sexta-feira, 25 de março de 2011

Amor Sem Escalas


Amor sem Escalas (Up in the Air, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – Jason Reitman
Elenco – George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, Amy Morton, Melanie Lynskey, J. K. Simmons, Zach Galifianakis.

O título deste longa podem enganar os desavisados acreditando ser uma comédia romântica, porém a interessante história mistura comédia, drama e crítica social com qualidade. O protagonista é Ryan Bingham (George Clooney) que trabalha como consultor especializado em demissões numa empresa que presta este tipo de serviço. Com muito trabalho em virtude da crise econômica nos EUA, Bingham viaja o país todo demitindo pessoas e ainda arranja tempo para fazer palestras onde defende a idéia de que a melhor vida é a de solteiro, sem laços com ninguém. 

Numa destas viagens ele conhece Alex (Vera Farmiga de “Os Infiltrados”), com quem inicia um relacionamento casual, pois ela também trabalha viajando pelo país. O gosto pela vida de viagens faz com que Bingham entre em conflito com sua empresa, já que uma nova funcionária, Natalie Keener (Anna Kendrick) criou um modo de demitir as pessoas por teleconferência. Os dois são obrigados a viajar juntos para que Bingham ensine a jovem o trabalho, sendo isso o início de descobertas pessoais da dupla e reavaliação de valores. 

O diretor Jason Reitman (“Juno”) filma bem o roteiro que toca em alguns pontos interessantes, como a questão da família e do casamento, onde no desenvolver da trama temos exemplo do lado bom e ruim tanto da vida de casado, como da liberdade dos solteiros, mostrando que a escolha depende de cada um. Outra questão forte é sobre o lado humano, ou melhor, a falta deste no momento de se demitir alguém. De um lado o personagem de Clooney tenta não se envolver e ao mesmo tempo dar um sopro de esperança a quem perde o emprego e do outro a jovem de Anna Kendrick, que sabe muito de teoria mas não tem experiência alguma de vida. Estes lados opostos são situações muito comuns na atualidade, onde as empresas abrem as portas para os novos talentos que pensam apenas na carreira e esquecem que suas idéias afetarão pessoas. Eu trabalhei em algumas empresas e sei bem como esta situação cresce cada vez mais, apenas não conheço a demissão por teleconferência mostrada no filme, mas não duvido que logo este “serviço” entre em prática por aqui. 

12 comentários:

Amanda Aouad disse...

É, o filme tem um pouco de tudo, drama, comédia e crítica, como você falou e surpreende um pouco. Achei um bom filme, só não a maravilha que muitos falaram na época.

bjs

! Marcelo Cândido ! disse...

O filme é uma crítica realmente e brilhante!

Ricardo Morgan disse...

Um dos melhores filmes de 2010! Excelente!

sacolé disse...

Juro que ainda não vi esse filme, pois achei que se tratava de uma simples comédia romântica. Isso mostra como eu sou informado no ramo do cinema

Rafael W. disse...

O melhor filme do Jason Reitman, aqui muito mais maduro e evoluido como diretor.

http://cinelupinha.blogspot.com/

Rodrigo disse...

Excelente filme. Um dos melhores do ano passado. Elenco, trilha sonora e roteiros perfeitos. Abraços.

Hugo disse...

Amanda - Tb não considero uma maravilha, mas tive uma surpresa agradável.

Marcelo - É boa crítica ao mundo corporativo principalmente.

Ricardo - É um bom filme.

Jack - Quem foi apenas pelo título da tradução, com certeza teve esta mesma impressão.

Rafael - Ele está se mostrando um diretor diferenciado.

Rodrigo - O roteiro é bem inteligente.

Abraço a todos

Thomás R. Boeira disse...

É um bom filme. Gosto muito dos diálogos afiados.

Abraço,
Thomás
http://www.brazilianmovieguy.blogspot.com/

Hugo disse...

Thomás - Os diálogos e a narração de Clooney estão entre os pontos altos do filme.

Abraço

Natalia Xavier disse...

Acho fabuloso a ideia do filme e tudo o que se pretende passar. Quando vc acha que o filme pode se deslanchar numa agua com açucar, ele te joga um balde de agua fria.

Abs!

Hugo disse...

Natália - O ponto principal é fugir do lugar comum, não cedendo a tentação de transformar a história num romance água com açúcar.

Abraço

Mateus Souza disse...

Adoro esse filme. É um pouco piegas e reacionário, é verdade, mas passa uma mensagem oportuna para o povo americano - que enfrentava uma poderosa crise.