sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Trilogia das Cores de Krzysztof Kieslowski


O diretor polonês Krzysztof Kieslowski ficou famoso com a série "Decálogo" (foram dez filmes de uma hora baseados no Dez Mandamentos) produzida para a tv de seu país, que posteriormente se transformou em dois ótimos longas, "Não Amarás" e "Não Matarás", que já comentei no blog. Quem quiser saber um pouco mais, visite o link abaixo:

http://cinema-filmeseseriados.blogspot.com/2011/10/nao-amaras-nao-mataras.html

Seu trabalho mais famoso internacionalmente foi esta trilogia que faz uma homenagem as cores da bandeira da França, contando três histórias sensíveis protagonizadas por três belas atrizes francesas.

A Liberdade é Azul (Trois Couleurs: Bleu, França / Polônia /Suiça, 1993) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Juliette Binoche, Benoit Regent, Florence Pernel, Charlotte Very.

Num acidente automobilístico, Julie (Juliette Binoche) perde o marido e a filha. Desiludida com a vida, Julie tenta deixar tudo para trás, a casa, os amigos, mas durante este processo ela encontra fotos do marido com uma mulher e desconfia que ele a estava traindo. 

O marido era um compositor famoso que pouco antes de morrer trabalhava numa peça musical que seria tocada em diversas capitais da Europa, como um hino de unificação, mas pela dor que sente, Julie tenta destruir a obra inacabada, o que não será fácil, assim como a triste e dolorosa liberdade que surge em sua vida. 

O primeiro filme da “Trilogia da Cores” de Kieslowski é um drama de poucos diálogos, com a bela e ótima atriz Juliette Binoche interpretando uma mulher que procura superar a tragédia da perda e ainda uma traição, tentando se distanciar das pessoas, mas percebe que isso é quase impossível.

A Igualdade é Branca (Trois Couleurs: Bialy, França / Polônia / Suiça, 1994) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Janusz Gajos, Jerzy Stuhr, Juliette Binoche.

A segunda parte da Trilogia das Cores do diretor Kieslowski, conta a história do polonês Karol (Zbigniew Zamachowski) que após conhecer e se casar com a bela francesa Dominique (Julie Delpy) vai morar em Paris e não consegue consumar o casamento. Abandonado pela esposa, ele passa a viver nas ruas da cidade e acaba sendo ajudado por outro polonês, Mikolay (Janusz Gajos), para voltar ao seu país. De volta à Polônia, ele traça um plano meticuloso para se vingar da ex-esposa. 

Kieslowski mostra aqui todo seu talento para contar uma história de amor que se transforma em ódio e volta ser amor, mas sem um final feliz normal. A história é contada de modo peculiar, onde a igualdade de direitos é usada como combustível de vingança pelo personagem de Zamachowski.

A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge, França / Suiça / Polônia, 1994) – Nota 8
Direção – Krzysztof Kieslowski
Elenco – Irene Jacob, Jean Louis Trintignant, Frederique Feder, Jean Pierre Lorit, Samuel Le Bihan, Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Benoit Regent, Juliette Binoche.

O terceiro episódio da “Trilogia das Cores” de Kieslowski se passa em Paris, tendo como protagonista a jovem modelo suíça Valentine (Irene Jacob), que atropela por acidente o cão de um juiz aposentado (Jean Louis Trintignat). Valentine resolve devolver o cão para o juiz e descobre que o ressentido homem ouve clandestinamente as conversas ao telefone dos vizinhos. A relação que começa confusa, aos poucos se torna amizade e revela que as duas pessoas com vidas e idades tão diferentes, podem ter muita coisa em comum.

Fica difícil escolher qual o melhor filme da trilogia, são ao mesmo tempo muito diferentes nos temas e situações e semelhantes na qualidade da direção, do roteiro de Krzysztof Piesiewicz e na fotografia de Zbigniew Preisner. 

O fechamento da trilogia é também o encerramento da carreira de Kieslowski, que chegou a dizer que abandonaria o cinema e por ironia do destino acabou falecendo em 1996. Uma perda irreparável para o cinema.

10 comentários:

Amanda Aouad disse...

Os três são ótimos mesmo, mas prefiro A Fraternidade é Vermelha, e dos três o que menos me encanta é a Igualdade é Branca. Mas, a morte de Krzystof Kieslowski é mesmo uma perda irreparável.

bjs

Marcos Rosa disse...

ótimos filmes. Uma grande perda para o cinema.

Gonga disse...

Eu sinceramente não achei nada de especial os filmes, parece-me que estão ultra valorizados.

http://gonga-cinema.blogspot.com

Alexandre Fabbri disse...

Posso ricordare a tutti che la trilogia è 1 film.

Alexandre Fabbri
KIESLOWSKI'S WORLD

A Bola Indígena disse...

Uma das grandes trilogias do cinema.

abç

Rodrigo Mendes disse...

Um grande trabalho do saudoso Kieslowski, um cineasta que foi embora muito cedo.
"
Decálogo" também é magistral.

Desta trilogia gosto bastante do "A Igualdade é Branca"

Abs.

Hugo disse...

Amanda - Considero "A Igualdade é Branca" mais leve, porém no mesmo nível dos outros dois.

Marcos - Ele deixou uma bela carreira.

Gonga - Não são filmes comuns, entendo que nem todos os cinéfilos gostem.

Alexandre - Obrigado pela visita.

André - Com certeza.

Rodrigo - Eu assisti os dois longas do "Decálogo", mas não a série toda.

Abraço a todos

J. BRUNO disse...

Gosto muito da trilogia, principalmente de "A Fraternidade é Vermelha" (o melhor na minha humilde opinião) e de "A Liberdade é Azul"... Fiz uma resenha de cada um dos filmes no ano passado, seguem os links abaixo, deia uma passada no meu blog e confira:

A Igualdade é Branca: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/04/igualdade-e-branca.html

A Liberdade é Azul: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/04/liberdade-e-azul.html

A Fraternidade é Vermelha: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/04/e-vermelha-couleurs-rouge-1994.html

Hugo disse...

Bruno - São três ótimos filmes, que mostram todo o talento de Kieslowski.

Abraço

Edson Cacimiro disse...

Acredita que desde a época do lançamento da trilogia eu tento ver e nunca vi, deve ser porque sempre quiz ver os 3 juntos, bobagem minha e por isso deixei de ver até hoje.