Direção –
Kevin Smith
Elenco –
Michael Parks, John Goodman, Michael Angarano, Melissa Leo, Stephen Root, Kerry
Bishé, Kyle Gallner, Nicholas Braun, Jennifer Schwalbach Smith, Kevin Pollak,
Matt Jones.
Numa pequena cidade do meio-oeste americano, três jovens
colegiais (Michael Angarano, Kyle Gallner e Nicholas Braun) marcam encontro
pela internet com uma mulher que diz querer fazer sexo com três garotos ao
mesmo tempo. Os jovens seguem para o afastado Condado de Coopers Dell e pelo
caminho batem em um carro estacionado na estrada, antes de encontrar a mulher
(Melissa Leo) os esperando na porta de um trailer. O que seria uma diversão, se
torna pesadelo quando os jovens são drogados e transformados em prisioneiros na
Igreja das Cinco Pontas, liderada pelo pastor Abin Cooper (Michael Parks).
Esta
incursão de Kevin Smith num gênero completamente diferente das comédias que
está habituado a dirigir, é uma interessante surpresa. Mesmo que não seja um
grande filme, o roteiro de Kevin Smith mexe com temas espinhosos mostrando
absurdos de todos os lados, começando com a igreja fundamentalista que prega o
extermínio dos homossexuais e outros que sejam considerados pervertidos,
passando pela ineficência do xerife local, que por sinal guarda um segredo e
chegando aos exageros perpretados pelo FBI para cumprir ordens de algum
burocrata do governo que resolve transformar um inimigo religioso em
terrorista.
Mesmo optando pela ação brutal na segunda parte do filme, esta
escolha critica atitudes similares do governo americano em situações reais,
como o caso da Igreja do Ramo Davidiano em Waco, Texas, quando os agentes do
governo massacraram os seguidores do maluco David Koresh, com o detalhe desta
atitude ter acontecido antes de 11 de Setembro e da criação do chamado “Ato
Patriótico”, que oficializou a desculpa para o governo americano transformar seus inimigos em terroristas.
Outro destaque do filme é o elenco, principalmente as grandes
interpretações de Michael Parks como o pastor hábil nas palavras e no carisma e
Melissa Leo como a seguidora fiel, que aceita todas as palavras do pastor como
se viessem de Deus. Uma das melhores sequências é o sermão catártico do
personagem de Parks, que cita o tsunami na Tailândia e o furacão Katrina em New
Orleans como castigos de Deus as cidades do pecado.
Como curiosidade, Michael
Parks era um ator basicamente de tv, que estava esquecido quando foi
redescoberto por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez e teve a chance de trabalhar
em “Um Drink no Inferno” e “Kill Bill”.
3 comentários:
Pô esse é um filmão mesmo, Smith provou q sabe fazer filmes que fuja de uma cultura mais pop, pena é não ter sido lançado no cinema por aqui
Eu honestamente sou fã de Kevin Smith. Gosto muito do seu trabalho e acho que ele consegue reunir a cultura pop com efeito estético cômico em seus filmes, sendo, para mim, o maior destaque o filme "Procura-se Amy", de 1997.
Mas então eu assisti a "Red State" e vi que se trata de uma nova incursão do diretor num "novo" tipo de cinema - o engajado criticamente em política. E trata-se, para mim, de uma obra exemplar na filmografia de Smith, que saiu da veia cômica sem abrir mão do humor negro e mostruosamente distorcido ao compor esse filme - basta ver o desenvolvimento que o enredo dá aos três jovens para percebemos que tudo não passa de uma grande piada - e bem sem graça. Para mim, é uma obra exemplar, que critica atitudes governamentais estratégicas antiterroristas e religião. Olha só: dois assuntos "sobre os quais não se fala" num único filme: política e religião.
Enfim: um filmaço que merece, deve, precisa ser visto!
Celo e Luís - Também gosto dos filmes de Kevin Smith, apesar de alguns serem apenas medianos.
Aqui com certeza ele provou que tem talento para outros gêneros, além da comédia.
Abraço
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