segunda-feira, 28 de março de 2011

Teatro - Doze Homens e uma Sentença


Doze Homens e uma Sentença
Direção - Eduardo Tolentino de Araújo
Autor - Reginald Rose
Elenco - Norival Rizzo, Brian Penido, Ricardo Dantas, Zécarlos Machado, Oswaldo Mendes, Augusto César, Fernando Medeiros, Haroldo Ferrary, José Renato, Riba Carlovich, Eduardo Semerjian, Ivo Muller.

Mudando um pouco o foco do blog, hoje escrevo sobre esta ótima peça de teatro baseada no texto de Reginald Rose, que foi adaptada para o cinema por Sidney Lumet ("Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto") em 1957, num filme que se tornou clássico e teve ainda um boa versão para TV em 1997 dirigida por William Friedkin ("Operação França" e "O Exorcista").

Quem quiser ler o que escrevi sobre estes dois longas numa postagem anterior, clique no link abaixo:

Doze Homens e uma Sentença - 1957 e 1997

Esta adaptação para o teatro segue o roteiro do filme original, onde o juri era formado apenas por homens brancos, já que na época mulheres e negros não podiam participar como jurados nos EUA. A versão dos anos noventa é um pouco diferente, apesar de manter apenas homens, existe uma mistura de brancos e negros, além de um latino e de colocar ainda uma mulher como a juíza, personagem que não existe no filme original.

A história mostra doze jurados que precisam dar o veredito de inocente ou culpado de assassinato para um garoto de dezesseis anos acusado de ter esfaqueado o próprio pai. A decisão parece fácil e onze dos jurados votam rapidamente na culpa do garoto, porém apenas um, o jurado nº 8 vota pela inocência, dando início a um debate onde cada personagem mostrará sua verdadeira face. Temos os radicais cheios de preconceitos que querem fazer justiça, o homem mais velho que tenta utilizar a sabedoria, o político que deseja agradar a todos, o engraçadinho que vê no julgamento uma piada e o grupo daqueles que seguem a maioria. No geral é um microcosmo das atitudes do ser humano que precisa participar de um grupo.

Para quem conhece a história e viu o filme original não terá surpresas na peça quanto ao roteiro, que é brilhante por sinal, mas com certeza ficará satisfeito com o desempenho do elenco, onde posso destacar o ator principal Norival Rizzo, que interpretou o policial veterano na série "9mm: São Paulo" e aqui lembra até mesmo no jeito do andar a interpretação do grande Jack Lemmon na versão de 1997. No original, o papel foi de Henry Fonda, que faz um personagem um pouco mais durão que os dois atores posteriores.

Para quem está em São Paulo e ficou curioso, a peça está em cartaz no Teatro Imprensa na Rua Jaceguai de Quinta a Domingo.

5 comentários:

Amanda Aouad disse...

Boa iniciativa, Hugo, e tudo a ver com cinema, hehe, tomara que a peça seja tão densa como o filme original.

Diego S. Lima disse...

Acho que não terei a oportunidade de assistir a peça, um pouco longe, mas no Brasil onde o teatro é mais popular que o cinema, como arte, acho que deveria acontecer mais vezes isso, para que o público possa assistir a estórias maravilhosas como essa.!!

Rodrigo disse...

Se for um terço do filme de 1957 então é uma maravilha. Leagal você falar sobre isso, uma ideia simples mas interessante. Abraços.

Hugo disse...

Amanda - A peça tem boa qualidade, mesmo comparando com o filme original.

Diego - Aqui em SP a quantidade de peças em cartaz é muito grande.

Rodrigo - É uma dica para quem mora em SP e gosta de teatro.

Abraço a todos

KA disse...

Bacana a dica! E muito legal falar de teatro também. É um tipo de entretenimento bem pouco divulgado mesmo. E não muito acessível, no geral. Infelizmente.
Vou tentar conferir.
Abs
Karen