quinta-feira, 10 de março de 2011

Glória Feita de Sangue


Glória Feita de Sangue (Paths of Glory, EUA, 1957) – Nota 8,5
Direção – Stanley Kubrick
Elenco – Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolph Menjou, George Macready, Wayne Morris, Richard Anderson, Joseph Turkel, Timothy Carey.

Em 1916 durante a 1º Guerra Mundial, o exército francês cerca uma colina dominada por alemães, porém não tem homens suficientes para tomá-la. Como a luta se estende por muito tempo, o alto comando do exército francês na figura do General Broulard (Adolph Menjou) indica o General Mireau (George Macready) a uma promoção, porém para ela se concretizar, Mireau precisa tomar a colina em dois dias. A princípio Mireau diz ser impossível a façanha, mas quando percebe que sua carreira depende disso, muda de opinião e aceita o desafio. 

Entusiasmado, ele passa a ordem para o Coronel Dax (Kirk Douglas), que mesmo contrariado é obrigado a aceitar a ordem. O próprio Dax comandará os homens na missão suicida, que falhará. Se sentindo traído, o General Mireau exige que três soldados sejam indicados para a corte marcial por covardia, como exemplo para os soldados que não morreram e fugiram da batalha, dando início a uma disputa com o Coronel Dax, que tentará defender seus homens a todo custo. 

Esta obra de Kubrick é um dos melhores filmes já feitos contra a estupidez da guerra e a hipocrisia do ser humano, com um roteiro que mostra o que o ser humano tem de pior, onde quem tem poder coloca suas ambições pessoais acima de tudo e de todos, como vemos muitas vezes no dia a dia, porém aqui com o agravante de matar para satisfazer seu ego. 

O General Mireau exige a execução dos próprios soldados para manter sua carreira e faz com que subordinados escolham os soldados, que são tratados como descartáveis, sendo que estas escolhas ainda seguem para o lado pessoal, diferente do Coronel Dax que tenta encontrar uma forma de manter a vida de seus soldados, mas a cada passo percebe que sua luta é única e sem apoio algum. 

O julgamento de cartas marcadas, a reação de cada soldado condenado, além da presença de um padre na cadeia, são um soco no estômago do espectador, que é obrigado a engolir uma injustiça e sentir a angustia da espera pela execução. 

O elenco é ótimo, principalmente Kirk Douglas no papel do Coronel que luta pela vitória do país e procura justiça num local onde a hierarquia vale mais que a vida.

3 comentários:

Amanda Aouad disse...

Kirk Douglas é sempre Kirk Douglas, assim como Kubrick. Deu vontade de rever.

bjs

Hugo disse...

Amanda - É um dos melhores filmes de Kubrick.

Bjos

Luís Azevedo disse...

Ainda não vi este filme, mas se estiver ao nível do resto do Full Metal Jacket de certeza que vale a pena. Kubrick foi dos poucos realizadores que quase sempre que fazia cinema conseguia fazer arte.
Cumprimentos