cenários paupérrimos e muitas cenas nas ruas, sempre enfatizando o lado sujo e violento. O roteiro do próprio diretor escrito em parceria com Richard Fire, foi baseado num serial killer real chamado Henry Lee Lucas, que até hoje ninguém sabe exatamente quantas pessoas ele assassinou. 

O filme também marcou a estreia do ator Michael Rooker (“Risco Total”, “The Walking Dead”), que com seu rosto duro e uma estranha voz com sotaque sulista se tornou especialista em vilões e aqui está perfeito como o assassino que não tem remorso algum. 

Pelas cenas fortes e violentas, além do final que foge do convencional, o longa foi lançado apenas em vídeo nos Estados Unidos e acabou sendo descoberto somente em 1989 quando foi apresentado em um festival, se tornando rapidamente cult. O filme chegou ao Brasil no início dos anos noventa apenas em vídeo e fez sucesso com a crítica.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A Inquilina & Morando Com o Perigo


A Inquilina (The Resident, EUA / Inglaterra, 2011) – Nota 6
Direção – Antti Jokinen
Elenco – Hilary Swank, Jeffrey Dean Morgan, Lee Pace, Christopher Lee, Aunjanue Ellis.

A médica Juliet Devereau (Hilary Swank) está à procura de um apartamento após terminar um relacionamento. Ela encontra um ótimo apartamento num prédio antigo, onde o proprietário é o simpático Max (Jeffrey Dean Morgan). No local mora ainda o avó de Max, o estranho August (Christpoher Lee). Rapidamente o espectador perceberá que existe algo de estranho entre os dois homens, em primeiro momento dando a impressão de ser até algo sobrenatural, porém numa sequência interessante com mais ou menos trinta minutos de filme, o diretor finlandês Jokinen entrega a história. 

O que vem a seguir é puro clichê, inclusive com um clímax clássico utilizado em diversos filmes do gênero. Se por outro lado o clima de suspense é até competente, com os cenários dentro do edifício sendo bem aproveitados, o elenco também deixa a desejar. Hilary Swank cumpre bem papel mesmo sem brilhar, já Jeffrey Dean Morgan (“Watchmen”) é pura canastrice , além de Lee Pace (da série “Pushing Daisies”) e o veterano Christopher Lee que são pouco aproveitados. 

O resultado é um filme apenas razoável, que vale a sessão para quem não exigir muito da trama.

Morando Com o Perigo (Pacific Heights, EUA, 1990) – Nota 7
Direção – John Schlesinger
Elenco – Matthew Modine, Melanie Griffith, Michael Keaton, Mako, Nobu McCarhty, Laurie Metcalf, Dorian Harewood, Carl Lumbly, Luca Bercovicci, Tippi Hedren, Sheila McCarthy, Jerry Hardin, Dan Hedaya.

O casal Drake (Matthew Modine) e Patty (Melanie Griffith) realiza o sonho de financiar um enorme casa em São Francisco. Para amortizar a dívida, o casal resolve alugar uma parte da casa para Carter Hayes (Michael Keaton). A princípio Carter parece ser o inquilino ideal, boa conversa e bem sucedido financeiramente, porém aos poucos ele revela sua verdadeira face. Carter passa a utilizar a casa como se fosse sua, sem se importar se está atrapalhando a vida do casal, o que gera um pequeno conflito que aos poucos se transforma numa verdadeira guerra, já que o casal não consegue despejar o sujeito em virtude da lei. O pior é que a cada dia Carter parece ficar mais perigoso. 

Este interessante drama misturado com suspense segue a linha de diversos filmes dos anos oitenta, como “Atração Fatal” e “Mulher Solteira Procura”, onde uma pessoa comum na realidade é um psicopata. O falecido diretor inglês John Schlesinger acerta no clima de suspense, mesmo que o roteiro seja previsível. Na época a interpretação de Michael Keaton foi muito criticada pelo exagero das atitudes, mas em comparação com os filmes atuais, seu papel é até aceitável.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Caso Alzheimer

O Caso Alzheimer (De Zaak Alzheimer, Bélgica / Holanda, 2003) – Nota 8
Direção – Erik Van Looy
Elenco – Koen De Bouw, Werner De Smedt, Jan Decleir, Gene Bervoets, Laurien Van den Broeck.

Em 1995 na cidade de Antuérpia na Bélgica, a dupla de policiais Eric Vincke (Koen De Bouw) e Freddy Verstuyft (Werner De Smedt) resgata a menina Bieke Cuypers (Laurien Van den Broeck) e mata seu pai que a explorava como protistuta infantil. 

Cinco anos depois em Marselha, um veterano assassino de aluguel (Jan Decleir) é contratado para eliminar um empresário e a garota Bieke, porém quando ele descobre que a segunda vítima é uma criança, se recusa a cumprir o acordo e passa a ameaçar seu contratante, que por outro também tentará matá-lo. 

Para complicar ainda mais a situação, o veterano matador sofre de Alzheimer e para não esquecer suas missões, faz anotações diárias nos braços. Novamente a dupla de policiais Vincke e Freddy são designados para investigar os assassinatos. 

Este ótimo drama policial falado em holandês, tem como ponto principal o engenhoso roteiro que toca em uma tema polêmico como pedofília e cria várias reviravoltas na trama através de pequenos segredos que são revelados aos poucos. 

O filme lembra um pouco “Amnésia” em virtude do assassino escrever no corpo, mas felizmente a trama tem vida própria e prende a atenção do espectador até o final.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Planeta dos Macacos (1968 e 2001)


O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, EUA, 1968) – Nota 9
Direção – Franklin J. Schaffner
Elenco – Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter, Maurice Evans, Linda Harrison, James Whitmore.

A Nasa envia uma expedição espacial com quatro astronautas com o objetivo de provar de que no espaço o tempo passa mais devagar que na na Terra. Dezoito meses depois, os tripulantes que estavam hibernando, acordam e descobrem que se passaram dois mil anos na Terra. Apesar de provar a teoria, a nave tem um problema e acaba caindo no mar de um planeta desconhecido. 

Apenas três astronautas sobrevivem, porém ao sair da nave encontram humanos vivendo como selvagens, inclusive sem falar. Para piorar, em seguida surgem macacos montados a cavalo perseguindo os humanos, o que causa a morte de alguns deles, inclusive dois astronautas, restando vivo apenas Taylor (Charlon Heston) que é capturado pelos macacos. Levado a uma vila onde os macacos falam e vivem como os humanos da Terra, Taylor é entregue para ser estudado pelo casal de cientistas Zira e Cornelius (Kim Hunter e Roddt McDowall) que se assustam em ver o humano falando. 

Este clássico da ficção é baseado num livro Pierre Boulle e tem um roteiro extremamente inteligente ao criticar a sociedade, o comportamento humano em geral e a estupidez da guerra, tudo isso enquanto os EUA se preocupavam com a Guerra do Vietnã e a conquista do espaço. 

Como cinema puro, outros destaques são a ótima caracterização dos macacos, que na época foram uma sensação e a tensão crescente da trama, culminando na sensacional e reveladora cena final. 

O filme gerou quatro sequências nos anos setenta, além de uma série de tv. 

Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, EUA, 2001) – Nota 7,5 
Direção – Tim Burton 
Elenco – Mark Wahlberg, Tim Roth, Helena Bonham Carter, Michael Clarke Duncan, Paul Giamatti, Estella Warren, Cary Hiroyuki Tagawa, David Warner, Kris Kristofferson, Erick Avary, Evan Parke. 

Em 2029, o astronauta Leo Davidson (Mrk Wahlberg) está a bordo de uma nave especial junto com o chimpanzé Péricles. Quando Péricles sai numa pequena nave em uma missão de rotina, ela é sugada por um tempestade espacial, o que faz Leo tentar resgatá-lo, porém sua nave, a Oberon, acaba também sendo engolida pela tempestade. 

A nave segue centenas de anos a frente e cai num planeta desconhecido, onde rapidamente Leo é capturado por macacos que agem como humanos. Junto com Daena, outra humana, Leo é vendido por um macaco comerciante (Paul Giamatti) para um Senador, porém a filha deste, Ari (Helena Bonham Carter) luta pelos direitos dos humanos e ajuda Leo a fugir, que passa a ser perseguido pelo violento General Thade (Tim Roth) e seu braço direito Attar (Michael Clarke Duncan). 

Utilizando apenas parte da ideia do clássico de 1968, esta versão de Tim Burton modifica a trama, os personagens e cria novas situações, até mesmo um quase triângulo amoroso entre Leo, Daena e a macaca Ari. Todas estas mudanças, junto com o inexplicável final feito provavelmente para dar início a uma franquia, fizeram a crítica detonar o filme e abortar qualquer tipo de sequência. 

Os pontos altos são a maquiagem, aqui a cargo do mago Rick Baker, que criou macacos com a feição dos personagens, ficando fácil identificar por exemplo Helena Bonham Carter e Paul Giamatti por debaixo da maquiagem pesada. O roteiro também é interessante, assim como a caracterização quase selvagem do personagem de Tim Roth e a violência bem mais explicita que no original. 

Diferente do original em que a sequência final se tornou clássica, aqui o clímax deixou apenas dúvidas e dezenas de teorias por parte dos fãs. 

domingo, 10 de junho de 2012

Pixote - A Lei do Mais Fraco

Pixote – A Lei do Mais Fraco (Brasil, 1981) – Nota 8
Direção – Hector Babenco
Elenco – Fernando Ramos da Silva, Marília Pera, Jardel Filho, Toni Tornado, Rubens de Falco, Elke Maravilha, Beatriz Segall, João José Pompeo.

Durante uma ronda, a polícia prende várias crianças de rua que são enviadas para Febem. Entre as crianças está o pequeno Pixote (Fernando Ramos da Silva), que conhecerá o inferno naquele local. Após fazer amizade com três outros jovens, inclusive um homossexual, o quarteto consegue fugir e inicia uma jornada de crimes, violência e drogas pelo submundo de São Paulo e depois no Rio de Janeiro. 

O impacto do longa foi enorme na época, por mostrar o problema dos jovens deliquentes, situação que hoje pode parecer comum, mas que no início dos anos oitenta chocava muito mais o espectador. 

O roteiro do diretor Babenco e do escritor José Louzeiro, o autor do livro que deu origem ao longa, não deixa pedra sobre pedra ao mostrar a terrível vida das crianças abandonadas, o submundo de violência que elas vivem, incluindo violência física, sexual e psicológica, além da corrupção policial e de todo o sistema que deveria dar apoio a estas crianças mas não funciona. 

O elenco é um dos pontos positivos, com destaque para Marília Pêra como uma prostituta, o falecido Jardel Filho como um monitor da Febem e Tony Tornado como um funcionário corrupto da Febem. Para os papeis dos jovens foram recrutados garotos sem experiência em atuação, para darem maior veracidade a trama. Neste contexto, a interpretação de Fernando Ramos da Silva como Pixote foi muito elogiada, porém a vida real foi cruel com o garoto. 

Após o filme, Fernando teve pequenas participações em “Eles Não Usam Black-Tie”e “Gabriela”, porém por ser quase analfabeto e não conseguir decorar os textos, acabou dispensado de uma novela onde teria um pequeno papel conseguido pelo escritor José Louzeiro. 

A frustração da carreira abortada e a volta para a vida pobre na periferia o levou para o crime ou pelo menos para uma vida próxima de criminosos, até ser executado por um policial em 1987, história contada no longa “Quem Matou Pixote?”.

sábado, 9 de junho de 2012

Cela 211

Cela 211 (Celda 211, Espanha / França, 2009) – Nota 8
Direção – Daniel Monzon
Elenco – Luis Tosar, Alberto Ammann, Antonio Resines, Manuel Moron, Carlos Bardem, Marta Etura, Fernando Soto.

Um dia antes de começar um novo trabalho como guarda de um presídio, Juan Oliver (Alberto Ammann) resolve conhecer o local. Durante a visita, ocorre um acidente que deixa Juan desmaiado e para piorar a situação, no exato momento inicia-se uma rebelião liderada pelo violento Malamadre (Luis Tosar). 

Juan é deixado em uma cela (a cela 211 do título) por dois funcionários que não podem carregá-lo e quando acorda precisa se passar por detento para não ser tomado como refém ou assassinado. Inteligente, logo Juan ganha a confiança de Malamadre e passa a fazer um jogo duplo, precisando ser aceito como bandido e ao mesmo tempo tentando ajudar a acabar com a rebelião. 

Este ótimo e violento drama carcerário, mostra que a lei dentro da cadeia é igual no mundo inteiro, temos o líder e seu grupo de apoio que dominam a massa de presos, mas não que impedem intrigas e traições entre si. 

Mesmo seguindo a cartilha dos filmes do gênero, o longa se destaca pelo ótimo roteiro, que além das tensas relações entre detentos, funcionários e autoridades, cria ainda uma trama com uma pitada de política, inserindo entre os detentos alguns terroristas do ETA, o Exército de Libertação do País Basco. 

Outro ponto positivo é o elenco, que tem uma furiosa interpretação de Luis Tosar (“Segunda-Feira ao Sol”) e outra competente do argentino Alberto Ammann como o jovem Juan. 

Com uma tensão crescente, o filme prende a atenção do espectador até um final realista, longe do estilo hollywoodiano. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tinha Quer Ser Você & Entrando de Cabeça



Tinha Que Ser Você (Last Chance Harvey, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Joel Hopkins
Elenco – Dustin Hoffman, Emma Thompson, Eileen Atkins, Kathy Baker, Liane Balaban, James Brolin, Richard Schiff, Jeremie Sheffield.

O divorciado Harvey Shine (Dustin Hoffman) se prepara para viajar a Londres para o casamento da filha (Liane Balaban), quando descobre que seu emprego está por um fio. Harvey trabalha criando jingles para comerciais. Ao mesmo tempo em Londres, a solteirona Kate Walker (Emma Thompson) trabalha no aeroporto e precisa cuidar da mãe (Eileen Atkins), uma senhora carente. Estes dois personagens solitários que carregam frustrações, terão seus destinos cruzados, podendo ser realmente a última chance de serem felizes. 

O diretor e roteirista inglês Joel Hopkins que estreou no cinema com o simpático “Entrando de Cabeça” em 2001, demorou sete anos para comandar outro filme e novamente apresenta personagens simpáticos num drama romântico. 

O filme cresce com as boas interpretações de Dustin Hoffman e Emma Thompson, que criam personagens que não conseguem se ajustar a realidade, ele se sente totalmente deslocado com a festa pré-casamento da filha, onde percebe que ela pertence muito mais a nova família, tendo um laço forte com o padrasto. Já a personagem de Emma Thompson tenta manter distância dos homens com receio de se envolver e sofrer, fato claro no encontro às escuras arranjado por uma amiga. 

O resultado é um filme pequeno, simples e sensível, mesmo que o final traga duas pequenas situações um pouco forçadas, que nada agregam a trama. 

Entrando de Cabeça (Jump Tomorrow, Inglaterra / EUA, 2001) – Nota 7
Direção – Joel Hopkins
Elenco – Tunde Adedimpe, Hippolyte Girardot, Natalia Verbeke, James Wilby, Isiah Whitlock Jr.

O nigeriano George (Tunde Adebimpe) está prestes a se casar, porém o enlace foi arranjado por suas irmãs. Mesmo contrariado, George é um sujeito extremamente passivo que parece aceitar seu destino. Sua vida muda quando conhece a bela Alicia (a argentina Natalia Verbeke) e o apaixonado francês Gerard (Hippolyte Girardot), que chora por ter sido dispensado pela noiva. George se sente atraído por Alícia, mas por causa de sua timidez e pela moça ter um namorado (James Wiby), ele fica calado. Mais tarde quando Gerard tenta se matar de tristeza, George o ajuda, o que faz com que o sonhador francês coloque como objetivo ajudar o novo amigo a se declarar para Alicia. 

Esta simpática ciranda de amores foi a estreia no cinema do diretor e roteirista inglês Joel Hopkins, que escolheu um elenco internacional, valorizando ao mesmo tempo as diferenças culturais e a linguagem universal do amor. 

O resultado é um filme sensível que vale a sessão.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Poucas e Boas

Poucas e Boas (Sweet and Lowdown, EUA, 1999) – Nota 7
Direção – Woody Allen
Elenco – Sean Penn, Samantha Morton, Uma Thurman, Brian Markinson, Anthony LaPaglia, Brad Garrett, Gretchen Moll, Molly Price, Tony Darrow, Denis O’Hare, John Waters, Vincent Guastaferro.

Nos anos trinta, durante a Depressão Americana, Emmet Ray (Sean Penn) é um ótimo guitarrista de jazz, que se intitula o melhor do país e o segundo melhor do mundo, abaixo apenas do lendário Django Reinhardt, a quem ele chama de cigano. Em contra partida ao seu talento, Emmet é um sujeito egocêntrico e beberrão, que trata as mulheres com arrogância e desprezo. O filme segue a vida de Emmet durante alguns anos, focando em parte na relação com a doce Hattie (Samantha Morton), uma garota muda e depois com a escritora Blanche (Uma Thurman). 

Woody Allen utiliza um estilo quase documental para contar a história fictícia do guitarrista Emmet, ao mesmo tempo sendo uma homenagen ao jazz, uma das paixões de Allen e também novamente criando um personagem que pode ser seu alter ego, talentoso na arte e cheio de defeitos na vida real. 

O desempenho de Sean Penn acerta no tom do sujeito que primeiro causa antipatia ao público, mas que aos poucos desperta o sentimento de pena. Penn e a inglesa Samantha Morton concorreram merecidamente ao Oscar. Ela também tem um ótimo desempenho sem falar uma palavra sequer, utilizando apenas olhos e boca para mostrar seus sentimentos. 

O próprio Allen e outros especialistas em jazz aparecem durante o filme comentando sobre Emmet, como se ele fosse um personagem real.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Homem-Aranha

Homem-Aranha (Spider Man, EUA, 2002) – Nota 8
Direção – Sam Raimi
Elenco – Tobey Maguire, Willem Dafoe, Kirsten Dunst, James Franco, Cliff Robertson, Rosemary Harris, J. K. Simmons, Bill Nunn, Randy Savage, Bruce Campbell, Stanley Anderson.

Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem nerd que vive com seus tios (Cliff Robertson e Rosemary Harris). Bom aluno e interessado em ciências, Peter visita um laboratório e por conta de um acidente entra em contato com uma aranha que o contamina. A partir daí, Peter percebe que a cada dia fica mais forte e ágil. 

A princípio ele procura usar seus poderes em benefício próprio, porém uma ação de Peter detona uma trágica consequência. Além disso, sua amiga Mary Jane (Kirsten Dunst), por quem ele é apaixonado, acaba se interessando pelo herói. Para completar, Peter terá de enfrentar o Duende Verde (Willem Dafoe), que na verdade é o pai de seu amigo Harry Osborn (James Franco). 

Esta bem sucedida adaptação do herói dos quadrinhos se mostrou um grande acerto do diretor Sam Raimi, que criou ótimas cenas de ação, uma trama simples e ao mesmo tempo divertida, além da ótima escolha de Tobey Maguire, que se sai bem como o nerd deslocado e também como o herói, lembrando um pouco o que o saudoso Christopher Reeve fez no clássico “Superman”. 

O sucesso mundial gerou duas continuações de qualidade e uma nova versão que está a caminho das telas.