Neste postagem comento sobre dois filmes ingleses produzidos com vinte e quatro anos de diferença, porém com uma temática semelhante. Os dois trabalhos se passam no início dos anos oitenta, quando o desemprego cresceu na Inglaterra e muitos skinheads se ligaram ao Partido National Front que pregava o ódio aos estrangeiros que estariam roubando os empregos do verdadeiros ingleses.
Made in
Britain (Mad in Britain, Inglaterra, 1982) – Nota 7
Direção – Alan Clarke
Elenco –
Tim Roth, Bill Stewart, Terry Richards.
Trevor (Tim Roth) é um skinhead que depois de comparecer
várias vezes a um tribunal em virtude de diversos problemas, entre eles roubo,
vandalismo e agressão, recebe a última chance para tentar se recuperar antes de
ser julgado como adulto e enviado a um reformatório. Ele é levado a uma espécie
de casa de correção, onde o administrador do local, Peter Clive (Alan Clarke)
tenta de todas as maneiras entender o rapaz e fazer com que ele aceite que o
mundo tem regras, porém sua atitude violentA e racista parece não ter como
mudar.
Este filme de curta duração (71 minutos) foi uma produção da tv inglesa,
feita numa época em que o país passava por uma grande recessão e este fato
ajudou a aumentar a violência entre os jovens e o aparecimento dos neonazistas
atacando imigrantes e negros.
O ótimo ator Tim Roth estreou nas telas com este papel difícil e sua interpretação mostra todo o potencial que ele comprovou posteriormente em outros trabalhos.
O ótimo ator Tim Roth estreou nas telas com este papel difícil e sua interpretação mostra todo o potencial que ele comprovou posteriormente em outros trabalhos.
This is
England (This is England, Inglaterra, 2006) – Nota 8
Direção –
Shane Meadows
Elenco –
Thomas Turgoose, Stephen Graham, Jo Hartley, Andrew Shim, Joe Gilgun, Vicky
McClure.
Inglaterra, 1983, o solitário garoto Shaun (Thomas Turgoose)
sofre com a morte do pai nas Guerras das Malvinas e após ouvir uma piada sobre
o assunto de um colega na escola, inicia uma briga. Voltando triste para casa,
Shaun cruza com um grupo de adolescentes skinheads e Woody (Joe Gilgun), o
líder do grupo, acaba acolhendo o garoto que passa a fazer parte da
turma. Tudo parece bem até a chegada de Combo (Stephen Graham), um skinhead que
estava preso e diferente dos jovens amigos de Shaun, Combo é um nacionalista
ligado ao partido National Front, que prega a expulsão dos estrangeiros da
Inglaterra.
O diretor e roteirista Shane Meadows retrata aqui uma época
complicada na Inglaterra, o início dos anos oitenta, quando o país era comandado
pela conservadora Ministra Margareth Thatcher, que deu prioridade a Guerra das
Malvinas e esqueceu da classe trabalhadora, gerando um nível de desemprego
altíssimo.
Esta situação transformou o movimento skinhead, que havia surgido nos
anos sessenta associado a cultura jamaicana, principalmente aos gêneros
musicais como ska e reggae, em um movimento nacionalista e violento contra as
minorias.
O resultado é um drama forte e ao mesmo tempo sensível, que vai além
da polêmica sobre o tema. O sucesso fez com que em 2010 o filme tivesse uma
continuação produzida para a tv em quatro episódios, utilizando o mesmo elenco
e a história se passando três anos depois, em 1986 durante a Copa do Mundo do México.
3 comentários:
Dois grandes filmes, Alan Clarke é muito subestimado! Ainda bem que há gente a ver Made In Britain e por ai fora :D Cumprimentos
http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/
Não conheço. Valeu a dica,Hugo.
O Falcão Maltês
Narrador - São dois ótimos filmes. Este é o único filme que assisti de Alan Clarke, apesar de que no Brasil "Rita, Sue e Bob Too!" fez algum sucesso no circuito independente nos anos oitenta.
Antonio - Valeu pela visita.
Abraço
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